sexta-feira, novembro 28, 2003

Outono
As estações só passam e chegam quando a natureza confirma. Neste T2 duas gatas encarregam-se do serviço entrando na época de caça ao colo.
Entrei resoluto na Worten e disse
Era um DVD do Johnny Cash, por favor.
Pacto com o diabo
Durão Barroso foi rever a Concordata ao Vaticano. A Igreja Baptista de Moscavide tem um problema de infiltração de águas que torna o culto nos meses de Inverno num exercício de deportos náuticos. A culpa não é do vizinho negligente que provoca o fenómeno mas do maldito documento com Roma. Este trato é satânico. Mostra que ainda somos um país de malfeitores.

quinta-feira, novembro 27, 2003

Diogneto
O Guia dos Perplexos anda de volta da Carta a Diogneto, um documento cristão belíssimo do segundo século. A edição é da Livraria Alcalá, publicadora que nas suas lojas mistura livros, velharias e roupa usada. Uma vez entrei na da Rua Serpa Pinto e saí de lá com dois tesouros: o mencionado volume e um harmónio antigo, robusto, com um fôlego inesperado.
Sobre a Isabel
Edito um programa sobre a Isabel, portadora de esclerose múltipla. Encenam-se uns planos pirosos em que lê a Bíblia com o marido. Na reportagem engasga-se um par de vezes e repete a resposta. Não é bem falante e usa algumas frases feitas para descrever a luta contra a doença. A sua fé choca e comove. Persiste contra o imparável progresso da enfermidade. Não o altera nem o atenua. Nem é suposto que o faça.
Escreveu Kierkegaard: "O crente vê e apercebe-se da sua perda - no que sofreu ou no que ousou - como homem, mas crê. É o que o livra de perecer. O modo de socorro deixa a Deus, e contenta-se em crer que a Deus tudo é possível".

quarta-feira, novembro 26, 2003

Eu separatista IV
Nelly Furtado é fantástica. Teve um filho e agora canta coisas como: "when you feel so powerless, what are you gonna do?". É isto que me interessa na música. A maternidade e o problema de ficar engarrafado no trânsito. As pessoas. As coisas que elas dizem. E o ritmo, claro, o ritmo.
Quanto aos habilidosos artífices das novas linguagens, os caros leitores já sabem. Não me junto a danças à volta de estátuas douradas.
Eu, separatista III
Tenho os meus próprios Tratados de Tordesilhas. Com eles simplifico a minha capacidade cognitiva. Faço uns riscos e divido o mundo em duas partes. Classifico uns de bons e outros de menos bons (porque maus somos todos, já diz a teologia). No final olho para o mapa e, conforme os dias, opto por ser português ou espanhol.
Eu, separatista II
Aplico a moral da história do poste anterior a este.
Numa daquelas singelas entrevistas com que a Sic Mulher gosta de instruir a população feminina perguntava a entrevistadora a um grupo de jovens católicos se qualquer pessoa poderia participar nas suas iniciativas. As indulgentes criaturas constrangiam-se por esclarecer que o candidato a filantropo teria de ser igualmente um católico romano.
Eu, separatista
O Nuno da Rua da Judiaria escreve como deve ser acerca do mito da tradição judaico-cristã. Acrescenta: "Paulo de Tarso deixou isso bem claro quando transformou em religião distinta o que então era uma seita judaica".
Depois da Segunda Grande Guerra ficámos tão assustados que achamos que temos tudo a ver uns com os outros. Quando a pessoa não suporta o vizinho da frente diz que é amiga da humanidade.

terça-feira, novembro 25, 2003

Sobre a castidade eclesiástica
O celibato é apontado por Paulo como uma sensatez. Se possível, mais vale que o bispo não tenha as preocupações da vida conjugal. A Igreja Católica impôs o bom-senso à classe pastoral. Impôr o bom-senso é fatal. O bom-senso não se impõe. É preferível condescender um pouco e disciplinar. Como Moisés com o divórcio.
Fraternidade
Vem-me ao conhecimento que a elegante Adelaide Sousa se converteu ao cristianismo (desconfio que, ainda por cima, é protestante). Mulheres formosas não dão boas irmãs na fé.
Na causa das doutrinas repelentes
Fez no passado sábado 40 anos que morreu C.S. Lewis. Sobre ele diz Joe Loconte: "No one did more to make 'the repellent doctrines' of Christianity plausible to modern ears. Isto sim, é um projecto de vida.

