sábado, agosto 30, 2003

Ultramarinos
É pena não se reflectir sobre a contribuição dos imigrantes das ex-colónias no Portugal contemporâneo. Peguemos no exemplo dos brasileiros. Na sua estada por cá ensinam-nos a fazer sexo mais criativo e a multiplicar igrejas evangélicas (no fundo são actividades similares). O que é que em Vera Cruz nos escapou desde que D. Pedro se pôs aos gritos?
Obrigatório
A reescrita do clássico "TNT" dos AC/DC pelos Six Feet Under.
Obrigados
Agradeço a todos os que têm escrito à Voz. Para a semana, regressado a casa, será posta em dia toda a correspondência.
De mãos unidas para o passarinho
O Pedro Mexia defende no Independente que os actos de fé não devem ser filmados. Para quem, como eu, assegura parte da sua subsistência registando televisivamente a religião dos outros este torna-se um tema essencial. Entre tímidos catolicismos, protestantes de língua solta, ortodoxias de camisa abotoada, nudez iconográfica evangélica, temores sepulcrais ante a imagem e fotografias gringas que roubam as almas aos índios, vale a pena trocar umas ideias sobre o assunto. O e-mail é o do costume.
Abro as hostilidades com Mateus 5:6: "Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê secretamente, re recompensará".

quinta-feira, agosto 28, 2003

Fraca mater
Postagem curta hoje: quando o desmoronamento se iniciou na vida de Job a família foi fraca instituição na esposa precipitada. Georges de La Tour pintou este momento com inspiração.

quarta-feira, agosto 27, 2003

Rápida visita a Babel
Encontro um casal com um bebé nos braços. Prevejo apressadamente a duração da sua vida pelas proporções físicas e arrisco: "quantos meses tem?". Respondem-me que tem um ano. O pai tenta diminuir o meu erro de cálculo com um paternalista "fez 12 meses" (os homens são mais benevolentes com estas imprecisões). Espero que não suspeitem que considerei a criança subnutrida. Foi pura falta de pedoexperiência. Mas sei que a comunicação entre os seres humanos se faz de tudo isto. Triste busca pelo Divino que nos leva sempre a falar em línguas diferentes.
Que se saiba
O último poste é também uma homenagem ao Ponto.
Vidas separadas
Pedro Rolo Duarte e Eduardo Prado Coelho têm sido algumas das figuras públicas que se destacam na procura de um sentido que justifique os blogues. Já não é a primeira vez que recupero contacto com amigos distantes graças à Voz. Contra o Encontro do Ponto sugiro o Ponto de Encontro.
Enlace
Perdoem-me os caros leitores mas é impossível não me deter nas mensagens semi-subliminares dos objectos quotidianos. Encontro uns chinelos que afirmam "University Of Love". Estranho casamento entre a estética estival e a crença em que o conhecimento académico conduz à virtude.

terça-feira, agosto 26, 2003

Letra popular
Leio três dos ensaios que prefaciaram uma edição parcial da Bíblia lançada pela Três Sinais há um par de anos. Os de Jorge Sampaio, Manoel de Oliveira e Joshua Ruah (este último, o menos interessante). Agrada-me o conceito e graficamente foi irrepreensível. A ausência de convívio com a leitura das Escrituras é uma das causas da ignorância dos portugueses. Creio nesta tese tão escandalosamente simples. Mas os cristãos serem o Povo do Livro é completamente distinto da Bíblia ser o Livro do Povo.
Audições
O estimado amigo Hugo Sardinha escreve à Voz. Aconselha o que para ele é o único disco actual de música portuguesa que vale a pena ouvir: o Ao Vivo no Pavilhão Atlântico do Tony Carreira. O Hugo faz parte de um escasso grupo de nove ungidos que completou a sua licenciatura na FCSH sem sair com uma membrazia vitalícia no parque de campismo de jovens revolucionários do PSR. Confesso que a carreira de Carreira (perdoem o pleonasmo) me é oculta mas excita-me mais este singelo trovador de botas texanas do que o nacional advento das lagartixas que tratam o Jon Spencer por tu.
Respirações
Há dias falava eu de pausas e entra o Pedro em selah. Desejamo-lo curto.
Troco
Escrevo num caderno de notas pindérico que diz na contracapa: "What are we doing to nature?". Recordo o apóstolo Paulo e contraponho: o que podemos nós fazer contra a natureza?

