sexta-feira, março 28, 2014

TVI
Para quem não viu. O João Miguel é generoso a sério: permitiu que eu fosse com ele, feito pregador-apêndice. Sobrevivência, morte e ressurreição nas manhãs da TVI.

quarta-feira, março 26, 2014

Ribas


terça-feira, março 25, 2014

As razões porque precisamos mais de Cristo e nem assim tanto de Jesus - Parte IV
Quem gastar tempo a ler os evangelhos sabe que Jesus tinha problemas com aqueles que o difamavam mas também tinha problemas com aqueles que o elogiavam. Isto devia arrepiar-nos, sobretudo para nós que fazemos da simpatia um objectivo e não uma ferramenta. Contra mim falo, acreditem. É das lutas morais mais difíceis para mim: entender que a empatia que estabeleço com as pessoas deve servir a empatia que as pessoas devem estabelecer com Deus. A maior parte das vezes caio no pecado terrível de relacionar-me com os outros partindo do princípio que o mais importante nesse relacionamento sou eu mesmo. Ou seja, tento ser amável para ser amado. É sempre a morte do artista. Porque Deus criou os homens para eles se amarem de um modo que, quando se amam, amam ainda mais a Deus. A nossa obsessão com sermos amigos de todos é uma rejeição da amizade mais importante, que acabamos a rejeitar: a amizade com Deus.
A liberdade que tenho descoberto é aquela que um cristão tem de poder ser amado ou odiado não pelo que faz com o seu material genético, mas pelo que é a partir da sua fé. Por isso a Bíblia nos ensina que seremos odiados por causa de Cristo (Mateus 10:22 e Mateus 24:9, por exemplo). É uma maturidade que ainda me está distante, essa de viver de um modo em que não sou afectado pelo facto das emoções que os outros têm por mim serem condicionadas directamente pelo que eles sentem em relação a Cristo. Mas é para aí que quero caminhar. Que se dane o Tiago que isto é acerca de Cristo. Devo ser sincero: ainda me custa quando sei que alguém não gosta de mim. E reconheço que há maneiras de pessoas não gostarem de mim que não são porque eu sou um cristão extraordinário. Uma boa parte das vezes as pessoas não gostam de mim porque sou um cretino envaidecido. Trabalho para que o meu progresso moral me leve a evitar que desgostem de mim por causa da minha cretinice mas que desgostem de mim pelo meu cristianismo. Desejo essa limpeza espiritual, mesmo que ela atrapalhe severamente a minha vida social. Deus me ajude.
Mas alguém pode perguntar: porquê essa fixação com querer gerar uma reacção negativa nos outros? Afinal de contas, Jesus também não disse (em João 17:21-23) que o mundo reconheceria que ele veio quando vê os cristãos a amarem-se uns aos outros? Nem mais. A Escritura diz que os cristãos serão odiados mas que também podem ser amados pelo modo como vivem a sua fé. As duas situações, sendo antagónicas, revelam o que deve estar no centro e permitir a oscilação: Cristo. Há alturas em que o mundo se sente atraído para Cristo por causa dos cristãos e há alturas em que o mundo sente repulsa de Cristo e manifesta-o nos cristãos (e há também o risco do mundo sentir que os cristãos representam mal Cristo - esta última hipótese, apesar de verdadeira, suspeito que é geralmente tão dada para eliminar as duas anteriores). Creio que hoje devemos enfatizar a reacção negativa na medida em que, pelo menos num certo contexto Ocidental, os cristãos parecem vidrados em quererem apenas ser alvo da simpatia dos que não crêem. Ainda esta manhã, quando lia que uma paquistanesa foi atacada pelo seu marido com ácido por estar a frequentar uma igreja, me senti colocado em causa. O que sei eu de ser realmente despromovido por causa da minha fé? Provavelmente, e em comparação com outros cristãos de outro lugar e de outro espaço, nada.
Termino lembrando um texto nas Escrituras que me desmascara em todas as ocasiões. O do jovem rico. Eu sou igual ao jovem rico. E não nos deixemos enganar pela qualificação da personagem: na Bíblia a riqueza do jovem rico é a sua pior pobreza porque é o que o impede de seguir a Cristo. Eu sou igual ao jovem rico porque o mais importante que tenho para aprender com ele não é como o dinheiro nos afasta de Cristo (porque eu não tenho tenho o dinheiro que ele tinha) mas como as nossas presunções prévias de perfeição nos afastam de Cristo. Estou a resumir muito mas é aqui que quero chegar: provavelmente Jesus enxotou o jovem rico quando o jovem rico o chamou de bom porque sabia que o jovem rico só chamou Jesus de bom porque o jovem rico tinha acerca de si mesmo a convicção que era bom (visível no modo como o cumprimento da lei surge como um emblema que o jovem rico exibirá depois na conversa seguinte). Como se Jesus nos estivesse a dizer: "vai chamar bom a outro se o teu objectivo é chamares-me bom para que eu diga que tu também és." Esta poderia ser uma descrição da minha biografia de pecador. E, infelizmente, creio que poderia ser a descrição de uma cultura global, que endeusa a simpatia como um modo de gostarmos dos outros desde que os outros gostem previamente de nós.
Escrevo este texto ainda no contexto dos da semana passada. Quero enfatizar o modo como preferir um Jesus empático pode ser desprezar Cristo. Claro que o meu objectivo é explicar que Jesus e Cristo são uma e a mesma pessoa. Hoje, nesta questão do elogio a Jesus, gostava apenas de partilhar como pode ser uma estrada de decepção. Falo também da minha experiência pessoal, reconhecendo o pecador untoso e molusco que posso ser no terreno da bajulação. Claro que já pequei muito também no território das palavras duras. Mas no geral, a minha rispidez, quando guiada pelo Espírito Santo, é a maior amizade que me é possível. Preciso cada vez mais dela.
Ouvir
A capacidade de sermos pessoas fiéis não está no que fazemos mas no que Deus faz por nós. 48 mns e 3 segundos para entendermos que a fidelidade restringe-nos para que possamos crescer na nossa identidade.
O sermão de Domingo passado aqui (clicar em cima de aqui).