segunda-feira, novembro 24, 2003

Rezas no jardim
Um velho não consegue entender a complexificação técnica que as gerações mais novas abatem sobre a oração. Quando se pedem orações curtas de agradecimento não raramente descambam para preces pormenorizadas e diarísticas. Não há nada a fazer. Mas a sabedoria continua do lado da experiência. A objectividade é uma qualidade que pertence mais às serpentes do que aos homens.
Mim
O Gato Pardo escreve que sou o o melhor "coiso" da net, em forma de Livro de Aforismos. O aDeus atribui-me o Prémio "Melhor template em tons de baunilha". Esta coisa dos blogues tem feito maravilhas pela minha auto-estima. Agradeço. Os discípulos complexados foram muitas vezes aqueles que venderam o seu Mestre.
Está lá
Tudo o que vale a pena escrever sobre o que falta à blogosfera está no Aviz.

sexta-feira, novembro 21, 2003

E vou
Até Segunda!
Publicidade desnecessária mas merecida
Os senhores da Chip 7 curaram-me as ciber-enfermidades em menos de um dia.
Volta
Regresso. Ontem senti-me estupidamente orfão do computador. Um pagão ingrato que necessita de ensinar o estômago a satisfazer-se com o maná que cai do céu.

quinta-feira, novembro 20, 2003

Postado pela esposa
Telegrama urgente: Computador avariado.

quarta-feira, novembro 19, 2003

Sobre o Porvir
O futuro é um assunto desinteressante. A minha cidade está cheia de sacerdotes que deliram pelo Apocalipse e empregadas de escritório em mantras horoscópicos. É certo que existe um culminar histórico no cristianismo. Mas a geração vindoura de filhos de concorrentes do Big Brother e a falta de critério latente no sucesso de vendas de shots afastam-me de optimismos teleológicos. Cristo falou em consumação dos séculos não em sabedoria do tempo.
Ebenézer!
O Samuel regressa como deve ser.

terça-feira, novembro 18, 2003

Sobre a política
Só gosto de falar de política quando me sinto protegido por uma alegoria bíblica que perturbe a nitidez da minha incapacidade argumentativa. Estou convencido que temos maus políticos. E piores eleitores. As nossas vacas sagradas não me suscitam reverência. O culto de Sá Carneiro é trágico. Reputa-se como atraso mental poder votar no Paulo Portas. Eu já o fiz (para mim o boletim de voto não é revelação divina). O que eu gosto nos políticos é de uma boa tensão agostiniana: a carne fraca contra um espírito resoluto. As debilidades comunicam melhor comigo do que as causas superiores. Tenho medo de emissários.
A iluminação ideológica é assustadora. O meu percurso político será tão errante quanto a minha natureza o permitir. Prometo o meu empenho.
Acima
Tenho um fraco por desmancha-prazeres. Invejo-lhes a aura de estarem acimas das seduções. Torno-me mais sionista: Sharon vai a Roma e não pretende ver o Papa.
Baile da marmelada
Entro na porrada. Os nossos amigos não têm de ser sempre razoáveis e discordo frequentemente do Vincent. Mas ele escreveu providencialmente ao afirmar que a intervenção americana no Iraque vinha a ganhar-lhe o respeito. Acrescenta agora: "só aos jornalistas é que é permitido serem heróis no campo de batalha iraquiano". Solto um hosana. Eu que não acredito em heróis, ainda creio menos em jornalistas.

