quarta-feira, março 31, 2004

A religião na perspectiva comuna
Ao ler Lutero tomo rápido conhecimento de uma seita medieval chamada de euquitas: pretendiam cumprir as palavras de Cristo orando dia e noite. Uma espécie de comunistas da fé. Esbarraram na comida e no sono, que os impediam de manter contínua a sua reza. Paradoxo apetitoso - sem comer e sem dormir não há espírito.
Revista revista
A Mondo Bizarre é uma revista de distribuição gratuita que se dedica àquilo que o povo chama "música alternativa". Tem uma apresentação gráfica decente e fala de uma quantidade relevante de bons músicos e bandas. O pecado é o de sempre: é escrita por pretos que gostavam de ser brancos. Na colónia, aguardam reverentemente que a metrópole lance a nova tendência (na sua lista de 20 melhores discos de 2003 não há um único que não seja em inglês). A música seria triste se se resumisse ao universo da Mondo Bizarre. Ao equívoco de achar que o convívio entre africanos e ocidentais é bem sucedido porque o mainato já sabe fazer o nó da gravata.

terça-feira, março 30, 2004

Sobre o mal informático
O vírus toma conta do computador. A coisa fica lenta, indecisa, disfuncional. Eu que sofro de incontinência metafórica penso logo numa figura de estilo duvidosa. A semelhança com a nossa distância ontológica do Criador. É melhor não ir por aí. Que as coisas fiquem bem. A teologia pode ter razão. Mas é chato estar sempre a reclamá-la.

segunda-feira, março 29, 2004

Uma pergunta II
O opiniondesmaker tem um texto sobre o "mau ladrão" crucificado. A ler.
Começando bem a semana
"Como dizia Rilke a Kappus, não se renunciam as convenções sociais do amor senão para encontrar outras muito mais artificiais". Jean Guitton, "Ensaio sobre o amor humano".

sexta-feira, março 26, 2004

Mais um inesperado aforismo de sexta-feira
O pior não é não saber dizer a verdade. É dizê-la sem graça.
Copos diferentes para a água e para o vinho
O meu amigo Vincent lembra os tempos da nossa juventude ideologicamente mais tenra. Na altura em que se incorria no pecado de juntar intentos missionários ao rock'n'roll. Desde esse tempo que todos nós crescemos um bocadinho. Hoje eu mantenho bem separado o "Number Of The Beast" dos Iron Maiden do "Livro de Ouro da Oração" do Calvino.

quinta-feira, março 25, 2004

Na grafonola
"Shout At The Devil" dos Mötley Crüe. Na ficha técnica afirma "this album was recorded on Foster's Lager, Budweiser, Bombay Gin, lot's of Jack Daniels, Kahlua and Brandy, Quackers and Krell, and Wild Women".
A arte, mais do que inspirada, é uma questão de boa companhia.

Uma pergunta
Nos dois ladrões da cruz só um teve a atitude correcta. Mas o que fazer com a pertinência do outro?
Caro João,
este pequeno peixe que habita num aquário de água benta não se importa de se sentir fariseu. É, em mim, recorrente. Devo até reconhecer que desconfio quer da devoção, quer da bondade. Mas mesmo os homens da religião podem, inesperadamente, encontrar uma estrada para Damasco.
Com igual amizade,
Tiago.

quarta-feira, março 24, 2004

Como lidar
Com esta secreta admiração por quem tem de fazer o trabalho sujo?
O comentário político da semana
Foi encomendado ao meu amigo Paulo. Chama-se "O senhor da cadeira de rodas e o míssil".