segunda-feira, março 24, 2014

Na partida da nossa Irmã Bina
Leitura de Marcos 9:30-37
A 50ª pergunta do Catecismo que ensinamos na nossa igreja pergunta: O que é que a ressurreição de Cristo significa para nós? E responde: Cristo triunfou sobre o pecado e a morte [ao ser fisicamente ressuscitado,] para que todos os que confiam nele sejam erguidos para uma nova vida neste mundo e para a vida eterna no mundo por vir. [Assim como um dia seremos ressuscitados, também este mundo será um dia restaurado. Mas aqueles que não confiam em Cristo serão erguidos para a morte eterna.] Por que ensinamos isto às nossas crianças, acabadas de chegar a esta vida? Porque esta é a certeza daqueles que partem dela. Esta era também a certeza da nossa irmã Bina, que hoje honramos com este culto a Deus que recorda também a sua vida deste lado da Ressurreição.
Em Novembro passado eu a irmã Irene juntámo-nos à irmã Rosa, filha da nossa irmã Bina, para comemorarmos o 91º aniversário da nossa querida irmã no lar onde ela se encontrava, ali em Campo de Ourique. Como cheguei há pouco mais de um ano à Segunda Igreja Baptista de Lisboa, e como a nossa irmã Bina já estava fisicamente incapacitada de estar nos cultos antes dessa chegada, foi nesse encontro que finalmente a pude conhecer. E digo finalmente porque se não a conhecia pessoalmente, já a conhecia através dos testemunhos dos membros da Igreja. Não eram poucos os que a mencionavam. Há uns meses houve um culto da tarde em que os membros da nossa comunidade foram desafiados a partilharem quais algumas das pessoas que nas suas vidas eram exemplos espirituais. Recordo quando o João Silva tomou a palavra que referiu o modo como a irmã Bina era um exemplo da transformação que Cristo traz à vida dos que crêem nele. Tendo em conta a diferença de idades entre o João e a nossa irmã Bina, significa na prática que em vida a nossa irmã conseguiu influenciar pelo menos três gerações. Influenciou a sua, porque pessoas como a irmã Irene, um pouco mais nova que ela, referiam o testemunho da irmã Bina. Influenciou a geração dos seus filhos, porque pessoas como o irmão Sérgio, mais novo que os seus filhos, referiam o testemunho da irmã Bina. E influenciou a geração dos seus netos, porque pessoas como o João, um pouco mais novo que os seus netos, referiam o testemunho da irmã Bina.
Esta influência que a irmã Bina teve na vida dos outros não se compra. Não é o que acontece por sermos cultos ou prósperos ou poderosos. Esta influência que a irmã Bina teve na vida dos outros foi-lhe dada. É uma graça. Os cristãos podem ser influência para outros cristãos por causa de Cristo. É Deus na nossa vida que permite que a nossa vida possa impressionar a vida dos outros. Logo, os cristãos não competem entre si para provarem coisas uns aos outros. Esta lição é preciosa e é visível na vida da nossa irmã Bina porque, sendo uma cristã humilde e pronta para o serviço, pôde influenciar como muitos cultos, prósperos ou poderosos não conseguem. Aliás, mais. O texto bíblico que lemos ensina-nos que é precisamente por sermos humildes e prontos a servir que podemos influenciar. Porque a humildade e o serviço foram características do próprio Cristo.
Nós, como discípulos de Cristo hoje, não somos diferentes dos discípulos de Cristo do passado. Como nos diz o texto, somos também pessoas que preferem não tomar atenção a Jesus quando nos fala de sacrifício (vs. 31 e 32) mas que se dedicam a conversas uns com os outros para provar quem tem mais sucesso (vs. 33 e 34). Jesus é mesmo muito paciente connosco. Quando nos confronta chama ao seu colo uma criança (como nos diz o v. 36). Porque essa criança simboliza aquilo que de mais distante fica das nossas ambições de homens crescidos. Essa criança é a humildade que nos parece que não serve para nada porque não nos dá prestígio. E essa criança é o serviço que nos baralha as voltas nas palavras do Mestre: "Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos." Os primeiros são os últimos e os últimos os primeiros.
Creio que, de algum modo, a criança de que Jesus fala também pode ser a velhinha de quem hoje nos despedimos provisoriamente. Porque a velhinha de quem hoje nos despedimos provisoriamente é reconhecida nesta comunidade de cristãos como exemplo de humildade e serviço. Que património! Quantos irmãos enterramos sobre os quais não podemos dizer a mesma coisa? A nossa irmã Bina imprimiu fundo nos corações de muitos aquilo que os discípulos teimavam em querer deixar só à superfície dos seus. Ter a estatura de Jesus, em humildade e serviço, é mais valioso do que provar aos outros que somos maiores do que eles. Hoje lembramos esta lição com o exemplo de uma vida - a da nossa irmã. E o facto desta vida já ser pertença agora do nosso Pai só pode entusiasmar-nos a querer imitá-la. Quem por causa de Cristo é humilde e servo vive para sempre porque o nosso Deus é eterno. Que ele nos ajude nesta hora e console os nossos corações.