segunda-feira, novembro 17, 2003

Má-fé, razão, graça e demais suspeitos
O Alexandre Andrade escreve muito bem um texto sobre a associação falaciosa de sinais exteriores de riqueza a uma consequente irresponsabilidade dos estudantes universitários. Remata: "os estereótipos são os mais traiçoeiros inimigos do raciocínio e do espírito crítico". Provavelmente tem razão. Mas o problema está precisamente neste ponto.
Quem me conhece sabe que eu sou um feliz defensor dos estereótipos. Prefiro uma banalização rasteira a um eureka altissonante. Os preconceitos são frequentemente mais úteis do que as contemplações. A sensatez trabalha das nove às cinco mas dorme em casa. E não estamos autorizados a telefonar-lhe para o domicílio.
Realmente considero uma praga espiritual esta cultura estudantil. A razão dá ao Alexandre as virtudes. Eu fico com os vícios.
Prevendo duetos
Vejo a Sheryl Crow a cantar na tv. Aprecio. Aprofunda o meu desejo de fazer um dia um dueto com a Micaela. Uma das poucas vozes femininas decentes que este país tem. A portuguesa leva algumas vantagens sobre a americana.
Aproveito para oferecer um conselho pastoral. Há duas coisas que as meninas que gostam de palcos nestas redondezas não devem fazer: torcer os braços para acompanhar a prestação vocal e prolongar a infeliz tradição que associa a qualquer cigarra semi-afinada um depósito de consciência sobre a respublica.
Assim está bem
A verdade é que o antigo template tinha oásis a mais para algo que se deseja desértico.
Para o J.
O J. decidiu que já era tempo. Tornou-se escândalo e motivo de embaraço para aqueles que gostam de se achar piedosos. Deixou os documentos todos em casa e mergulhou na ferrovia no momento errado (para ele, o momento certo).
A última vez que falámos o J. entregou-me palavras bondosas. No espaço sobrepovoado da sua consciência sempre arranjou maneira de me transmitir um pouco de paz. Toda a que lhe era possível.
Não fizeste dos carris um campo de sangue, J.. Os demónios podem até ter ganho a última batalha mas a guerra é do Messias. Aquele com quem certamente estás agora.

sexta-feira, novembro 14, 2003

Lux
Por falar em "luz"... Há um estado de graça que está reservado somente aos pares de Levi's com mais de cinco anos de uso.
Sobre o G.
O G. chegou-se à Igreja Baptista de Moscavide usando expressões como "energias positivas", "iluminação" e demais léxico de mulher-a-dias. A comunidade fez o seu esforço tradutório e reconheceu a experiência da conversão no palavroso místico. Nem sempre é fácil explicar que o cristianismo não é uma força socialmente agregadora. Que Jesus também veio trazer a espada e dividir famílias. O G. vai baptizar-se no Domingo e a igreja está muito satisfeita por isso.
Ver para crer
A inveja é um poderoso combustível. Tenha-se em conta o caso de uma banda tão organicamente deformada quanto os Blind Zero que recebem um prémio da MTV e as minhas cantigas, que por poucos mais são ouvidas para além dos meus amigos e estimados leitores. Ora, eu estou absolutamente convicto que há mais densidade poética nas minhas captações doméstico-realistas do que em exacerbadas poliglotices. Nesta, entreguei o protagonismo vocal à minha Gata Nuvem. Atestem aqui.

quinta-feira, novembro 13, 2003

Será?
Desconheço se o Kerry King dos Slayer lê muito o Kierkegaard. Mas sempre que lhe ouço os solos de guitarra o bom Sören ocupa-me o pensamento.
Particularidade
Partilho de algumas das qualidade de Montaigne. Sou um leitor indisciplinado e lento. Demoro mais tempo a chegar aonde os outros já estiveram. Mas não falho. É que ouço mais discos e consulto sempre o evangelhos.
Alter
As pessoas não gostam da guerra, não querem que inocentes morram, evitam ver sangue, arrepiam-se com cadáveres filmados, estão convencidas de que nada têm a ver com essa violência. A sua humanidade é outra. Outra que desconheço.

quarta-feira, novembro 12, 2003

Sobre uma nota musical alheia
O meu amigo Miguel prefere o Marante ao Ben Harper. Eu também. O português é muito mais competente no pathos e humilde no ethos.
Mapas infrutíferos
Quando as minhas gatas prevaricam, eu castigo-as. Levam umas palmadas no lombo e umas dedadas vigorosas na testa (a parte de cima da cabeça dos felinos). O mundo não se divide entre esquerda e direita. Mas entre aqueles que acreditam na disciplina e os outros. Os idólatras devem vaguear no deserto. A Terra Prometida não se alcança por se conhecer o caminho.
Caminhos estreitos
Entrei no Dylan pela fase cristã. Entrei no Gainsbourg pela fase reggae. Entrei nos Clash pelo "Should I Stay Or Should I Go". A jazz police tem um ficheiro com o meu nome. Diz que eu entro nas coisas pelos caminhos errados.