O apreensivo senhor Lutz
O senhor Lutz indigna-se. É uma pessoa com acesso a informação. Diz que a religião calha a cada um conforme o acaso do seu nascimento. Custa-lhe a perceber como é possível levá-la à letra e usá-la como bitola para terceiros. Diz restarem duas opções: ou se interpreta o legado da sua religião de uma forma um pouco mais abstracta ou, não se desejando prescindir do imaginário e ideário literal da sua religião, a pessoa se auto-limita, poupando terceiros dos seus impulsos missionários. É o que se espera de uma pessoa inteligente e intelectualmente honesta, afirma.
O senhor Lutz, sempre muito preocupado com a minha fé, começa a saber bem em que é que eu não creio. Tudo o que o parágrafo anterior resume.

terça-feira, março 23, 2004

Cinema
Capturing the Friedmans é o filme que mais interessa ver nestes dias.
Um verso bonito para ilustrar determinada concepção religiosa da existência
Os meus amigos enterrados no jardim
e agora mais ninguém confia em mim
.
Rui Reininho, in Bellevue (Psicopátria, 1988).
Notas blogosféricas
Timidamente, o Samuel Úria vai regressando.
O Mário Seco iniciou a sua carreira a solo.

segunda-feira, março 22, 2004

Datas queridas
O Contra a Corrente e os meus canhotos predilectos fizeram um ano de blogue.
A polémica que fazia falta
Nem todos os leitores recordarão. Há uns mesitos atrás fiz referência a um blogue de actualização semanal no qual participo: Os Animais Evangélicos. E se não alimentei alarde é porque o vejo voltado sobretudo para a mente religiosa. Ali, mais do que em outro lado qualquer, escrevo para crentes.
Com surpresa e agrado, um número razoável de católicos exprime o seu apreço por aquelas linhas. Não é fácil compreender e simpatizar com evangélicos. Eu próprio tenho as minhas dificuldades. Mas carrego a minha cruz diária. No entanto, uma interessante reacção ocorre. Indignação. Romanos higiénicos do costume, místicos orfãos de espiritualidade e discípulos das energias positivas, entre outros. Desta vez, o João do Companheiro Secreto. Admitia ele, que nem o divã do Júlio Machado Vaz nos valeria.
Compreendo a dificuldade da tarefa. No corpo redactorial d'Os Animais, e dando um exemplo, o meu amigo Samuel Nunes tem ousado falar dos pecados da carne. Homossexualidade, pedofilia, aborto... ele expulsará o demónio. Desde o primeiro número que temos Arautos de Sodoma à perna. Como na praga de gafanhotos do Egipto. Os epítetos pulam: homofóbicos, medievais, fundamentalistas. Sei que não vale a pena perder tempo com corações duros em pijamas cor-de-rosa. E não sou tentado a ter grande respeito por pessoas que vivem sem sombras de remorsos.
Mas gostava de aproveitar a boleia das sugestões psiquiátricas do João para referir algo, à laia de conselho. Se for um leitor atento, reparará que naquele conjunto humilde de articulistas não existe um diapasão único. Desde a esquerda moderada à direita calvinista, passando pelo anarquismo de uso privado, há de tudo um pouco. Uma convicção e uma crença comum, todavia. Um conceito decente de pecado. Sei que isto parecerá estranho vindo de um protestante, caro João. Nós até reconheceremos a utilidade ocasional de um divã. Mas retribuo. Arranje um confessionário o quanto antes.

sexta-feira, março 19, 2004

Inesperado aforismo de sexta-feira
Dignidade não é ser autónomo. É saber escolher a quem lamber as botas.
Tempo
O que me levou a deixar o metal e a abraçar o punk foi a duração das canções. Só muito extraordinariamente tolero temas com mais de três minutos.

quinta-feira, março 18, 2004

Humanitate
Uma pessoa trama outra. A segunda sente-se injustiçada. Provavelmente com razão. Mas não é suficiente a resolução do problema. Mesmo depois da coisa sanada a vítima sentirá a necessidade de colocar o nome da outra, anterior malfeitora, na lama.
O pecado não é uma categoria que divide a humanidade ao meio. Pelo contrário. Abraça-a.
Fórum
A rubrica "Bom dia a todo o auditório" do Joel Neto é indispensável.
Amor à primeira vista
Conheci ontem esta senhora e já estou apaixonado: Ann Coulter. Eu até queria dizer algo sobre "A Paixão de Cristo" mas depois dela e do Pedro Mexia já não vale a pena.
Apenas umas palavrinhas da senhora: "Of course, the original text is no excuse in Hollywood. The villains of Tom Clancy's book "The Sum of All Fears" were recently transformed from Muslim terrorists to neo-Nazis for the movie version. You wouldn't want to upset the little darlings. They might do something rash like slaughter 3,000 innocent American civilians in a single day. The only religion that can be constantly defamed and insulted is the one liberals pretend to be terrified of".