sexta-feira, março 21, 2014

Para Domingo
Só perdemos quando nos limitamos ao que já sabemos acerca de nós. Talvez por causa disso o auto-conhecimento não seja algo assim tão importante para a fé cristã. Como cristão eu não quero ser o que sou por me auto-conhecer. Como cristão eu quero ser o que ainda não sei que sou porque sei que Deus sabe acerca de mim o que eu ainda não. É por isso que confio em Deus para ter uma identidade para a qual ainda não me sinto à altura. Isso é a fé. E é por isso que preciso de prometer coisas que ainda não sei se serei capaz de manter. Porque é nesses momentos que confio numa capacidade superior à minha para ser mais do que já sou. Olhemos para o exemplo de Abraão. É como se Deus lhe dissesse: Faz o que te digo para fazer de ti o que quero. Sai do teu país para fazer de ti uma nação. Deixa os teus pais para que te dê filhos.

quarta-feira, março 19, 2014

As razões porque precisamos mais de Cristo e nem assim tanto de Jesus - Parte III
Deixemos uma mulher explicar-nos que tipo de homem Cristo foi. Como tenho escrito esta semana, há maneiras de gostar de Jesus que são maneiras de odiar Cristo. Dorothy Sayers é a mulher para a missão em causa. Escreve num texto maravilhoso chamado "Creed Or Chaos": "Nos últimos anos a Igreja não tem sido bem-sucedida em pregar Cristo; ela tem pregado Jesus, o que não é bem a mesma coisa. Creio que o homem vulgar simplesmente não entende de todo a ideia que Jesus Cristo e Deus o Criador são literalmente a mesma pessoa" (e aqui o termo pessoa funciona em termos de identificação do mesmo Deus e não da diferença de pessoas dentro do Deus que é Trindade). Nem mais. O que é que isto provoca? Que, continua Sayers, "a maioria das pessoas pensa que quem suportou os pecados do mundo não foi a vida eterna criativa do mundo, mas alguém diferente, que acabou por ser a vítima de Deus, o Criador." Na prática, acabamos a fracturar aquilo que a fé cristã tem como junto, simpatizando com o pobre Jesus que acaba morto enquanto os seus seguidores o divinizam contra a sua vontade, para poderem ter um poder religioso para impôr aos outros. Se o nosso Jesus é esse, larguemo-lo porque não é seguramente o do cristianismo.
A generalização de Dorothy Sayers pode ser verificada mesmo no meio evangélico onde cresci em Portugal. Resumindo muito muito, os cristãos evangélicos enfatizam a relação pessoal do crente com Jesus porque crêem que a salvação é da ordem do individual. O Céu enche-se alma a alma e não por desconto às grandes quantidades. Na conversa que Jesus teve com Nicodemos o conceito de novo nascimento dá nome àquilo que os cristãos evangélicos acreditam que é essencial para quem confessa a fé. É preciso que renasçamos espiritualmente através de Cristo para termos nele uma nova identidade que nos assegura a paz com Deus que o nossos sucessos e os nossos fracassos pecado não conseguem. Por isso o cristianismo é definido não por uma pertença a uma tradição religiosa (mesmo que seja chamada de cristã), mas por uma pertença ao próprio Cristo, pertença essa reconhecida na mudança radical que só ele permite. Ou seja, a insistência dos cristãos evangélicos na "relação pessoal com Jesus" nasce de uma convicção cristológica forte.
O problema acontece frequentemente por essa afirmação cristológica poder ser confundida como um subjectivismo. Como assim? Ao falarem tanto na necessidade da "relação pessoal com Jesus" os cristãos evangélicos podem passar a ideia que, como é algo individual, torna-se um indivíduo o centro dela. A partir daí a porta fica aberta para ser a pessoa a definir em último grau o Jesus com que ela decide relacionar-se. E, nesse sentido, não deixa de ser merecida a crítica que muitos católicos romanos fazem a um certo individualismo acelerado protestante. Afinal de contas, às vezes pode ser confortável o protestantismo se ele funcionar como uma caução para eu acreditar no Jesus que eu decido escolher. Como se tivéssemos uma multidão de cristãos que, de tão seguros que estão de se relacionarem pessoalmente com Jesus, não precisam de viver essa relação no quadro da outra relação que esse mesmo Jesus também lhes deixou: a Igreja. Aliás, para muitos a Igreja vai soar a um empecilho para a real autenticidade da experiência cristã. Ninguém afirmará esta lógica para si mesmo mas é frequente encontrar cristãos evangélicos que consideram a Igreja um extra em relação à sua salvação pessoal. A estes vale a pena dizer: a Igreja não é algo que fica além do facto de Cristo nos salvar - a Igreja é também o que acontece por essa salvação acontecer.
Se a fé for apresentada do ponto de vista do utilizador o risco é preferir Jesus para desvalorizar Cristo. Porque Jesus vai parecer o Deus porreiro que chega até nós ao passo que Cristo parece o Deus das formalidades teológicas. Jesus todo relação, Cristo todo executivo. É normal que demos por nós a preferir beber uma imperial com o primeiro. Mas essa normalidade representa a aceitação de uma dicotomia que devemos desprezar. É pelo facto de Jesus ser o Cristo que veio até nós. Se não houvesse algo que Cristo estava a fazer em relação a Deus Pai - ser sacrifício pela sua ira, não haveria nada que tivesse para fazer com os homens - reconciliá-los com Deus Pai através do sacrifício que permite o perdão. Hoje um dos desafios para os cristãos evangélicos passa por serem mais do que os tipos simpáticos que falam muito acerca da "relação pessoal com Deus". Não temos de perder a simpatia mas temos de saber apresentar a nossa fé não tanto a partir da presunção da nossa intimidade com Deus mas mais a partir da intimidade que Jesus, sendo o Cristo, revelou ter com o próprio Deus Pai. Podemos amar Jesus não só porque veio gastar algum tempo connosco mas sobretudo porque desde toda a Eternidade que passou tempo com Deus Pai. Perceber isto é saber continuar a colocar o Cristo em Jesus.

