quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Bons bandidos
Parece-me que os méritos da série televisiva "The Walking Dead" ainda são oscilantes. Mas os últimos episódios têm arribado. As personagens começam a tornar-se mais interessantes. Até agora as personagens têm sido razoavelmente fracas, com uma dose de overacting assinalável, tendo em conta o domínio do oposto, e muitas vezes mesmo irritantes. John Carpenter devia ser mais imitado, no que diz respeito à composição de personagens (carecemos desesperadamente de simplificação psicológica - action movies não se dão bem com heróis em crises de Virginia Woolf). Mas falava das personagens de The Walking Dead. A que mais me tem interessado é Merle, o redneck mau (The Walking Dead ensina-nos através de Daryl que há rednecks bons). No último episódio apercebemo-nos que Merle, o grunho, é afinal dado a erudições. Não só sabe ler como cita a Bíblia de cor. Como se esperaria no caso da sua limitação física, recorda Mateus 18:8-9 ("Portanto, se a tua mão ou o teu pé te faz tropeçar, corta-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida manco ou aleijado do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno. Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos do que, tendo dois, seres lançado no fogo do inferno.")
É uma coisa da cultura americana - os maus sabem versículos da Bíblia de cor. Aliás, na cultura americana talvez seja mais fácil encontrar um mau versado no Good Book do que um bom. Pode parecer assim que os cristãos saem mal vistos mas nem por isso. Porque, com ou sem a consciência disso, a cultura americana comunica que o evangelho atrai malfeitores. E nesse sentido mostra-se muito mais próxima da Palavra. São as culturas que associam a Bíblia à moral e aos bons costumes que mais se mostram longe de a conhecer. Claro que tudo isto não é estranho ao facto dos Estados Unidos serem um País de maioria protestante. Em toda a labiríntica diversidade evangélica americana persiste o caminho comum da Bíblia estar aberta.
As pessoas que o evangelho chama são efectivamente as más. Claro que sob esta especificação persiste uma mais subtil que nos informa que, na realidade, não há pessoas boas. No sermão da semana passada tentei explicar o fenómeno, quando falava acerca de Colossenses 1:13-20, dizendo que é sempre mais fácil dizer que a fé mostra coisas novas a quem crê do que dizer que a fé mostra coisas novas a quem crê que são sobre a maldade de quem crê. Na Bíblia a dignidade antropológica depois do Éden está bastante encarquilhada. E é por causa disso que o momento da redenção no cristianismo é tão sujo: o sangue de Cristo está a verter-se na cruz por traidores e não por amigos. O resultado é que um verdadeiro bandido sente-se atraído pela Bíblia porque encontra-se na sua mensagem. Da mesma maneira que todos os que estão convencidos fazerem parte dos bons, dificilmente se sentirão. A Palavra de Deus é desmancha-prazeres para os que surfam na sua auto-estima.
Reconhecendo que menciono o "The Walking Dead" para efeitos de defesa da ortodoxia cristã, faço-o também a favor do cinema e da televisão. Para um crime de melhor qualidade na ficção é preciso mais catequese. Peguem no Merle, no Robert DeNiro em modo Max Cady no "Cape Fear", ou no Robert Mitchum em modo Reverend Harry Powell no "The Night Of The Hunter", apenas para três exemplos óbvios. A melhor segurança da ficção é lembrar a verdade documentada na Bíblia de que Deus ama bandidos. Sejamos exigentes com eles.

quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Nunca tinha lido Kingsley Amis
E do filho, Martin, só li um livro, o "Money", que gostei. Há uns tempos os meus pais desfizeram-se de umas pilhas de livros velhos e este chamou-me a atenção. Let's give it a try.
Só quando o comecei a ler há pouco mais de uma semana é que me apercebi que envolvia uma família britânica a passar férias em Portugal, um enredo que facilmente nos chama a atenção. Aliás, como não apreciar um inglês a (des)apreciar um português? Pelo menos, e se pensarmos nos últimos séculos de escrita nacional, um dos nossos melhores notabilizou-se por usar a técnica. Eça de Queirós é dos melhores escritores portugueses também por ser um bom escritor inglês. E não precisamos de chegar a Fernando Pessoa (porque sobre Fernando Pessoa não tenho tantas certezas).
"I Like It Here" é curto, divertido e sem ambição maior. Coloca um britânico com uma agenda de escrita que está emperrada e que eventualmente desemperrará em Portugal, desde que seja providenciada a dose mínima de tranquilidade mediterrânica. Isso torna a personagem atenta para a observação e disponível para o reparo. A acção passa naquela baixa tensão em que os escritores ingleses são especialistas e em menos de nada culmina num regresso da personagem ao seu país que funciona também como uma espécie de regresso da personagem a si mesma.
Faltam-nos escritores portugueses mais anglófilos (e, por favor, não resumamos uma escrita mais anglófila à obsessão pela punchline - há uma diferença grande entre wit e uma graçola). A minha convicção é que se tivéssemos escritores mais anglófilos teríamos mais histórias portuguesas sem delírios de grandeza forçada. Small is beautiful.