quarta-feira, março 17, 2004

Da vergonha
Nestas típicas fotografias pirosas estão os quatro missionários baptistas americanos que foram assassinados no Iraque. Trabalhavam num projecto de purificação de água. Para os cobardes, espalhavam a mensagem imperialista do capitalismo selvagem ianque. Nestes tempos eu admito que gostava que se concretizasse parcialmente o delírio literário de José Saramago. Não toda a península. Mas que só Portugal se separasse e, qual jangada de pedra, fosse à deriva pelo oceano. Uma terra que não manda os soldados para casa daria certamente uma melhor fronteira.
O síndrome de Judas
Recebo de um recém-convertido evangélico uma amigável recomendação sobre o cuidado a ter com a activação dos radares na Ponte Vasco da Gama. São crentes assim a quem umas trintas moedas fazem sempre jeito.

terça-feira, março 16, 2004

Referência alimentar
As inimizades entre as pessoas são também os seus abismos gastronómicos. Eu faço parte daquela raça que rejubila com talões de desconto do McDonald's. Sobre mim recairá o escândalo de muitos. A questão das carnes sacrificadas aos ídolos da primeira carta aos Coríntios revisitada. Sou dos que se limita a comer. E a não observar grande pecado na comida. Quando a nossa alma é orgulhosa até nos feijões encontramos demónios.
Nota sobre o fim-de-semana
Sou um pregador contido. Circunscrevo-me ao texto. Só escolho uma passagem-base para cada sermão. Considero que o meu dever é levar a congregação até à Palavra, o resto é trabalho do Espírito.
Sábado passado, fora do esquema de pregação tradicional, tive uma palestra a meu cargo. Com posteriores perguntas e respostas. Estava a discursar sobre o meu entendimento acerca da fé. Pelo menos duas vezes, estive à beira da emoção. Apontei, critiquei, fiz pouco, admoestei, provoquei a gargalhada. Fui um comunicador cheio de pathos.
Continuo preferindo a moderação no púlpito. Sem fazer grande regra. No meu caso, parece-me que correrei menos riscos de pisar o terreno que pertence ao Espírito.

sexta-feira, março 12, 2004

E porque hoje é sexta
... o inventário em construção das coisas que atenuam a minha ausência de virtudes! As três de hoje:
- ter entrado para o Seminário Baptista e estudado simultaneamente na FCSH-Universidade Nova de Lisboa sem que me tenha tornado um assassino em série esquizofrénico
- ter sido educado pelo meu pai a ouvir o "Love At First Sting" dos Scorpions juntamente com o "Various Positions" do Leonard Cohen
- ter visto na adolescência o meu pastor a tratar de um problema de canalização sem receio de contaminações velho-testamentárias.
A lista prossegue.
Nota
Para a semana vou-me converter-me à blogosfera de referência. Falar do terrorismo e do filme de Gibson. Há que trabalhar pela credibilidade.

quinta-feira, março 11, 2004

Sobre o cuidado a ter com as letras
Despacho as "Reflexões" de Kafka num dia. Sinto-me orgulhoso. Um livro em menos de 24 horas, penso. É que eu, como Montaigne, sou um leitor lento (já uma vez o escrevi). Depois do feito permito-me gastar mais tempo a ouvir música do que seria recomendável. Às quase duas da manhã danço ao som de ska. A euforia passa nas minhas orações nocturnas. Afinal o volume era mínimo e não há orgulho que seja bom. Reconheço. O intelectual está enganado. A Salvação é para ele tão urgente quanto para o homicida. Acrescentaria que talvez o assassino tenha a vida facilitada no que conta à conversão.
Tentando combater a asneira
Portugal tem bons vinhos e maus jornalistas. Ouço na têvê que o evangelho de João é aquele que mais acusa os judeus da morte de Cristo. Aceitem isto de um evangélico, caros leitores. Sobre nós, evangélicos, pende a acusação muitas vezes acertada de sermos excessivamente literalistas na interpretação da Bíblia. Ora, não existem maiores defensores, frequentemente cegos, de Israel do que nós. O Novo Testamento dá tanto espaço ao anti-semitismo quanto à prevenção da osteoperose. A verdade é dura mas é esta: o rebanho inflamado dos aleluias tem mais credibilidade que os cronistas dos periódicos.