terça-feira, março 18, 2014

As razões porque precisamos mais de Cristo e nem assim tanto de Jesus - Parte II
Philip Pullman escreveu um livro de ficção delirante chamado "Jesus o Bom e Cristo o Patife". Nele a história do Messias é desdobrada em duas personagens antagónicas. Em vez de Maria ter dado à luz o Salvador, deu à luz dois gémeos, sendo que um, como já se espera, saiu bom e o outro nem por isso. Logo, em vez de lermos uma história de salvação que parte de um homem bom em direcção aos homens maus, passamos a ter sobretudo uma história de perdição porque o que é bom anda constantemente acompanhado pela sua perversão eminente. Jesus é a pureza em pessoa, já Cristo é um calculista. O primeiro ensina directamente do coração, o segundo sistematiza a partir dos cenários mais seguros. Já vemos onde a metáfora vai parar: o idealismo original do cristianismo foi poluído pelo legalismo dos cristãos. Here we go again.
No entanto, e apesar do qualidade da alegoria ser fraca, o livro não existe sem méritos. Philip Pulman apercebeu-se de que os evangelhos, os livros bíblicos que contam a história de Jesus, são irresistíveis até de uma perspectiva literária. Por isso o modo que usa para contar a história de "Jesus o Bom e Cristo o Patife" não se descola assim tanto do modo que o Espírito Santo usou para inspirar os evangelistas. O texto bíblico é usado quase no seu modo original apenas modificando os eventos que estabeleçam o tal twist dos gémeos. Na prática, e se descontarmos o modo como a narrativa difere para incorporar a ficção pullmaniana, um leitor de "Jesus o Bom e Cristo o Patife" acaba em grande parte a ler a Bíblia. Ao mesmo tempo, Pullman é engenhoso no modo como fantasia o par de Jesus e Cristo em vez de Jesus Cristo. Cria uma antítese entre os manos para que, de repente, as histórias que já conhecemos possam ser vistas de outra perspectiva, como se as estivéssemos a conhecer agora. O dispositivo funciona bem: os milagres, os embates com os fariseus, as conversas com os discípulos, os acontecimentos definidores da paixão, morte e ressurreição são reescritos deixando o leitor entusiasmado para saber como é que Philip vai dar a volta. E narrativamente a volta é bem dada porque é dada com sentido de humor. O livro lê-se rapidamente não só por ser breve mas porque nos conquista o riso. Por exemplo, quando nascem os gémeos, um é mais esquelético (Cristo) e por isso mais protegido por Maria, ao passo que o outro (Jesus) mostra maior autonomia e por isso cresce sem tantos complexos.
Um dos golpes de asa de Pullman é, ao colocar o problema do mal dentro do par de manos que são Jesus e Cristo, não precisar de encontrar nenhum traidor externo. Por isso Judas não carece de ser o mau da fita porque o próprio Cristo se vai encarregar do assunto. Ou seja, Cristo, o irmão frio e sistematizador, vai compreender (ajudado por uma personagem misteriosa que lhe aparece em momentos-chave) que a bondade de Jesus, o pregador revolucionário, não pode andar solta de qualquer maneira. Cristo está concentrado em dar um futuro institucional concreto à poesia espiritual de Jesus. Logo, a Igreja torna-se uma invenção de Cristo, uma vez que uma personagem tão benevolente como Jesus nunca se preocuparia em criar uma multidão de fiéis seus. No fundo, o que Pullman faz na ficção volta a não ser assim tão diferente do que, por exemplo, Reza Aslan fez recentemente no suposto ensaio académico "O Zelota". Deixem-me ir mais longe: com provável maior qualidade literária, Pullman opera debaixo da mesma mundividência de Dan Brown (e digo com provável maior qualidade literária porque nunca li Dan Brown). O que esta multidão de escritores teima em dizer é que estão apaixonados por Jesus mas odeiam os cristãos. Ok, apanhámos a mensagem.
O José Mário Silva escrevia uma crítica ao livro no Expresso dizendo: "Pullman ataca aquilo em que a religião cristã se tornou, mas nunca o seu profeta." Permitam-me discordar com amizade desta conclusão. Simpatizar com um Jesus que nos chega através de uma leitura altamente selectiva dos textos, mais do que nos assegurar que nos concentramos no que realmente é amável em Jesus, tende a sublinhar aquilo que odiamos no Jesus em que os outros crêem. Ou seja, no geral desconfio da simpatia que os não-religiosos têm por Jesus porque geralmente essa simpatia revela-se sobretudo ancorada num desprezo pelo Jesus da religião. E a questão impõe-se: por alma de quem é que os não-religiosos de hoje apanham melhor quem Jesus é que os religiosos de um período de dois mil anos? É no mínimo uma audácia intelectual (os pobres do Passado não entenderam nada mas nós sim) e um sentimentalismo agressivo auto-validado (como demonstramos emoção por Jesus ninguém pode colocar em causa a pureza da nossa opinião acerca dele). Cristãos como eu têm saudades de Nietzsche: ao menos Nietzsche tinha um desprezo sincero por Jesus Cristo, sem precisar de o fracturar em dramalhões psicológicos.
Pullman contribui para o cada vez mais estafado dilema romântico-teen que nos põe o coração ardente pelo Jesus selvagem e imaculado que foi posteriormente estragado pelos que o seguiram. A ironia é que se Jesus realmente fosse assim duvido que alguém o tivesse efectivamente seguido. Haverá pessoas tão insuportáveis e perigosas quanto os homens convencidos da absoluta pureza das suas boas-intenções? Vale-nos o facto de Jesus não ter sido um homem que tinha a sua identidade baseada na pureza das suas boas intenções e vale-nos o facto de Jesus ter sido mais do que um homem. Mas isso já é conversa para amanhã.
Ouvir
Um casamento de amor e uma cabana não deixa mais ninguém entrar, muito menos Cristo.
O sermão de Domingo passado aqui (clicar em cima de aqui).

