terça-feira, fevereiro 28, 2012

Ouvir
Pedro quer poupar Jesus da morte porque quer poupar-se a si próprio. Escolhemos deuses mais civilizados porque queremos convencer-nos de que não estamos assim tão mal. Como nos ensina a Palavra, seríamos arrasados por Jesus. Arreda Satanás! A pior maldade não é a morte de Cristo por nós, é a nossa vontade de a evitarmos.
O sermão de Domingo passado aqui.

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Constantino
27 de Fevereiro é o aniversário de Constantino. Este artigo vale a pena ser lido. Porque reduzir a relação entre o Imperador Constantino e o Cristianismo a um episódio de pilantragem parola não pode ser bom para ninguém. John Starke pergunta: When the classical world, once so brilliant and promising, ran out of spiritual fuel and turned to the church to hold the disintegrating world together, should the church have refused the appeal and washed its hands of the responsibility? Falar sobre o passado pede mais perspectiva que caricatura.
Filmes
- War Horse é um filme belíssimo. Apesar de me custar ver demasiados afectos com bichos (a minha gata bem sabe o destaque que perdeu quando começámos a ter filhos) Spielberg continua a estar fascinado por filmar a fidelidade. E isso é uma das coisas que cinematograficamente me apanha em cheio. Por causa do impacto que War Horse teve fui ver dois dos primeiros filmes de Steven. "Something Evil" e "The Sugarland Express". Se o primeiro é uma fita de terror para a TV que consegue com pouco criar muito, o segundo tem Goldie Hawn em fuga com um presidiário para resgatarem um filho. João Lopes tem razão quando evoca John Ford para falar de Spielberg.

- The Descendants é um filme comovente. Eurico Barros não erra quando diz que Alexander Payne é um dos raros realizadores "morais" de Hollywood. O que fazer quando os pecados de uma mulher em coma desmoralizam o marido de acreditar na família? Ter semelhante tragédia passada no Havai só pode cativar. George Clooney é extraordinário e o filme equilibra travessura e ternura de uma maneira rara.

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Para o sermão deste Domingo
Já em outras ocasiões temos referido a passagem que leremos em Marcos 8:27-33. É um texto surpreendente que nas palavras do discípulo Pedro passa de uma declaração da divindade de Cristo para a negação da necessidade de Ele morrer por nós. Provando que reconhecer que Jesus é Deus não nos assegura que compreendamos imediatamente a Sua morte expiatória.
A Escritura não nos poupa às suas vertigens. É natural que nos sintamos em desequilíbrio. Talvez nesse desnível o Espírito Santo esteja a abrir o nosso coração para seguirmos Jesus. Deus sabe como precisamos de embalo.

Ontem


















Um momento de ontem captado pelo Nuno Veiga.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Ao ritmo da Ressurreição
À excepção do Natal e da Páscoa não se pode falar de calendário litúrgico dos Baptistas. Não é apenas uma questão de existência ou não de tradição mas também uma certa aversão denominacional a tudo o que pareça ritualizado (uma discussão interessante mas que que não está em causa agora). No caso da minha família temos descoberto vantagens em seguir alguns ciclos que fazem parte da história do Cristianismo e que, não sendo matérias de fundamento teológico, são úteis para vivermos com mais significado acontecimentos como o Nascimento de Cristo ou a Sua Morte e Ressurreição. Por causa disso ontem começámos a caminhada para a Páscoa.

terça-feira, fevereiro 21, 2012

Ouvir
Apresentar uma dúvida não garante vontade genuína de conhecimento. Os ultra-ortodoxos e os liberais questionam Jesus tendo-O previamente rejeitado. De que maneira os sinais que pedimos a Deus são uma fuga da Sua presença? O sermão de Domingo passado aqui.

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

A tradicional quadra da quadra
Qualquer cristão decente
esfrega as mãos de contente
quando se prevê temporal
para os dias de Carnaval.

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Casamento
Não é de estranhar que chegue um tempo em que o casamento seja contra-cultural. Se por ser casado o casamento já é por excelência um assunto da minha vida, também pela ajuda que tentamos ser a outros casais na igreja o casamento tem sido um assunto incontornável. Eu e a Rute andamos a trabalhar o tema (com muito afinco desde 2002) mas chegámos à fase dos livros. Sei o quão repelente isto pode soar - ler livros sobre casamento. Mas temos sobrevivido e andamos razoavelmente bem-dispostos. Vejam o Tim Keller a brilhar:

One of the reasons we believe in our culture that sex should always and only be the result of great passion is that so many people today have learned how to have sex outside of marriage, and this is a very different experience than having sex inside it.

terça-feira, fevereiro 14, 2012

Um mês de cachorrinhos

Ouvir
A obediência cristã passa fundamentalmente por uma carência de Cristo e um posterior contentamento. Mais que gravitarmos entre discípulos chamativos ou calados, busquemos por aqueles que estão contentados. O sermão de Domingo passado aqui.