segunda-feira, agosto 25, 2003

Salvos pelo aroma
É graças ao nariz de Deus que temos a certeza que este mundo não acabará através de uma catástrofe natural:
"E edificou Noé um altar ao Senhor (...) e ofereceu holocaustos sobre o altar. E o Senhor cheirou o suave cheiro e disse o Senhor em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem" (Génesis 8:20-21).
Pequena história de amor
H. tem quase cinquenta anos. Recorda-me uma personagem soluçante das aventuras do Tenente Blueberry. A sua fatalidade foi apaixonar-se por uma evangélica na juventude. Hoje fala dos assuntos da fé com assertividade excessiva mas com uma honestidade desarmante. Supremo humor salvífico - um eros tornado mensageiro solícito do Senhor.
Interrogação
Agora que os deslumbrados e os meigos se excitam com o regresso do pós-panque dançável por que é que ninguém fala do primeiro álbum dos Heróis do Mar?
"Paixões violentas
Amantes furiosos!
"
Balanço
O grau de decadência de um país atesta-se pela possibilidade de a moda ser ditada pelas preferências estéticas dos futebolistas.

domingo, agosto 24, 2003

Dinastias
Faz 40 anos o discurso do sonho de Martin Luther King. A abordagem típica acrescenta retratos à galeria dos homens bons do século XX. Tento refrear o meu impulso de desenhar bigodes nas senhoras filantropas e chifres nos amigos da humanidade. O MLK do panteão é desinteressante. É essencialmente um funcionário do progresso humano, um assalariado da política de tons beige. O negro que sonhava está oculto detrás de tão palavrosas efemérides.
Os olhos da testemunha II
Passo os olhos pelo "Assassínio na Catedral" de Eliot.
"Nem segurança há mais na Catedral. Mas nossos pés
arrastam-nos para ela
Com o presságio de um acto que nossos olhos hão-de testemunhar:
Seremos dele forçadas testemunhas.
"
Somos sempre forçadas testemunhas da realidade. Uma menor parte das vezes não nos custa falar do que os nossos olhos viram.
Epístola a gregos, judeus e gentios
Admoesto-vos, pois, irmãos, a ler as palavras do nosso irmão Pedro Lomba sobre o Apóstolo Paulo.
Ícones
Os evangélicos têm a mania inestética de colar peixinhos nas traseiras dos seus automóveis. Herdei recentemente uma viatura com um. Não o retiro. Não temos de viver tão determinantemente assustados pelos símbolos.
Stop
Na leitura dos Salmos há uma nota frequente: selah. Significa pausa. O leitor deve respeitá-la. Esta semana passo-a no Alentejo, junto de outras sessenta pessoas à volta das Escrituras. Provavelmente há uma ética em ler e parar nas alturas devidas. Assim como em escrever. As letras só interessam enquanto sinais de vida. Que me perdoem os formalistas russos.
Os olhos da testemunha
Em que consiste a portugalidade? Em existir uma empresa de ambulâncias chamada SadoMacas e uma Agência Funerária Tarzan.
Questão
Entre um cão maltratado a dormir e uma mulher no mesmo estado de sonolência em quem confia primeiro um homem?

sábado, agosto 23, 2003

A religião do Livro
Inicio-me na leitura de Camilo José Cela. A Cruz de Santo André. O escritor descreve a existência como um desmoronamento. Eu concordo.
O meu triste lugar entre os fogos da terra
Vi uma grande coluna de fumo a caminho de uma semana de lazer. Assustei-me. O mundo divide-se entre aqueles a quem as catástrofes naturais perturbam os tempos livres e os outros.
Regresso
Provavelmente a postagem será ainda irregular nesta próxima semana. Mas a Voz do Deserto retoma a pregação.

sábado, agosto 09, 2003

Nem só de pão viverá o homem (Mateus 4:4)
E aqui se despede a Voz do Deserto por um período de duas semanas. A aridez responderá aos anseios da alma. Lá para dia 23 estaremos de volta para dar troco às provocações do Maligno.
Pequenos reinos
O estimado Rui foi agraciado pela benção de possuir a primeira edição do "In Vivo". Igualmente o apreciado António diz que só Deus lhe decifra a respiração porque elas são biombos sagrados. Façam chegar as novas ao Rui. Há monarquias que prevalecem.
Preferências
Acerca do poste sobre o bispo Robinson, o caro David Cameira escreve à Voz revelando preferir os padres polacos, que chegando ao nosso país se recusam a dar a comunhão às senhoras parcamente vestidas, a estes curas do up-date. Eu também acho que há mais teologia em mandar alguém cobrir os ombros do que em ostentar paramentos com lantejoulas.

sexta-feira, agosto 08, 2003

Preferências
Acerca do poste sobre o bispo Robinson, o caro David Cameira escreve à Voz revelando preferir os padres polacos, que chegando ao nosso país se recusam a dar a comunhão às senhoras parcamente vestidas, a estes curas do up-date. Eu também acho que há mais teologia em mandar alguém cobrir os ombros do que em ostentar paramentos com lantejoulas.