segunda-feira, março 17, 2014

As razões porque precisamos mais de Cristo e nem assim tanto de Jesus - Parte I
Provavelmente conhecem aquela piada: "Antes era esquizofrénico mas agora está tudo bem entre nós." Pode não fazer-nos rir mas definitivamente faz-nos justiça. A nossa cultura quer ter todo o prazer traquina de desligar tomadas ao mesmo tempo que se enfurece por ficar às escuras. Onde quero chegar é que não nos especializamos em fragmentação sem que isso traga uma factura. É contraditório querer ser um niilista genuíno na Academia e um monge tibetano no lar. John Gray escrevia há dias na New Statesman que é embaraçoso que tantos ateus abracem Nietzsche sem compreender que o filósofo alemão se estava nas tintas para o humanismo que actualmente os caracteriza nas suas esperanças liberais políticas. Provavelmente isso só acontece porque os nossos filantropos sem-Deus fazem da sua falta de fé um atributo mais emocional que propriamente racional. Essa é também a razão pela qual hoje cristãos evangélicos como William Lane Craig vencem os auto-denominados racionalistas no seu próprio campo: a razão (Luke Muehlhauser do blogue ateu Common Sense Atheism explicava que "the atheist’s only hope in debating William Lane Craig is to offer better arguments"). O ateísmo só passa por razoável para quem andar a raciocinar pouco.
Esta tem sido uma conversa frequente com pessoas a visitar a nossa igreja na Lapa, a da divergência e da convergência (a lógica, muito resumida, é: o cristianismo trabalha para ligar). Muitas delas passaram a vida a gostarem de se ver ao espelho numa imagem plural. Como se a nossa higiene matinal pudesse ser também um exercício de escolha diária de uma nova pessoa. Nesta manhã quem decido eu ser? O problema é que com o passar dos anos a multi-personalidade revela-se um problema porque não oferece uma responsabilidade concreta para os nossos fracassos. O truque, claro está, será sempre assacar culpa ao ambiente que nos cercou porque o ambiente que nos cercou, não tendo um rosto, poupa o nosso de dar cara aos erros que cometemos. A questão é que para muitos chega um altura em que o truque se revela truque e queremos mais: queremos saber se atrás da multidão de personalidades que julgávamos albergar existe alguma que possa assumir a vida que vivemos. E é aí que o inesperado acontece: estamos ansiosos por nos confessarmos a alguém porque ao menos sentimos que nessa confissão existe uma preciosa ligação entre o que sentimos e o que dizemos. Como quem encontra com a maior surpresa um cabo que vai do coração aos lábios e o põe a funcionar pela primeira vez. A ironia é deliciosa: hoje a confissão dos pecados é uma suprema rebeldia porque significa acreditar numa coisa que se tornou proibida - somos criaturas feitas para uma integridade elocutiva e emocional. As pessoas que tiverem língua para descrever o que lhes vai no coração naturalmente sentir-se-ão mais completas.
O mais irritante em abraçar uma visão de que cada homem é uma multidão nem é sequer a especulação psicológica necessária para tal. É mesmo a presunção narcísica de vivermos encantados com as nossas próprias múltiplas personalidades. Por isso devemos encantar-nos antes com escritores como Martin Amis, especializados em rebentar a sagrada e contemporânea bolha  da auto-estima (como explicava Ron Rosenbaum numa First Things de 2010). Voltar à  Bíblia mergulha-nos na realidade e não no esoterismo ensimesmado das pós-psicanálises da última temporada. Nas Escrituras as únicas pessoas fascinantes ao ponto de poderem ser descritas como albergando personalidades múltiplas são os endemoninhados ("E Jesus perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu dizendo: Legião é o meu nome porque somos muitos." Marcos 5:9). Por pouco gentil que soe, a Palavra Sagrada revela-nos onde acabam estas personagens: com os porcos (Marcos 5:12-13).
E se alguém disser: até que ponto é que o Deus cristão ao ser trindade não é precisamente a causa de nos encantarmos com a ideia de múltiplas personalidades num indivíduo apenas? Responderia explicando que é essa diversidade existente dentro do próprio Deus que permite que ele não se isole dentro de si mesmo, uma patologia tão irritante como a caleidoscopia ontológica. Ou seja, é por Deus ser triuno que é amor e permite existência fora de si mesmo. Mas o facto de Deus criar existência fora de si não significa que as criaturas, resultado desse fenómeno, são melhor compreendidas debaixo da ideia de reunirem em si todas as existências possíveis. Sermos essencialmente unos não é contraditório com o facto de Deus albergar diversidade, antes uma consequência disso. É pelo facto de Deus não ter um problema com a existência de outros concretos que lhes conferiu personalidades específicas.
Escrevo este texto para desenvolvê-lo ao longo da semana. O meu objectivo é tentar explicar a razão pela qual a liberdade para sermos o que quisermos não é necessariamente compatível com o florescimento de uma real personalidade distinta. Vou à boleia do facto de ter acabado de ler "Jesus o Bom e Cristo o Patife" de Philip Pullman, mais um livro para o peditório de tentar vencer o Filho de Deus dividindo-o em vários, todos eles mais fracos que o original. A pretexto dessa leitura interessa-me mostrar que somos tontos se tentarmos gostar mais de Jesus se ele se parecer mais connosco (tontos e vaidosos!). E somos ainda mais tontos se não nos apercebermos que ficamos irremediavelmente sem esperança de salvação se Jesus for apenas mais um homem como nós. No fundo, no fundo, este blogue vai ser durante esta semana um atabalhoado compêndio de antropologia coxa contemporânea para nos mostrar as maravilhas da Cristologia. Tenham-me nas vossas orações que bem preciso.


quarta-feira, março 12, 2014

Topem a nossa companhia de prateleira














Céus.

terça-feira, março 11, 2014

Ouvir
Não há nenhuma garantia de felicidade no casamento pelo simples facto de se casar virgem. Mas temos a certeza que não perdemos nada antes, bem pelo contrário. Termos confiado em Deus antes dá-nos tarimba para confiarmos em Deus depois. E sabemos que as relações sexuais, que são uma coisa excelente, não são o objectivo último do casamento. São um fruto dele e não a sua semente. A lição da virgindade do Passado recorda-nos também que no Futuro podemos passar por circunstâncias que nos privem das relações sexuais. Sabemos que o nosso casamento não tem de acabar por eventualmente se acabarem as nossas relações sexuais. Quando casámos prometemos fidelidade até que a morte nos separe, não relações sexuais até que o casamento acabe. O casamento não foi criado para servir as relações sexuais, mas as relações sexuais é que foram criadas para servirem o casamento.
O sermão de Domingo passado aqui (clicar em cima de aqui).