Biblios
- Vai-se ao lançamento de um livro de um amigo na Bertrand das Picoas.
- Leva-se a família inteira.
- O resultado é uma lista de desejos da mais velha de 8 anos na seguinte forma.




terça-feira, fevereiro 26, 2013

Ouvir
O tal sermão que derrete os neurónios está aqui (carregar em cima de aqui).

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

O Grande Medo do Pequeno Mundo
Começo já por estragar um texto que serve para elogiar o meu companheiro Sami falando de mim. Antes de apontar as virtudes de "O Grande Medo do Pequeno Mundo" aponto-lhe o único defeito da pior mas mais sincera maneira: o próximo disco grande do Sami tenho de ser eu a produzir. Não que este disco esteja mal produzido - longe disso. O trabalho que o Sami fez com o Nelson Carvalho na Valentim é muito bom. Mas o desafio de todos os discos que o Sami editar é exigir na parte que não depende directamente do talento que ele tem para as canções: a gravação. E tento explicar um bocadinho melhor recorrendo a uma simplificação necessária. O Sami é o melhor escritor de canções de Portugal. Lamento ter de o dizer desta maneira porque sei que muitos outros escritores de canções portugueses podem levar a coisa a peito (ainda por cima, amigos meus).  Mas o que me leva a dizer que o Sami é o maior é a permanência de uma tríade qualitativa (e algo agostiniana, I must say) nas suas canções que as eleva para um lugar insuportavelmente raro. As canções do Sami são constantemente bonitas, verdadeiras e eternas. Claro que tem a ver com o modo como toca, como canta, como compõe. Mas tem também a ver com o conteúdo do que toca, do que canta, do que compõe. E, obviamente, isso está ligado à sua fé. Não sei se todos já se aperceberam mas, num certo sentido, já nos é garantido que no Céu vamos cantar "O Império". No que diz respeito à cultura portuguesa nem o Camões pode reclamar o mesmo.
Essa fasquia é um problema adicional na altura de gravar um disco. Porque um dos maiores problemas de gravar um disco de música popular é o excesso de recursos. Por exemplo, o meu caso está facilitado porque sou um artista de parcos recursos. Conheço-os bem e sou todo acerca de limites. No geral o que resulta nos meus discos é um equilíbrio jeitoso entre o que este tipo tira do pouco que este tipo consegue. Ora, sendo completamente diferente com o Sami, ele também lucra quando se impõe a si próprio uma dieta apertada (veja-se a pérola que é "A Descondecoração de Samuel Úria" que gravou num dia apenas em directo para a internet). E escrevo isto recordando o tramado que foi produzir-lhe o "Nem Lhe Tocava". Tínhamos tanto (o talento do Sami) com tanto (o Nelson ao leme dos estúdios da Valentim) o que facilmente se torna um pesadelo. Para fechar o primeiro ponto da minha argumentação: no próximo disco grande do Sami quero ser eu produtor para lhe dar a moldura que ele precisa para que todas as soluções do que grave sejam dele próprio. A banda do Sami é excelente mas a banda que existe dentro do Sami é ainda melhor.
Já ando a ouvir este disco há mais de um ano e já desde essa altura vos falei da grandeza que deviam esperar dele. E essa grandeza é absolutamente cumprida em "O Grande Medo do Pequeno Mundo" (que título! - catequese pura). O Sami fez agora o que não nos foi possível (nem preciso) no "Nem Lhe Tocava" que foi dar a ouvir a profundidade. Quando ouvimos este disco ouvimos-lhe vácuo, que é mais que simplesmente adicionar ecos (uma moda recente a dar as últimas). Diria que esses espaço de não-música na música do Sami cumpre um papel de nos lembrar que o que ouvimos não se esgota na audição. O Sami canta porque tem muito mais para nos dizer. Espero não elevar muito o grau de abstracção mas deixem-me tentar explicar a partir deste raciocínio a profusão de convidados. O Sami convida muita gente para os seus discos (um hábito da FlorCaveira) e a gente que convidou para este disco habita um lugar que pode alienar o perfil daquele que é caracterizado como o ouvinte típico dos discos da nossa editora. Afinal de contas, os convidados do Sami são cantores bem-sucedidos, vozes comerciais. Uma acusação típica é que o Sami quer largar o passado independente e abraçar as glórias da estereofonia. Para além desta reacção pender para um maniqueísmo aborrecido (a FlorCaveira nunca teve nada contra os sucessos radiofónicos mas apenas contra os sucessos radiofónicos que são maus), fecha os ouvidos ao facto de que o Sami chama cantores populares não para tornar mais fácil a sua música mas antes pelo contrário. Apenas dois exemplos: a Márcia, na baladona "Eu Seguro", representa não a namorada irresistível mas a esposa serena (a canção tem quase seis minutos para nos poder matar com o mesmo tédio que um casamento a sério); o Manel Cruz (e eu reconheço que serei sempre um detractor dos Ornatos - os Ornatos foram importantes não porque eram muito bons mas porque tudo à volta era muito mau) aparece no "Lenço Enxuto", na primeira canção em que parece que efectivamente se assoou, para que de uma vez por todas possamos-lhe ouvir a voz sem os maneirismos nortenhos que lhe valeram o deslumbrado louvor à autenticidade.
Não sei o que a música portuguesa fará de "O Grande Medo do Pequeno Mundo" mas sei o que "O Grande Medo do Pequeno Mundo" já fez pela música portuguesa. Beleza, verdade, eternidade. Não temos País para o tamanho do Sami.


sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Para o próximo Domingo
O texto de Colossenses 1:13-20, como hino cristológico, é a prova que boa teologia provoca boa melodia. Que ninguém tome a doutrina como chata porque os bons teólogos, por causa do que estudam, têm de interromper o estudo para cantar. Se não dá para cantar, não é boa teologia.
Ao mesmo tempo
A Blitz de Março diz que Amamos Duvall "é um disco pessoal, íntimo, escabroso, ridículo, fantástico e intenso, insuportável e apaixonante e terrível e tudo ao mesmo tempo". E dá-lhe quatro em cinco estrelas. Assim vale a pena trabalhar.
A Blitz perguntou-me ainda qual o disco da minha vida. Oportunidade que aproveitei para falar do "In God We Trust" dos Stryper.

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Relvas, vai orar!
Quando há dez anos os blogues começaram havia quase uma regra silenciosa que obrigava que logo nos primeiros textos ficasse clara a inclinação ideológica. Foi inesperado mas foi também divertido. Era-se de direita ou era-se de esquerda com o mesmo imediatismo que se era a favor da Guerra do Iraque ou se era contra. No meu caso, e basta ir aos arquivos, o entusiasmo de criar a Voz do Deserto também passou por me filiar nessa direita que tinha tomado a iniciativa e que claramente curtia mais que a esquerda. Nada como uma década para observar hoje algumas evoluções.
No meu caso hoje falo menos de política porque falo mais de fé. O que não quer dizer que os planos não se misturam. Evidentemente que se misturam. Simplesmente, como tento ser mais rigoroso com a minha fé, para que possa sentir-me à vontade para comentários políticos a fasquia ficou mais elevada. Mas é precisamente porque tento ser mais firme do meu cristianismo que creio que posso ser mais firme nas minhas posições políticas. É para mim claro que a política é o terreno onde o bem e o mal se acendem, e não onde se apagam. Compreendo a coerência do pensamento secular em incomodar-se com o discurso sobre o que é moral mas parece-me cada vez mais óbvio que a política não tem alternativa: ou é um gesto de moralidade ou é coisa nenhuma.
A prova está precisamente no resultado do nosso discurso político. Se por um lado é a esquerda que mais se incomoda com a palavra moral, é também a esquerda que mais tenta fundamentar a sua proposta nela (sendo muito mais audível na condenação ética da democracia ocidental, do capitalismo selvagem, do neo-liberalismo, e por aí fora). Já à direita cabe entrar de mansinho com a palavra moral porque o nosso passado está demasiado acordelado retoricamente ao termo (quem quer dar por si a usar palavras que o Salazar também usava?). A ironia é que quer a esquerda mais vincada quer a direita mais vincada desprezam um pragmatismo que parece ter triunfado nas últimas décadas: o da tecnocracia. E os tecnocratas são mal vistos precisamente por se esvaziarem eticamente. Uma espécie de fantasmas especializados que mantêm a máquina a funcionar. Só podemos execrar os tecnocratas na medida em que os despimos de carácter.
Isto para chegar a um ponto sensível do meu texto e no qual devo ser prudente. Como cristão sou chamado pela Bíblia a orar pelos que me governam. Sejam eles déspotas ou libertadores. Na Igreja Baptista de São Domingos de Benfica (agora reunida na Lapa com a Segunda Igreja Baptista de Lisboa) o boletim dominical inclui sempre na agenda de oração uma recomendação de intercessão pelas nossas autoridades e Governo. E essa recomendação deve manter-se seja o governo do CDS ou do Bloco de Esquerda. Como Pastor sou chamado a pregar o Evangelho e a ter bem presente que ele se mistura com a maneira como vivemos uns com os outros. A fé é necessariamente política. Mas essa noção não implica que o Pastor indique à congregação qual o quadradinho em que deve pôr o xis. Há uma relação sensível com a consciência individual de cada crente que permite que a igreja seja um espaço de reflexão ética clara (e com a possibilidade de condenar concretamente algumas iniciativas políticas) e de tolerância comunitária (permitindo que os seus membros façam da sua fé uma manifestação plural de envolvimento com a pólis).
O tal ponto sensível é um comentário sobre o actual Governo (ironicamente é-me mais fácil malhar no Obama que não manda no meu País). Eu, que oro por Pedro Passos Coelho, acredito descontraidamente que o Primeiro-Ministro não somente não é perfeito como tem cometido erros na sua governação. Menos descontraidamente (porque outros cristãos, e penso primeiro nos da minha comunidade, podem ter uma perspectiva diferente da minha) acredito também que um dos erros do Primeiro-Ministro foi não saber tirar a temperatura moral ao seu executivo. Tirar a temperatura moral é uma metáfora vagamente reminiscente de um texto no Apocalipse (Ap 3:16) e que me serve aqui para afirmar que nem tudo na política se esgota no fazer. Ou melhor, há coisas que se devem fazer porque há coisas que se devem ser. Muito à custa de suspeitas sobre a carreira de Miguel Relvas, este Governo ficou desfalcado de uma reputação que me parece essencial a qualquer bom exercício democrático. Directo ao assunto: Miguel Relvas deveria ter sido demitido. Mesmo que a minha análise seja incorrecta, e que Miguel Relvas seja inocente de toda a triste lista de acusações contra ele, e que portanto Pedro Passos Coelho tenha feito bem mantendo-o, o efeito de uma reprovação ética generalizada de Relvas já maculou o Primeiro-Ministro ao ponto de não-retorno.
A piada já se escreve por si própria. Miguel Relvas discursando na Universidade é o Don Juan mostrando os retratos das donzelas que seduziu como pré-requisito de ingresso no convento (no campo teológico pode ser um paradoxo com pés para andar, mas no campo político não é um tiro no pé, é uma amputação dupla abaixo dos joelhos). Falta a este governo leitura simbólica de jogo (como no futebol, levantar os olhos e entender que não são apenas os factos que nos podem tirar a bola). Mas o mais triste do episódio de ontem, em que Relvas não conseguiu falar na Academia, aconteceu precisamente nesse campo simbólico. A estroina dos estudantes pela primeira vez inocentou o Ministro. Alguns ficaram tristes nem tanto pela estupidez da turba gritante. Alguns ficaram mais tristes porque quase admiraram Miguel Relvas. No que me diz respeito, e depois de já recear não ter chegado a grande propósito com estas palavras, os meus medos passam pela degradação do debate público. Como pregador preciso de um bom clima de debate público senão falar da fé fica perigoso. O ambiente do País está sem paciência. E todos precisamos de mais alguma, parece-me. Espero que a ditadura que chegou ao fim para que o governo não tirasse a voz a quem discordava não sirva para uma outra em que quem discorda tira a voz ao governo. Mas para que isso não aconteça o governo também precisa de pensar acerca de quem usa a voz quando o governo fala. Vou continuar a orar.