quinta-feira, agosto 07, 2003

Naturezas
É bom apanhar ar fresco.
Compromisso patriota
Com portugueses só discuto sobre música se conhecerem o "In Vivo" dos GNR. De contrário, nada feito.
Atrasos
Cristãos há que não se perdoam por não ter sido a igreja a fazer a Revolução Francesa. Choraram escandalizados ao saber que Freud não era baptizado e perguntaram intimamente "por que não encontrei aquela camisa antes?!" ao observar a sofisticação assertiva de Foucault. São estes que festejam agora a chegada ao bispado de Robinson. Sacerdotes que ingressaram na vida religiosa porque não tiveram média para entrar no curso que desejavam.
Marretada cinematográfica
Providencialmente acabo de ver Bruce Almighty. Confirmo: o Deus Todo-Poderoso judaico-cristão não é apenas um tipo simpático que responde a preces e aumenta as mamas da namorada. Mas é certo que como os americanos são tipos mais descontraídos o Senhor acaba por se ocupar desse tipo de expediente. Na Europa, terra de tímidos, o grau mais lúdico que atinge é jogar às escondidas com as Constituições.
Conselho precipitado
Ainda não li mas já recomendo: "A experiência de ler" de C.S. Lewis, edição da Porto Editora.
Poste aberto a Eduardo Prado Coelho
Ponto prévio: simpatizo com EPC. Foi meu professor e é uma pessoa socialmente interessantíssima, acessível a estimulante. Relembro uma ocasião que, perguntando-lhe por uma nota, ele me referiu que o trabalho estava bom mas muito mal escrito. A sua gentileza e sentido de justiça permitiram que ouvisse tal frase sem sequer colocar em causa a autoridade do professor para a proferir.
Parece que em determinado círculos falar mal de EPC é garantia de granjear simpatia imediata. Desprezo tal ascensão.
Reconheço que, e sem grandes rigores cronológicos, EPC era, até esta altura, maioritariamente pouco contradito: os blogues têm vindo a desfazer a aceitação semi-consensual das suas elocuções. Ora, acredito que este facto ganhe ressonâncias emocionais no colunista (porque é da sua humanidade que falo).
Já referi uma vez que Portugal vive simbolicamente sob o espaço permitido pelos seus próprios sacerdotes, ainda que goste ingenuamente de se pensar país laico (a tal ausência da Reforma Protestante faz todo o sentido). A participação política necessita sempre, no nosso país, de um selo conferido pelos agentes desta sacralização externa. Quando a ética calvinista ainda é interpretada como rastilho de capitalismo desenfreado (seja lá isso o que for) os factos ficam à vista... Ora, os blogues vieram esbater esta atribuição de crédito consagrada também na imprensa que temos (que se comporta paroquialmente).
Urge perguntar: a partir de que altura estou eu autorizado a escrever sobre o que me apetece? Após completar tarefas modestas, uma recensão a um livrinho sem importância, um acontecimento musical, a reportagem de uma viagem às Maldivas? Depois de estabelecer o tal um pacto de confiança com os leitores?
Por exemplo: eu que faço um trajecto estranho à cultura do jornalismo por aqui existente, sendo evangélico e não de esquerda, e sendo este mesmo jornalismo especificamente adverso aos pontos de vista que procuro comunicar (e isto não é teoria da conspiração - deixo-as para os bardos roncadores do socialismo-chic) como posso ter acesso ao debate das res publica? (O Pedro Mexia referiu-se com propriedade ao problema no seu artigo do DN de 29 de Julho.)
Agrada-me a prudência de grande parte dos jogos sociais. Desconfio do deslumbramento que reconheço que me tem contagiado esta história dos blogues. Mas o sábado foi criado para o homem e não o oposto.
Termino mencionando o parricídio edipiano sugerido por Lúcia Guimarães que Pedro Rolo Duarte repescou no DNA e aproveitando igualmente a referência a Kierkegaard: considerem esta coisa da blogosfera uma espécie de desforra pelos hipotéticos efeitos sociais nefastos do quase-sacrifício de Isaque por Abraão. Depois dos pais pegarem na faca, é a vez dos filhos.