terça-feira, novembro 11, 2003

Teológica interpelação II
Entre Caim e nós só existem duas distâncias: a da geografia e a da tempo.
Teológica interpelação
O problema é este: "os homens foram feitos para se entender". Só no Éden, caro D. José Policarpo, só no Éden. Depois as coisas ficaram tão diferentes que às vezes nem é bom falar muito nisso.
Requiem
Desde 13 de Junho de 1984 que a música popular portuguesa é um túmulo caiado. "Tu que buscas companhia e eu que busco quem quiser" dizia ele. Só dois ou três é que estavam com atenção.
Constatação
Os pastores pentecostais têm um riso específico: abafado, desencantado, quase trocista.

segunda-feira, novembro 10, 2003

Baptismós
Passo a tarde de sábado na igreja. Existem três candidatos ao baptismo. A Dona H., muito nervosa, diz que anteriormente se sentia mesquinha. O G. usa de metáforas de tabaco-só-ao-balcão e exibe um sorriso permanente. O R. explica que aceitou Jesus no seu coração após ter feito uma asneira, posteriormente disciplinada pelo pai. Estas três pessoas vão mergulhar às águas na próxima semana. Não sairão diferentes. Apenas molhadas. O baptismo não se projecta na eternidade. É um acto que confirma publicamente sermos peregrinos numa terra estranha.
Restauração
Encontro no restaurante um dos Queijinhos Frescos da Ana Faria. Há uma semana atrás estava a segunda moça do Nutícias naquele lácteo assento. Duas boas razões para uma refeição nutritiva.
Visão do fim
Os leitores já sabem que necessito de um som grande no rádio quando ando de carro. Quando o mal menor encontrado é o Eros Ramazzotti é sinal de que o primeiro dos sete castiçais de ouro do Apocalipse foi aceso.

sexta-feira, novembro 07, 2003

Regresso
Na segunda-feira.
Dispositivos da História II
O meu amigo Miguel ensina o sobrinho a ouvir o "Vais partir" do Clemente (a discografia posterior nem sequer arranha o mesmo nível). Ora, o Miguel tem estudos sérios de piano, gosta do Bartok, quando saio com ele para Santos (a única zona nocturna da capital com ressonâncias existenciais) limito-me a ser o "gajo de óculos ao lado dele", é bom de bola e faz uma pós-graduação na área das Finanças. O sinal que Deus permanece soberano no rumo dos acontecimentos.
Nota universal
Há um conjunto imprescindível de blogues sobre religião, de reflexão essencialmente católica. O A Bordo, a Quinta Coluna, o Guia dos Perplexos e o Vizinho do Mar. Sendo baptista e não-ecuménico encontro neles uma reflexão profunda e honesta que enriquece a minha fé. Recordemos também o Religionline que é um veterano da blogosfera, com uma presença muito discreta mas importante.
Dispositivos da História
Não sou um dispensacionalista (tese teológica que sustenta que a acção divina na Criação possui fases distintas) nem um dialéctico. Creio mais em deformações sociais que em transformações sociais. Mas reconheço que existem fenómenos que representam em si uma mudança na crosta da História. Por exemplo o facto de o "Nothing Else Matters" dos Metallica ter ascendido à mesma categoria do "Still Loving You" dos Scorpions.

quinta-feira, novembro 06, 2003

Sem título
Uma nota de exagerado teor intimista: os melhores filmes da vida passam num ecrã ecográfico.
Excepções ao quotidiano
Há dias em que me visto mal, saio para a rua e faço o que tenho a fazer. As horas em que nos afastamos da prudência das convenções sociais são sempre perigosas.
Uma nota sobre caciquismo musical
O Gato Pardo coloca questões pertinentes quanto às apreciações musicais da Voz. Uma vez fê-lo quanto ao descrédito que sugeria face ao fenómeno violento de canonização de determinadas bandas por estes lados. Os Tindersticks, nomeados na altura, têm uma aceitação tão desproporcionada quanto os Lamb (não falo aqui de preferências pessoais - aprecio os primeiros, aborrecem-me os segundos). Os bardos britânicos sugerem uma espécie de comunhão entre a toada melancólica e a saudade nacional. Não iria tão longe. Acredito mais facilmente na persuasão de priores intransigentes do que na devoção dos crentes.
Breves deslumbramentos blogosféricos
- O Vizinho do Mar é brilhante aqui: "acredito numa vocação irremediável: a de ser disperso e inútil. sei mais do que aquilo que digo, sei menos do que aquilo que deixo silenciar. sou um asceta com filhas". E continua. Sempre bem.
- Publicação em livro do Pedro já! - "Somos tão impreparados para a beleza quanto elas. Tão oprimidos. A nossa consolação é que o mundo está cheio de imundície".
Nas margens do Nilo
O Abrupto escreve bem sobre a praga estudantil. Com uma pitada certeira de marxismo: "como os estudantes são da classe social certa, ninguém mexe uma palha perante a ilegalidade [das portas fechadas a cadeado da Universidade de Coimbra]".