terça-feira, fevereiro 19, 2013

Ouvir
Somos uma comunidade que se sente privilegiada pelo acesso que tem e teve a formação académica superior. Mas a nossa fé não está na nossa formação académica superior. Estimemos a formação que tiramos da Bíblia como a verdadeira educação superior.
O sermão de Domingo passado aqui (clicar em cima de aqui).

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Barbas pastorais


















Quando saí da Nova em 2000 e pouco era definitivamente um Post-Evangelical Stubble a enviar aos amigos mails que colocavam em causa a inerrância da Bíblia. A fase Neo-Reformed combinada com a Spurgeon chegou em força com o início da missão em 2007 e a barba grande mas fraca tanto dava na divisão teológica como na divisão António Variações. Hoje, sem a sofisticação do bigode, receio que me possam pôr no segmento Hipster Pastor, o que naturalmente me preocupa.
Antipatias óbvias sempre foram The Perennial Youth Pastor (até quando era mais ou menos pastor de jovens odiava pastores de jovens) e The Boy-band Church Planter (ninguém se pode aplicar simultaneamente a despentear cuidadosamente o seu cabelo e a preparar um bom sermão).

sábado, fevereiro 16, 2013

Dia cheio amanhã na Lapa
- O sermão vai para a questão do conhecimento. Qual o tipo de conhecimento que o cristianismo pede? Será que vivemos de acordo com a importância que atribuímos ao conhecimento?
- Um entre parêntesis para, e no contexto desta semana, enquadrar a visão da igreja no modo como se relaciona com o catolicismo.
- Os almoços comunitários têm sido imbatíveis: de jaquinzinhos a especialidades mexicanas, tudo é possível. Tragam o vosso e juntem-se à mesa.
- Na parte da tarde vamos ao 3º artigo da Declaração de fé: a Criação. Nele falaremos do percurso da nossa comunidade nesta questão, do modelo de relacionamento partir da identidade do próprio Deus, do papel de homens e mulheres na igreja, entre outras coisas.
- Falar-vos do que faremos amanhã pretende fazer-vos estar connosco amanhã. Porque também abrimos a Bíblia para falar destas coisas porque acreditamos que Deus quer tratar destas coisas convosco. Uma igreja aberta é uma igreja com a Palavra aberta.
- Vamos a isso! Deitem-se cedo hoje e estejam amanhã na Lapa às 10h30.

sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Medo da transcendência
O meu amigo Henrique Raposo volta e meia vai-me passando uns livros. Assim aconteceu com "A Religião" de Jacques Derrida, Gianni Vattimo e outros. Como tinha andado a malhar no Derrida numa canção do meu último disco senti que tinha de voltar a dar-lhe uma chance. Atirei-me ao volume que dá conta de um seminário realizado em Itália em 1994. Sem grandes esperanças de gostar.
E a ausência de grandes esperanças concretizou-se na primeira centena de páginas do Derrida. Céus. Não é só má-vontade minha. O homem é chato e faz da dispersão uma suposta bravura. O seu texto são 52 notas em que nada consistente fica no leitor. Raras são as afirmações e a regra é aquele tipo de sugestão suficientemente peremptória e ambígua que tende a fazer as delícias da Academia europeia. Um exemplo: "a possibilidade do mal radical destrói e institui ao mesmo tempo o religioso." Procuramos uma sustentação mas vem em forma de metáfora visual cuja compreensão tem de ser mais poética que objectiva: "a romã encetada, numa noite de Páscoa, numa bandeja" (ps. 51 e 52). Dá vontade de perguntar: e? Saí a achar que vale a pena manter o preconceito empírico em relação a Derrida.
O embalo era negativo quando comecei a ler o Vattimo. A primeira impressão é que Vattimo sugeria que, no regresso da religião, os religiosos teriam de ser nitzscheianos para serem tolerados. Ou seja, a religião poderá ser válida filosoficamente nos dias de hoje se abandonar a metafísica. O que me pareceu uma conclusão precipitada e desonesta. Em jeito de "vocês entram no jogo desde que reconheçam que acabaram de perder o anterior". E então percebi que Vattimo apela a que o regresso da religião "não se defina, em relação com esta existência, exclusivamente como um salto para fora dela." (p. 102). Não sei se isso é totalmente possível (sustentar a religião a partir do que me parecem ser princípios de imanência) mas registei que Vattimo fazia mais um pedido do que propriamente impunha uma regra. Menos mal.
Ao prosseguir senti-me verdadeiramente surpreendido quando, à boleia de Levinas, avançou para secundarizar o problema do mal em relação à necessidade de perdão. Vattimo acha que a religião tem conquistado nova pertinência não tanto por oferecer uma explicação ao problema do mal do mundo mas sobretudo por instaurar uma necessidade de perdão. Pensei, isto tem interesse! Vattimo encontra na necessidade do perdão uma oportunidade para o pensamento religioso se afirmar de um modo positivo num contexto pós-religioso. E daqui para a centralidade da Bíblia, como fundamentação dessa necessidade de perdão, o passo é pequeno. "Que a experiência religiosa se nos dê como um regresso, isso é já sinal e consequência do facto de vivermos a experiência dos termos das Sagradas Escrituras judeo-cristãs. A partir de Santo Agostinho e sua reflexão sobre a Trindade, a teologia cristã é, nas suas raízes mais profundas, uma teologia hermenêutica" (p.107). A esta altura Vattimo apanhou-me num óbvio ponto fraco, resultado de uma lição que confirmei no ano passado: não existe filosofia ocidental sem Agostinho. Vattimo diz que só o cristianismo permite à filosofia que esta avance além da metafísica. Por causa do conceito centralíssimo de Encarnação. E aqui estabelece uma relação entre Nietzsche e um "último eco da teologia trinitária cristã" (p.109). Creio que compreendo isto mas parece-me que a filosofia contemporânea muitas vezes tenta associar os opostos para extrair à força algum tipo de novidade. Os problemas que Nietzsche coloca ao cristianismo parecem-me mais uma recusa do que propriamente um elogio disfarçado.
Mas foi o fim do ensaio de Vattimo que realmente me entusiasmou. Quando reconhecendo que a teologia trinitária não é uma qualquer teologia natural propõe, novamente a partir do exemplo de Lévinas, que a metafísica pode ser superada na descoberta das raízes gregas e bíblicas do pensamento ocidental. Eu, que não concordo que a superação da metafísica seja uma obrigação filosófica, não tive como resistir a esta pura iluminação no texto: "Parece ser somente à luz da doutrina cristã da Encarnação do Filho de Deus que a filosofia pode conceber-se como uma leitura dos sinais dos tempos, sem se reduzir a um puro registo passivo do curso do tempo" (p.111). Claro que isto já são os meus olhos de crente a interpretar, mas parecem-me óbvias as implicações disto: ou Cristo existe ou realmente nada acontece.
Tendo escrito isto googlei "Gianni Vattimo" e, caramba!, assustei-me. Mas fica pelo menos registado que ando a tentar ler os meus adversários em boa fé.
Outros seguem no volume mas sem acrescentar algo relevante. Muita daquela prestidigitação pós-moderna que, como tem escrito o Henrique Raposo, faz da imanência um truque para legitimar qualquer absurdo. Pronto, tomei nota de uma frase do Gadamer: "O ateísmo da indiferença tomou o lugar do marxismo e da sua rejeição da religião enquanto tal". O ateísmo da indiferença é um facto. E um facto instituído pela nossa aversão infantil à transcendência.