segunda-feira, março 10, 2014

Hillsong no Tivoli, Segunda Fila
Ontem foi um Domingo em cheio não só por causa do que aconteceu na igreja local à qual pertenço na Lapa mas também pelo que aconteceu na igreja local do Centro Cristão da Cidade, de Loures.
O CCC desceu até ao centro de Lisboa para celebrar o seu 12º aniversário. Para a festa trouxe parte da banda da igreja Hillsong de Londres, o Pastor Peter Wilson e ocupou o Tivoli para duas sessões que se tornaram três. Como nasceu uma amizade entre mim e o Mário Rui Boto, Pastor do CCC, a minha família foi generosamente convidada para se juntar à celebração. Assim fizemos.
Quando chegámos ao local contávamos com muita gente mas o que encontrámos estava muito além da expectativa. Segundo as estimativas, cerca de duas mil pessoas esperavam na frente do Tivoli numa fila que ia até aos Restauradores. A Rádio Comercial e a RFM avisavam em antena para as pessoas evitarem o inesperado movimento daquele Domingo na Avenida da Liberdade. Não posso negar que sentimos o prazer de entrarmos por outra porta onde os nossos nomes não só estavam registados como nos deram lugar a seis assentos na segunda fila do fantástico auditório. Assistimos à sessão das 17h30, segunda depois de uma primeira às 15h e seguida de uma terceira às 20h, extraordinária, para atender à multidão que se aglomerou. Basicamente organizaram-se excursões espontâneas de todo o País (e, segundo me disseram, também de Espanha) para formar aquela batelada de cristãos evangélicos que não queria perder a oportunidade de assistir à festa. Foi uma experiência única.
O Tiago de 2004 ia fazer pouco do Tiago de 2014. Porque o Tiago de 2004 era um cristão evangélico muito cioso de uma identidade evangélica que em muita se baseava em não ser assim tão parecido com os outros evangélicos. Na prática significava que, em 2004 onde a moda entre os evangélicos já passava por ouvir obsessivamente os discos de Hillsong (primeiro da Austrália e depois de Londres), o Tiago orgulhava-se de não o fazer. Foram precisos uns anos para que começasse a ouvir a chamada música evangélica e apreciá-la pelos seus próprios méritos. O que não quer dizer que hoje seja um fã da chamada música evangélica no geral mas que, pelo menos, já não deixo de a ouvir por razões secundárias. Ou seja, quando ouço música o mais importante não é o que o que o tipo de música que ouço faz pela minha imagem pública. Quando ouvimos música a partir desse tipo de preocupação passamos ao lado de uma das melhores coisas que a música tem para nos dar: novidade. Quando ouvimos música a partir do que essa música imediatamente faz pela nossa reputação, perdemos a capacidade de realmente permitirmos que a música faça alguma coisa por nós, dando-nos a ouvir mais do que já ouvimos. Isto, sendo acerca da música, era acerca de muito mais.
O facto é que o Tiago de 2004 passou ao lado de muitas modas evangélicas. Isto significa que parte do que ontem era familiar para a maioria era estrangeiro para mim. Imaginem por isso a ironia de estar na segunda fila a poucos metros da banda, completamente alheado dos êxitos de Hillsong que incendiavam os gritos da juventude que lotava o Tivoli. Só conhecia a música final, e porque era uma que o Michael W. Smith também canta num disco seu (durante anos, como podem calcular, também achava que me ficava bem dizer mal do Michael W. Smith). O meu desconhecimento do repertório não me impediu de me impressionar com alguns cânticos (e a minha preferência foi para um chamado "Christ Alone, Cornerstone" com uma letra que derreteria o coração de qualquer calvinista que se preze).