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

Nas bancas


















Já está nas bancas a Revista Ler onde escrevi sobre a biografia de Steve Jobs.

Não sabemos se Jobs pensou diferente. É certo que por se sentir herdeiro da contra-cultura, o que mais gostava da época e país onde tinha crescido, Steve entusiasma-se por se distinguir de uma suposta maioria preguiçosa e desinspirada. Reconhecemos-lhe sem dúvida um instinto raro e aquele tipo de persistência heróica que nos faz chamar visionários aos que insistem que a alucinação privada acabará por ser colectiva.

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Cartaz


















Andar por alguns cantos de Lisboa tem graça mas chegar à parede de casa é que é extraordinário.

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Maggie's Farm
É natural que um filme sobre Margaret Thatcher saia oblíquo. Quantos realizadores são capazes de, tratando sobre políticos recentes vivos, arriscar no reconhecimento de méritos possíveis? O cinismo é um posto. É mais fácil mitificar personagens mortas e distantes (a lenda dá-se bem sem o direito ao contraditório) do que reconsiderar um mal-amado.
A edição é tão labiríntica quanto inconsequente e torna em caldo disforme qualquer possibilidade de uma narrativa lógica. A acção de Iron Lady é um ataque epiléptico de pouco mais de hora e meia em que os méritos de Meryl Streep não ultrapassam o nível de imitação impressionante comum ao que Fernando Pereira nos habituou nos shows do Casino Estoril.
À falta de certeza acerca do que fazer da personagem o filme inventa semi-twists niilistas para, quem sabe, esperar que dos contrastes forçados nasça alguma boa ideia no ecrã (filha do merceeiro versus comandante da guerra, you get the picture). Nada. A única conquista é conseguir converter a história de um dos políticos mais incontornáveis do século passado (que por acaso nasceu mulher, inglesa e plebeia) num ziguezaguear de alucinações tremidas, em farsa de garantia de imparcialidade. Back in the day, o cinema inglês crítico de Thatcher costumava ser neo-realista. Este nem a sub-surreal chega.

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Ouvir
Pensando em termos da nossa comunidade em SDB, façamos da substância também um estilo. Não no sentido de repelirmos quem precisa. Mas procurando espicaçar conversas vivas, arrebitadas e provocantes (como a do Messias com a mulher sirofenícia). Sem cultivar facilidades e paternalismos. Não para que os egos se suplantem mas para que os corações se submetam. É assim que Jesus faz acontecer as coisas.
O sermão de Domingo passado aqui.
Os que partem, Luísa, Guel
- Talvez os cristãos precisem de pensar tanto na morte pelo hábito que têm de orar pelos doentes. Cá em casa tem acontecido orarmos com as crianças por pessoas que Deus acaba por chamar para Si. Não é fácil explicar a pequeninos porque o Senhor leva quando quer aqueles que nos são queridos mas é possivelmente uma escola de atitude (porque ao orar exercitamos a vontade) e paciência (porque ao orar podemos ser respondidos ou não).
- A minha irmã gémea deu à luz a terceira menina. É muito linda e diferente dos meus filhos. As minhas sobrinhas têm genes formidáveis, uma mistura de português das Beiras com Angola. Até o sangue do nosso sangue é um work in progress. Bem-vinda, Luísa!
- O meu companheiro mais antigo e fiel faz hoje 34 anos. Somos inseparáveis desde os oito de idade. Creio que nada houve de significativo na minha existência que não tenha sido partilhado com ele. Se Deus permitir, estaremos cá para outro tanto. Parabéns, Guel!

sexta-feira, fevereiro 03, 2012

Samuel Úria, Bruno Morgado, Leonard Cohen, LLana Del Rey
- Tenho o grande privilégio de andar a ouvir as gravações do novo disco do Samuel Úria. Esperam um disco grande. Esperem canções também grandes. Esperem grandeza porque é a isso que o Samuel nos tem habituado no Passado e neste Presente trabalhou ainda mais e melhor.
- Tenho o grande privilégio de andar a ouvir as gravações do disco do Bruno Morgado. Bomba. Bomba. Céus. Que o "Bruno Morgado é tudo o que interessa" é um refrão que sei de cor há uns anos mas com estas seis canções aquilo que era uma crença obscura vai poder ser uma fé popular. O sucesso do Bruno não depende de enamoramento generalizado até porque não somos nós que gostamos da música do Bruno Morgado, é a música do Bruno Morgado que gosta de nós. Mas que o momento é de esperança, é. Com um extra supremo de ser produzido pelo semi-desaparecido João Coração que confirma aqui que aquilo em que toca palpita forte.
- Estou com a Time Out que diz que este é o melhor disco do Leonard Cohen desde "The Future". Voltamos a ter hinos.
- Parece-me que a Llana Del Rey é sobretudo onda e boa onda. Como puritano que sou não me impressiona o ambiente de luxúria instituída ao longo de todo o disco mas reconheço que algum suave melodrama pós-adolescente também não pode fazer assim tão mal à música pop.