A entrevista
Que dei com o João Eleutério à Portugália do Henrique Amaro na Antena 3 pode ser ouvida aqui (clicar em cima de aqui).

quinta-feira, fevereiro 14, 2013

O nosso diácono de 27 anos
Talvez uma das coisas mais tristes da nossa cultura contemporânea nacional seja o facto de algumas palavras se celebrizarem por iniciativa de humoristas. Não tenho nada contra humoristas com muito vocabulário mas se a nossa primeira referência de uma palavra for a partir de uma graçola é provável que tenhamos dificuldade em lidar com o seu significado além da anedota. Dois exemplos. Desde que o Gato Fedorento popularizou o verbo esmiuçar que alguém que o use soa inevitavelmente imbecil. O segundo, mais importante para o que quero escrever: desde que o Herman José inventou o Diácono Remédios que a palavra diácono sugere mais aos portugueses alguém que implica com os outros do que alguém que ajuda os outros, o seu verdadeiro significado. Ao longo dos anos ri-me com o Diácono Remédios mas gostava de contribuir para que o termo diácono voltasse a transmitir o seu sentido original.
Hoje o diácono da Igreja Baptista de São Domingos de Benfica faz 27 anos. Somos uma igreja pequena e ainda só temos um diácono. Que é diácono pela primeira vez na vida. Acho que somos uma igreja de primeiras vezes na vida, o que torna tudo tão falível quanto emocionante. O nosso único diácono que faz hoje 27 anos é também um símbolo desse privilégio que é pertencer a uma comunidade de primeiras vezes na vida. Porque nos ajuda a compreender que só faz sentido ter um título quando esse título depende do trabalho que requer.
Ser um diácono é ser um servidor. Ser alguém que a maior preocupação é servir a igreja nas suas necessidades imediatas, necessidades essas que não devem ser a ocupação daqueles que estão separados para pregar a Palavra (como aprendemos em Actos 6). Não é uma responsabilidade menor, de quem não tem capacidade de pregar a Palavra, mas é uma responsabilidade maior, de quem trabalha para que a Palavra possa ser melhor pregada por aqueles que estão separados para essa tarefa. Sem bons diáconos não pode haver boa pregação. E é tudo ainda mais engraçado por sabermos que estas linhas tantas vezes se cruzam. Por exemplo, o nosso diácono de 27 anos tem sido apontado também pela igreja para ensinar (e só Deus sabe se não será chamado para ainda mais). Uma coisa é certa para o diácono: há muito trabalho para fazer e é bem provável que ele trabalhe cada vez mais (na companhia de outros).
Uma nota biográfica sobre o nosso diácono que hoje faz 27 anos: conheço-o desde que nasceu. Quando cheguei à Igreja Baptista de Queluz em Janeiro de 1986, com oito anos, só foi preciso um mês e pouco para que nascesse lá um novo bebé - o nosso diácono que faz hoje 27 anos. Foi uma criança muito amada por aquela comunidade até porque cuidou dele mais intensamente quando Deus lhe chamou inesperadamente o pai. Teve uma mãe combativa e fiel e duas avós firmes na fé que zelaram para que crescesse sem lhe faltar nada. É isso que frequentemente acontece com as pessoas que confiam em Deus: fazem muito a partir de faltar tanto.
Outra nota biográfica sobre o nosso diácono que faz hoje 27 anos: é um dos rockers mais bonitos e talentosos de Portugal. Já ter tocado em palcos de estádios em nada lhe diminui o empenho de tocar para uma congregação de meia centena de pessoas, colocando o centro da música não nele mas em Jesus. Isso faz da igreja à qual pertence uma comunidade muita agradecida a Deus pela sua vida e que se sabe abençoadíssima pelo serviço do seu diácono que hoje faz 27 anos. Parabéns Filipe. Que Deus te abençoe e te prolongue os dias junto de nós, que somos servidos incansavelmente por ti e pela tua mulher (incrivelmente tão ou mais bonita que tu).
Páscoa no horizonte


quarta-feira, fevereiro 13, 2013

Hoje


terça-feira, fevereiro 12, 2013

Ouvir
Ser santo não é o que provamos a Deus para entrarmos no Céu. Ser santo é o que provamos de Deus para entrarmos no Céu. Não somos santos para convencer Deus. Somos santos para conviver com Deus.
O sermão de Domingo passado aqui (clicar em cima de aqui).