quarta-feira, março 10, 2004

Rock?
Mais deprimente que atribuir a um evento musical uma carga ética é reforçá-la.

terça-feira, março 09, 2004

Mais um aniversário
A Memória Inventada fez um ano. O Vasco é o exemplo daquilo que de mais fantástico pode haver nos blogues: uma oficina de boa escrita.
Nota dominical
A Igreja Baptista de Moscavide tem à frente da sua fachada um lugar de estacionamento reservado. Naquele bairro acanhado a sede de estacionamento raramente se compadece com conceitos de liberdade religiosa. O irmão R., que fazia o serviço de portaria no domingo passado, angustiava-se com o desrespeito cívico. A velha natureza dava-lhe "vontade de vazar os pneus" do maldito e transgressor Renault 19 branco.
A vingança é do Senhor mas o lugar é nosso.
Preferência
Quatro discos na grafonola: "Bone Machine" de Tom Waits, "Under Construction" de Missy Elliot, "Version Galore" de U-Roy e "Emotion" de Papa Wemba. O único branco do quarteto tem a alma igualmente negra. Uma vez escrevi uma letra para a minha banda panque da altura, Guel, Guillul & o Comboio Fantasma, que dizia "só gosto de música de preto". Reafirmo-o.

segunda-feira, março 08, 2004

No concerto de Ratos
A coisa correu bem. Muitos clássicos. "Beber até morrer" e "Aids, Pop, Repressão" são o suficiente para me fazer juntar, ainda que timidamente, ao mosh pit.
Uma banda portuguesa antes. Daquelas muito saloias nas quais nós somos especializados. Nome e letras em inglês, músicos irrepreensivelmente vestidos com as fatiotas da moda, lettering baseado em Iron Maiden e um pedido pungente: na última música a assistência deveria mexer-se mais porque iam recolher-se imagens para um DVD. O panque-roque morreu.
As criancinhas II
O meu pastor, durante o sermão, fala do episódio em que uns catraios zombam da careca de Eliseu. O profeta não estava com vagar para criancices e amaldiçoou-os. Vieram duas ursas e "despedaçaram quarenta e dois daqueles rapazinhos" (II Reis 2:23-24). Deus não brinca com quem brinca com profetas.
As criancinhas
Desconheço se outras civilizações já anteriormente praticaram esta repugnância maquilhada perante o nascimento. Delicioso paradoxo o de uma sociedade que se arrepia pelo respeito dos Direitos Humanos (essa reencarnação pálida do Decálogo para mentes secularizadas) mas se atrapalha com o aparecimento de um novo ser.
São tristes os ocidentais que se julgam civilizados por não mutilar a genitália das suas meninas mas que planeiam os seus filhos entre o microondas e as férias no Brasil. Por aqui o prémio das grávidas, para além da cumplicidade no fatalismo, são os lugares de estacionamento reservados nos centros comerciais.
Não precisamos de ilustrações escabrosas sobre canibais devassos. Nós já comemos as nossas próprias criancinhas.

sexta-feira, março 05, 2004

E porque hoje é sexta
Retomo o inventário em construção das coisas que atenuam a minha ausência de virtudes. Hoje, mais três:
- ter tido uma namorada que me deixou por um estudante de Direito da Católica
- ter sido baixista de uma banda de rock evangélico
- ter passado três dias a ler Rilke num hospital público, entre algaliados vários e vítimas da próstata
Como se prevê, a lista prosseguirá.
Parabéns, pá
Agradeço as amáveis palavras que recebi pelo aniversário deste blogue.

quinta-feira, março 04, 2004

Nevermind the Euro
Ouço que faltam cem dias. A minha contagem decrescente faz-se para o concertos de Ratos de Porão no próximo sábado.