Uma das lições que retirei do dia de ontem é que vale a pena reavaliar algumas das categorias que me têm organizado a cabeça, no que diz respeito à relação entre música dita sagrada e música dita profana. Isto não quer dizer que o modelo de culto de igrejas como Hillsong ou do Centro Cristão da Cidade seja aquele onde me sinta mais à vontade ou mesmo aquele que me parece mais ortodoxo. Neste domínio continuo a sentir-me mais confortável em saber distinguir uma hora de fazer rock'n'roll no palco de uma hora de fazer louvor na casa de oração. Mas dias como ontem também provam que é possível ocasiões onde o registo fica intencionalmente intermédio. A questão é: há alguma coisa que proíbe um cristão de encher um teatro para rocar declarando a fé tão ou mais alto que nos shows habituais desse local? Mesmo que o estalo sonoro não me pareça o modo mais bíblico de adorar congregacionalmente, não encontro um impedimento necessário.
Outras das lições que tirei é que esta nova geração de meus irmãos pentecostais recebe-me mesmo como um irmão. O facto de ser baptista, e por isso eventualmente mais tímido na escala da extroversão festiva, não os impede de me convidarem para as suas festas. E isto sensibiliza-me e comove-me até. O ambiente de fraternidade interdenominacional entre evangélicos é uma bênção dos nossos dias e devemos saber declará-la. Há cinquenta anos os baptistas acusavam os pentecostais de serem hereges e os pentecostais acusavam os baptistas de não terem o Espírito Santo. Hoje reconhecemo-nos na mesma família da fé, sem que isso signifique esquecer as importantes divergências doutrinárias. Só que essas divergências doutrinárias, importantes que são, já não nos fazem ignorar a importância maior da fé cristã bíblica que ambos abraçamos. Ontem senti isto na pele em todos os abraços que recebi dos meus irmãos pentecostais e foi fantástico.
Ainda outra lição que tirei ontem é saber que a ousadia compensa. Mal entrei no Tivoli comentei com o Tiago Ferreira, Diácono na Lapa que estava connosco, que não íamos descansar até fazer o "Fim-de-Semana Cheio na Lapa" também naquele lugar. Há uma saudável inveja do que o CCC fez que faz bem a todos os outros. E vale a pena sublinhar que neste campo o Pr. Mário Rui Boto tem sido um exemplar peregrino. Isto não é estar concentrado apenas na questão do número de pessoas às quais chegamos, mas é reconhecer que a ambição da visão do CCC abre caminho a muitos mais. Depois de termos estado ontem na festa sabemos que há uma fasquia colocada bem alto, não só a nível do produto final mas também a nível do processo para lá chegar. O profissionalismo do CCC é um resultado da fé do CCC. É a esta altura da conversa que gosto de mencionar "o calvinismo dos pentecostais". Estou cansado de ouvir reformados de peito cheio a falarem da soberania de Deus mas que depois praticam-na em miserabilismo: como se o facto de o Senhor ser um governante excelente do universo não nos levasse a governar-nos com igual excelência no trabalho que empreendemos. Estes arminianos estão a dar lições de ética de trabalho a este pobre calvinista.
Uma última lição que gostava de partilhar é a certeza de que o que vi ontem me leva a orar hoje. Precisamos de orar pelo Pr. Mário Rui Boto e agradecer o seu ministério passado ao mesmo tempo que oramos pelo seu ministério futuro. O CCC atinge pessoas que provavelmente a maior parte das igrejas evangélicas em Portugal nunca vai atingir. Por um lado isso representa tarefa cumprida. Mas, por outro lado, representa também tarefa por cumprir. O Pr. Mário Rui Boto e o CCC precisam de permanecer firmes na Palavra, quer para os momentos populares como os de ontem, quer para os outros momentos em que pregar a Palavra não nos enche auditórios. Saí do Tivoli impressionado pela força do ministério do meu companheiro Mário Rui mas também empenhado a estar com ele nos momentos de fraqueza. A verdade que cantei junto com ele ontem é a verdade que nos basta para toda a eternidade e que reside em Cristo só.