quarta-feira, novembro 05, 2003

Errata
A Voz penitencia-se pelo seu erro: Sérgio Godinho também esteve preso. Recalcitro considerando que foi uma prisão de acordo com os ventos da época. O asilo político como inspiração pouco tem de sensual. Mas serve para os devidos efeitos. (Agradeço as correcções trazidas pelo José Farinha e pelo Rui Almeida.)
Bravo
Faleceu o irmão José Dias Bravo. Os evangélicos portugueses muito lhe devem. Deus o guarde e preserve em nós a sua memória.
Blogger friendly
Um poste para me reconciliar com a humanidade: Lhasa tem um disco novo.
Pois
A gauche atenua desordens ferroviárias mas ataca os bispos que são "homófobos herdeiros do pior que o colonialismo deixou em África". Por isso propus-me a duas coisas na vida: ter paciência com os arrogantes e desconfiar das vítimas.
USA e abusa
Uma razão que torna a cultura popular americana muito mais interessante que a nossa é o facto de contar com cantores que já foram presos. Não temos nada semelhante. Temos o Padre Borga, que por razões teológicas é o que mais se aproxima deste conceito de clausura. Óbvia desvantagem.
Merle Haggard foi condenado a 15 anos na prisão de St. Quentin, onde assistiu ao concerto de Johnny Cash. Apoiou a Guerra do Vietnam e cantou contra o consumo de marijuana. Proponho um programa de troca temporária de artistas entre Portugal e os EUs. Avançamos com o Sérgio Godinho.
Mapas
O óptimo Guia dos Perplexos fala sobre as suas dificuldades pessoais com Agostinho. Vale a pena citar Guitton: "Santo Agostinho não teria sido tão imitado e amado se a alma e a carne latinas não se reconhecessem nele". E eu, confesso, não creio em homens sem geografia.

terça-feira, novembro 04, 2003

Anglicanas cisões
No passado já aqui falámos do (agora) bispo efeminado Gene Robinson. Não tenho grandes considerações a tecer no momento. Apenas relembrar que quando os protestantes não estão bem, mudam-se. Dêem uma vista de olhos a este blogue: Ex-Editor. Está na lista de linques há uns tempos e pertence a um Episcopal americano que não dança o YMCA.
Cativeiros
Enquanto passa um debate sobre a Constituição Europeia ouço um disco de uma banda italiana de panque hardcore chamada Raw Power. Não primo o botão stop do leitor de cds nem procuro colocar-me a par do assunto. Por vezes as formas mais insidiosas do Poder são as domésticas.
Cantiga
Nos últimos tenho tenho-me dedicado em excesso a gravar umas cantigas. Arranjei um orgão electrónico caprichoso e tornei a toada semi-fadista num ritmo relacionado com o reggae razoavelmente suspeito. Tenham lá paciência. Tem o nome provisório de "O salva-todos" e está aqui (clique direito, save target as).

segunda-feira, novembro 03, 2003

Pedidos só ao balcão
"Nunca tenha medo daquilo que lhe dá prazer" diz uma sexagenária à personagem que Maité Proença interpreta. Sai um Pascal para a novela das sete!
Enxofre vário
O Diabo da versão que os N*E*R*D misturam do "Sympathy For The Devil" dos Rolling Stones é uma figura conservadora. Tentador nas tradicionais áreas do sexo, poder e dinheiro não se arrisca em outros domínios pecaminosos. Aconselhava ao realizador o "Screwtape Letters" do C.S. Lewis. Os funcionários do maligno raramente usam cabeça pontiaguda.
Provação
Sexta-feira o Senhor brincou ao Livro de Job comigo: entregou-me a uma reunião de condemónios.