terça-feira, agosto 05, 2003

Verões de conhecimento
Era tão bom que pudéssemos aliar o gozo das férias à instrução. Quando mergulhássemos na água cantaríamos de consciência sábia:
Well, who are these children all dressed in red?
God's a-gonna trouble the water
Must be the children that Moses led
God's a-gonna trouble the water
.
Misturas II
A rádio que mais acompanho nestes dias é a RDP África. Obviamente por razões de fruição estética. Não compreendo porque passa também música brasileira mas deve ser a lógica do preto. Tudo o que não é branco, português, colonizador torna-se representado pelo alcance simbólico do termo África. Quando julgamos poder contar com uma especialização eficaz trazem-nos desconstruções semióticas tremidas.
Misturas
Os Episcopais americanos andam às voltas com a eleição de Robinson, o tal que é gay e quer ser bispo. Quando as preocupações dos religiosos se tornam de ordem do convívio filantrópico qualquer argumento de interpretação bíblica é tão adequado quanto afirmar que Catarina Eufémia foi a reencarnação de Teresa de Ávila.
Na Grafonola
Street Legal do Dylan. O trovador dos direitos civis é um postal ilustrado de má impressão. A América também terá os seus Sérgios Godinhos mas não os encontrará por aqui.
Once I had a pony, her name was Lucifer, diz Bob na segunda canção. Pouco mais é preciso.
Cinco
Uma mão cheia de blogues a visitar: Sushi com Cólera (nome providencial), Gatinha Curiosa (não é nenhum local erótico), Homem-a-dias (frequentemente me sinto um), Razão Impura (conselho duvidoso vindo de um religioso) e Borras de Café (embora quase sempre beba descafeinado).

segunda-feira, agosto 04, 2003

Fé e sexo
Não sou companheiro de luta de Andrew Sullivan na luta pelo casamento homossexual. Mas tenho de reconhecer que as suas palavras são aqui sábias: "I also need some time and space for spiritual reasons. It's hard to describe the agony gay Catholics are now in; and I'm facing a pretty major life-decision. In this, you need quiet to listen to God and pray sincerely for his help in the struggle to maintain a good conscience and lead a moral life". No nosso país isto seria considerado um resquício de uma educação religiosa opressora. No outro lado do Atlântico a Fé não escandaliza porque simplesmente é natural. E os gays não são contingente exclusivo da Frente Libertadora da Esclarecida Esquerda (ver o artigo do Pedro Mexia sobre o assunto no Independente de 25 de Julho).

domingo, agosto 03, 2003

Alunos esforçados buscando preceptores estrangeiros
Por que razão não existe crítica musical em Portugal? Porque obviamente nunca ouviremos o deslumbrado Blitz, a redundante Mondo Bizarre, o aplicado DNMais ou o chique Y a classificar um disco do já mencionado cançonetista.
Grafonola palpitante
Comprei finalmente um dos discos obrigatórios da música feita em Portugal nos anos 90 - "Pimba, Pimba" do Emanuel. É um registo desigual. O "Rapaziada, vamos dançar" é de longe superior. O que continua aqui a valer a pena para além da composição antológica que intitula o álbum? Ao contrário da simpatia da populaça pelo intérprete, não aprecio os jocosos duplos sentidos da literatura emanuelina. Mas sou fiel à parceria com Quirino Monteiro e Tó Maria Vinhas. O baile pode seguir.
Uma nova fé protestante
Uma humanidade há que os únicos abismos que conhece são os dos canos dos lavatórios. Aqui, a vida das pessoas é desprovida de matéria moral, uma encenação sofisticada de kitsch de fin de siécle. A única ética é a dos direitos do consumidor. Cedo chegou o tempo em que a Deco suplantou a Igreja Católica na administração dos sacramentos.
Tristeza cinematográfica
Na versão portuguesa o Sinbad da Dream Works diz "fónix".
Coordenadas
Ouço de cristãos que continuam ofendidos por terem sido os judeus o povo escolhido. O Deus desta gente é geograficamente inapto, zarolho em mapas. Religião que goste de ajudar Deus a fazer-se compreender não é religião não é nada.
Leituras e prazeres
A Leitora, instigada por Borges e Joyce, acredita num conforto e alegria posteriores a uma leitura que nos dá muita luta. Talvez tramado por insondáveis feitios da educação religiosa, tendo a simpatizar com esta posição. Quando tinha os meus doze anos assumi a empresa de ler todas as Escrituras. Com uma disciplina incerta mas inocente lá acabei por ler a Palavra. Como podem antecipar, o livro do Levítico é, para um rapaz na puberdade, apenas timidamente emocionante. Claro que dessa leitura pouco resta mas partir da premissa que só o prazer é um bom leme é quase tão estúpido como fazer apenas aquilo que nos apetece.
Troca de minutos
O caro Rui Almeida inspirado pelo tema do Juízo Final transcreve um poema de Eliot. A extratemporalidade da natureza divina que descubro subentendida no poema parece-me certeira para o assunto do fim dos tempos. Voltarei a este assunto. Ficam duas linhas:
"... disse a ave: o género humano
Não pode suportar muita realidade
".

sexta-feira, agosto 01, 2003

Estou no telhado a beber vinho do Porto!
Depois de um dia passado junto de pessoas com deficiência (como manda dizer o protocolo) há uns pensamentos a alinhavar sobre o corpo (relembrando os velhos tempos de ciberculturas e afins). Mais umas breves correspondências a pôr em dia. Isto após esta praga velho-testamentária de calor passar.