segunda-feira, fevereiro 11, 2013

Joseph
Aquele sabor amargo de ver o Papa que admiramos a resignar por não querer dividir a Igreja Católica pelas mesmas razões que dividem os Protestantes. Dia triste.
Fevereiro



O vídeo de Fevereiro está aqui. Mostra uma comunidade com vida na leitura da Bíblia, na barriga das mulheres e naqueles que ainda estão para nos visitar. É espalhar.
Oração respondida
Ontem Deus respondeu a uma das nossas orações mais constantes nos últimos quase dois anos. A partida do António Miguel Pires (Tómi) tinha deixado a Igreja Baptista de Queluz sem Pastor e nós, da Igreja Baptista de São Domingos de Benfica, de quem uma parte cresceu lá em Queluz, sentimos a tristeza dos nossos irmãos e colocámo-la nas mãos do Senhor.
Ao tomar posse do pastorado agora, o Rui Sabino (com a Adriana e os pequenos Miguel, Mariana e Tomás) é uma resposta de Deus ao que vínhamos a pedir. Curiosamente, muitos de nós em SDB somos amigos do Rui desde a adolescência e temos-lhe uma amizade antiga e saborosa. Mas o que mais nos sossega é a fidelidade do Rui e família a Jesus. Conhecemos-lhes o apego à Palavra e por isso a festa de Queluz foi também a festa de São Domingos de Benfica na Lapa. E não arquivamos as nossas orações, mas antes pelo contrário. Mantemos os Sabinos nelas porque o trabalho pela frente é muito e valioso.

sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Se queres pegar leve na Teologia, por favor peca pesadamente

[Texto do blogue We're Not Portugal que eu e o meu cunhado Tiago Oliveira mantemos em inglês.]

If you want to go soft on Theology, please sin harder

The typical softie’s reaction: oh man, there we go again with these old tags. And the softies will go on: in my theological thinking there’s no place for stereotypes like soft or hard. And softies will zenith themselves: I build my own universal references. You can tell a softie by the way he will get so soft that almost anything in the living universe will exist as a result of his softness. A softie is a mountain of love giving birth to the whole cosmos in a perpetual loop. For a softie the Creator is a sleepy rapper that forgot to stop the sample machine while performing his only ballad. The softie will call himself christian but will always feel pantheist. Everything is about his relation with everything.But there’s something very wrong with a softie (something even more wrong than his theology). A true softie is someone devoted to spot the edges that don’t belong there (and sometimes he’s right about that) but he never has fun destroying them. Because of his character a softie has a real hard time having fun (to have fun with something you have to be different from the thing you’re having fun with and if you’re a softie you take yourself to be a part of the things you’re having fun and you end up not being capable of fun). An example: a softie will rant about the injust rule of an american evangelical christian not being allowed to drink (in my country evangelicals drink) but he’ll hate beer.So my advice goes: if you want to soft on theology please make ends meet. Good theology exists also to prevent us doing what we’re unfortunately very good at - sinning. Bad theology exists to help us feel good doing bad. That’s the point. Bad theology has a goal. Bad theology is not happy with generating conversation but with generating crime. Why am I saying this? Because I do not only believe in this but I have done this. In my worst times of soft theology I was hard on sinning. At the end of that, one thing I´ve discovered about myself and God: theology has to do with thinking because has to do with being. And when you’re not the God of yourself you’ll get very importance out of believing in a certain way because its connection to living a certain way.Last word for softies. A word of encouragement. If you’re going soft on God you’re philosophically allowed to go hard on the Devil. You can preach sundays and smoke pot on saturdays. You can fast on weekends and get drunk on week days. You can tell people to marry and cheat on your wife. If you’re going there, buy the shirt. Flaunt it. Do it. At least get some good old fun of being wrong.