sábado, março 08, 2014

Ontem
Há um mês disse ao Jónatas Pires: ou fazes o concerto à pala ou vais ter a sala grande do São Jorge às moscas. Ontem estava ao barrote com entradas a cinco euros esgotadas. Esta é uma das características do Jónatas que me continua a surpreender: fazer de coisas que nunca fez uma lição para os que têm mais experiência que ele. O pai dele já tinha isto. Deus te abençoe, companheiro, e te mantenha a rasgar caminho com fé.

sexta-feira, março 07, 2014

Para o sermão de próximo Domingo
Para muitos cristãos evangélicos que, como eu, cresceram na ideia de se manterem virgens até casarem, a espera pode ser algo defendido até ao casamento mas não necessarariamente durante ele. Há um mundo de desilusões à nossa espera quando julgamos que, por termos esperado pelo casamento para gozar o prazer físico, já não precisamos de esperar por mais coisa nenhuma. Próximo Domingo falo para aqueles que tiveram uma experiência semelhante mas também para os outros. Para compreendermos o papel da espera em relação ao casamento no geral e também em relação à intimidade física no particular. O meu objectivo, recordando aquele slogan inglês que diz que "o verdadeiro amor espera", é reafirmá-lo porque esperar é um acto de verdadeiro amor.

quinta-feira, março 06, 2014

Minha Mulher


















Ontem.

terça-feira, março 04, 2014

Ouvir
Por que razão tantos de nós, que vivemos casados com cristãos, não fazemos do nosso casamento um espaço concreto de aproximação a Deus? Como nos podemos dar ao luxo de sermos casais de crentes que não oram juntos? Que não se confessam um ao outro?
O sermão de Domingo passado aqui (clicar em cima de aqui).