O senhor emagreceu. A banda deixou de beber, fumar e cheirar cola. Mesmo que os santos nos deixem mal há devoções que não se abandonam.
4 de Março de 2003
Faz hoje um ano começava a Voz do Deserto. Com um poste experimental e inocente, perguntando haverá cultura mais primata que a do futebol?
Poderia contar muitas coisas boas que me vieram parar às mãos graças ao blogue. Não vale a pena. Sei agradecê-las nas minhas orações.
Obrigado aos leitores.

quarta-feira, março 03, 2004

Olha outro!
Parabéns, Possidónio!
Apenas uma nota sobre o aborto
Considero-me preparado para viver num país que despenalize o aborto. Embora o considere criminoso.
Não creio em teocracias para a actualidade. Mas no seu tempo, Moisés concedeu o divórcio pela dureza dos corações dos homens (Mc 10:5). Embora a questão ética e filosófica da interrupção voluntária da gravidez (o termo higiénico) ultrapasse a desavença matrimonial, entendo que a vida em sociedade deva respeitar a atitude mosaica. O pecado leva a que não nos possamos entregar à ilusão de uma alva coexistência colectiva.
Mais facilmente aceito que as mulheres sendo criminosas devam ser toleradas, do que o aborto sendo um mal seja relativizado. Não há aqui espaço para a inocência das abortadeiras. Que a sociedade modere os seus vícios, aceito. Que os transforme em virtudes, desprezo. Os homens condescendentes são mais sábios do que os optmistas.

terça-feira, março 02, 2004

Efemérides
O BlogSobreKleist faz um ano. Parabéns, Alexandre! Encosto-me. Somos da mesma boa colheita. Quinta-feira é a minha vez.
Novos blogues
Únicos:
- o do meu missionário americano preferido em Portugal
- e o do José Flávio Teixeira que escreve de Moçambique.
E o imperativo ético de satisfazeres os teus leitores?
Ó Nuno, o que se passa contigo?
Importância química
Semelhante ao lapso de nunca ter ido ao Planetário em criança, não ouvi Anthrax na adolescência. Tardiamente tento recompensar-me a mim e a o tempo. O thrash quadrado da banda de Scott Ian transparece a impecabilidade estilística que a origem novaiorquina geralmente acarreta. E depois há um dos títulos de canções mais poéticos dos anos 80: Caught In A Mosh.

segunda-feira, março 01, 2004

Quando Deus chama II
Aproveito o embalo. Há um novo blogue muito bom: o Júlio Iglésias. O seu autor chega-nos do Vale da Amoreira. A prova da bênção que é não existir uma Fnac na Baixa da Banheira.
Quando Deus chama
Os meus caros leitores sabem que este é o único blogue com aspirações razoavelmente intelectuais que despreza amantes de jazz e chora pela ausência de um discurso crítico acerca da discografia de Hélder, o Rei do Kuduro. Há uma razão muito válida para isso.
Acontecimento estruturante na vida do Messias foi ter sido um exilado político precoce. Impedido pela política do tirano Herodes de poder crescer na sua terra, é obrigado a refugiar-se no Egipto. Como o Mestre, este vosso escriba experimentou uma fuga em alguns aspectos semelhante. Nascido em Lisboa, logo foi levado para o inquietante refúgio da Amadora. Crescer nos subúrbios não é um acaso, é a obediência a um estatuto divino (o meu amigo Vincent também fala sobre o assunto hoje).
Por que razão começar uma segunda-feira com um discurso destes? De vez em quando o profeta tem de revalidar a sua chamada.
Intercessão pelos infiéis
Fica sempre bem a um cristão poder fazer publicidade a um blogue chamado Blasfémias.