quarta-feira, fevereiro 06, 2013

A iconoclastia necessária
Em 2009 a Time trazia um artigo sobre as 10 ideias que estavam a mudar o mundo. Uma delas era o novo calvinismo. A última vez que Portugal ouviu falar de calvinismo foi quando um Primeiro-Ministro foi apanhado a fumar num voo entre Lisboa e Caracas. Isto diz muito sobre a reflexão nacional acerca de questões religiosas: é aérea. Entretanto esse Primeiro-Ministro, se continuou os seus hábitos tabagísticos, esfumaçará agora em Paris enquanto a nação continuará na ignorância acerca do calvinismo. Talvez o livro "Falsos Deuses" de Timothy Keller, acabado de publicar pelas Paulinas, ajude. Já passaram três anos desde que a revista americana anunciou o advento mas há natais que se podem celebrar atrasados.
Timothy Keller é um desconhecido para os leitores portugueses. Nos Estados Unidos tem sido alcunhado de novo C.S. Lewis pelo modo como fala de Teologia sem espantar os menos convertidos. É Pastor da Igreja Presbiteriana Redeemer em Manhattan e tornou-se talvez a figura mais consensual do movimento calvinista que recentemente tem mudado a face religiosa dos Estados Unidos. Os seus livros são êxitos de vendas e contribuem para o debate entre fé e ciência sem a histeria que geralmente contagia os dois lados das trincheiras. Ou seja, por muito pouca ou nenhuma fé que o leitor tenha, em nenhum livro de Timothy Keller se sentirá chamado de idiota (um hábito nas culture wars ianques).
Para a imensa minoria que terá uma ideia de quem foi João Calvino (o Calvino original, antes do Italo e do companheiro do Hobbes de peluche) talvez seja complicado ir além de alguns preconceitos típicos que o associam ao fatalismo teológico (a importância da predestinação no seu pensamento), ou à influência no capitalismo (algo claramente mais dos puritanos mas ajudado pela sua noção sólida de graça comum), ou ainda ao apelo a um comportamento ético elevado (a tal sombra que se pôs sobre a cabeça do velho Primeiro-Ministro). Isto significa que potencialmente João Calvino tem tudo para parecer aos portugueses desinformados um papão: parece que não acredita no livre-arbítrio, parece que não criminaliza o lucro, e parece que gosta que os cidadãos se portem bem. Perante semelhante caricatura como podem existir pessoas que se reclamam calvinistas? O livro de Tim Keller, não usando uma única vez o termo mas constantemente uma das frases preferidas de Calvino, "o coração do homem é uma fábrica de ídolos", pode ser o pretexto para uma descoberta de um dos homens mais importantes dos últimos 500 anos.
Atenção: este livro não é sobre o calvinismo. Este livro é sobre os ídolos da nossa era. Sejam eles o dinheiro, o poder, o êxito ou o sexo. É um livro que não se envergonha da sua tarefa primeira: persuadir os leitores a favor do cristianismo. Uma das novidades que o leitor habituado aos lançamentos da Paulinas, editora católica, pode sentir é que ao passo que os autores católicos geralmente persuadem a partir do que é comum, os protestantes persuadem a partir da diferença. Ou seja, Timothy Keller não poupa os leitores dos solavancos de uma mensagem de conversão. Se é para pregar, é para pregar. “Um ídolo é tudo aquilo para o qual olhamos e dizemos: se eu tiver aquilo sentirei que a minha vida tem sentido”. Ou ainda: “esta desilusão cósmica percorre toda a nossa vida, mas sentimo-la, de modo especial, nas coisas em que pusemos todas as nossas esperanças”.
O Português não é a melhor língua para sermões. Temos um dialecto sofisticado que quando traduz um apelo à mudança soa a receita requentada de auto-ajuda. Isso acontece com este livro, que brilha muito mais no inglês original que na tradução portuguesa. Somos uma língua que se dá mal com a simplicidade. Por isso a nossa tradição de pregadores tende a ser fraca e a encontrar no Padre António Vieira mais uma excepção que uma regra. Basta ouvir umas quantas homilias para confirmar o tom amolecido e afectado com que se suaviza a mensagem angulosa do Evangelho em advérbios de modo e adjectivos. Uma razão pela qual precisamos desesperadamente de mais calvinistas? Para aprender a poupar palavras para dizer o essencial. Este é um tipo de iconoclastia muito útil. Há Falsos Deus que têm mesmo de ir abaixo.

Timothy Keller, Falsos Deuses, Paulinas, 224 páginas.

terça-feira, fevereiro 05, 2013

Ouvir
Vivemos confusos a fazer da fé um bocadinho de conhecimento e um bocadinho de comportamento, quando a fé vai muito além disso.
O início da série de sermões em Colossenses já pode ser ouvido aqui (clicar em cima de aqui).

segunda-feira, fevereiro 04, 2013

Na Notícias Magazine de ontem
 


sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Agenda cheia
Este fim-de-semana a agenda está cheia:
- Amanhã às 17h a Flur vai ter festa gratuita, a horas decentes, amiga da família e do comércio tradicional. Melhor é impossível. Mesmo juntinho ao rio.
- Amanhã os Pontos Negros vão tirar ao Olga Cadaval o Centro Cultural para deixarem no seu lugar rock'n'roll. Convidaram o velhinho aqui para se juntar.
- No Domingo comprem o Diário de Notícias e vejam a revista do suplemento.
- No Domingo começamos uma série nova de pregações na Carta aos Colossenses que, por causa de Cristo, vai ser bomba. A não perder.