sexta-feira, março 29, 2019

Videozinho de Sexta-Feira

Não é de estranhar que quando temos dificuldade em acreditar que existe uma verdade absoluta no que as palavras significam, elas se tornem descartáveis. No fundo, usamos hoje as palavras um pouco como usamos o plástico. Mas somos muito mais sensíveis à poluição material do que à poluição verbal. Vivemos relativamente tranquilos com a sujidade do que dizemos e escrevemos, como se não tivéssemos uma alma que se pode poluir tão facilmente como o planeta.

Na Bíblia, usar o nome de uma pessoa não se dissocia do que sentimos acerca dela. Daí que o cuidado com as designações era imenso. Santificar algo também passa por este rigor com o seu manuseamento verbal.

Não quero enfiar-me em mais polémicas brasileiras, até porque é irritante ter um português armado em especialista acerca de um país que não é o seu. Mas não vou refrear-me de perguntar aos meus irmãos do outro lado do oceano: há uma razão cultural para mesmo os evangélicos fazerem tão facilmente aquilo que me parece que é invocar o nome de Deus em vão? Elucidem-me paciente e fraternamente, por favor.

O vídeo de hoje ilustra isto.

quarta-feira, março 27, 2019

Ouvir

"Não julgueis para que não sejais julgados", diz Jesus. Não é exagerado afirmar que estamos numa das passagens bíblicas mais mal interpretadas de sempre. O título deste sermão pergunta: Jesus manda que não julguemos os outros? Sim e não. Vamos tentar entender como.

O sermão de Domingo passado pode ser ouvido aqui.

segunda-feira, março 25, 2019

Ainda sobre ser de direita ou de esquerda

[É possível que este texto o aborreça por ser longo ou o irrite por ser desbocado (ou provoque outro sentimento qualquer). Envolva-se nele apenas se estiver interessado em também orar pelo seu autor, amando-o mesmo que o mais fácil seja odiá-lo.]

Um dos desafios espirituais mais difíceis da minha vida é aprender a estar quieto e calado. Nos últimos anos tenho tentado que a minha comunicação na internet seja mais ponderada e, portanto, hoje tendo a desconfiar de alimentar discussões num meio tão dado ao impulso e pouco favorável à reflexão séria. Espero, no entanto, que as notas que vou acrescentar em relação ao vídeo e texto de sexta-feira possam ser úteis para ficarmos mais firmes na Palavra de Deus.
Não quero entrar numa lógica circular mas, sinceramente, algumas das reacções ao que escrevi acerca de "direita e esquerda fazerem parte da equipa que odeia Jesus" apenas comprovaram a tese apresentada. Para já, porque a reacção ao texto foi a típica de quando alguém já está tão fascinado com o encanto de uma causa que, julgando-a atacada num texto que lê desatentamente, parte para o ataque. Quando escrevi, o que estava em causa não era a pertinência do uso de termos como "ser de direita" ou "ser de esquerda", mas como o texto bíblico de Marcos 3 nos mostra que o ódio de Jesus vem de pessoas que se acham de direita e de pessoas que se acham de esquerda (aceitando o uso flexível de termos a épocas anteriores à sua criação). Quando escrevi, o que estava em causa também não era o envolvimento do cristão na política ou uma apologia ao voto em branco. É triste que tantos evangélicos, que não deviam desistir  de serem conhecidos como o povo da Palavra, sejam leitores tão deficiente dela(s). Um texto deve ser lido competentemente e um vídeo deve ser visto competentemente.
A incompatibilidade entre a fé cristã e a esquerda é daquelas coisas que nos desprestigia só por termos de a justificar. Vou dar-me ao luxo de escrever com um tom paternalista agora, por isso, se não estiverem com uma dose extra de generosidade, abandonem este texto e vão fazer algo que não vos chateie tanto. Meus queridos: a realidade existe independentemente do romance que criámos a partir de ideias que nos agradaram sem que as entendêssemos. Do mesmo modo como eu, que não me formei em medicina, não vou medicar os meus filhos a partir de opiniões que fui criando cá para mim, um cristão só pode dizer-se de esquerda porque, da mesma maneira negligente, desvaloriza o modo como ela encarna historicamente e o que ela implica no modo de olhar para o mundo. Um cristão de esquerda é um gnóstico que crê que há uma esfera mais elevada onde as coisas existem espiritualmente, independente da dimensão do que é carne e osso.
Para ilustrar a incompatibilidade entre cristianismo e esquerda, cito alguém que percebe mais do assunto do que eu, o Carl Trueman, num texto que merece ser lido na totalidade: "Marx believed that human identity is constituted by social relationships; but—and here is the crucial move—those social relationship are not, as with Hegel, determined by thought, by ideas. They are, at root, material—specifically, they depend on the nature of one’s place in the economy"Não dá para ser cristão e ser de esquerda porque ser de esquerda é partir do princípio que a identidade fundamental da pessoa é o lugar que ela ocupa na economia. Claro que muita teologia que veio depois de Marx tentou dar mais carninha a este osso, insuflando teologia à força para dentro de uma leitura completamente desteologizada da realidade. A causa que também é bíblica, de valermos as pessoas em circunstâncias económicas difíceis, tornou-se para muitos uma tentativa de pôr espírito numa tese que crê que tudo o que realmente há é só material. Mas, por muito bem intencionada que seja, não funciona: a esquerda cristã está destinada ao fracasso porque quer dar alma a uma luta que não acredita nela.
Por isso, meus tontos irmãos evangélicos que se consideram de esquerda (eu disse que ia ser paternalista): cresçam para o facto de que as ideias têm causas e consequências e, como Jesus, fazem-se carne e osso. O mundo não é o delírio gnóstico em que vocês vivem. Como diz o Ben Shapiro, "facts don't care about your feelings". Se se querem afirmar de esquerda, força. Da minha parte têm um escárnio que tento conter, porque um cristão não deve celebrar a estultícia alheia, e têm também a minha solidariedade, porque também caio frequentemente em fantasias pessoais que quero impor ao mundo. Orarei por vocês e espero que orem por mim.
Mas deixem-me agora dedicar-me aos outros tontos irmãos evangélicos, os que se dizem de direita. Esperava-se das pessoas que não caem na tentação moralmente bem intencionada que é afirmar-se cristão e de esquerda, a continuação do uso desse discernimento. Afinal, se discerni que o Diabo é bem sucedido na minha vida porque me convence a abraçar coisas que me parecem boas mas, que no fim, são reveladas como não tão boas como pareciam, e se esse discernimento me impediu de me querer afirmar como cristão e de esquerda, por que razão é que devo parar de usar esse belo discernimento para me afirmar cristão e de direita? As pessoas que não são de esquerda, discernindo o perigo de acreditarmos na bondade das causas independentemente da existência do mal dentro de nós, deveriam entender que o mesmo perigo, ainda que com manifestações diferentes, continuará a existir na direita. Simplificando mais ainda: as pessoas que têm o bom senso de não serem de esquerda, deveriam entender que ser de direita é apenas a outra face da moeda do mesmo erro.
Deixem-me tentar ilustrar este ponto regressando ao texto bíblico de onde nasceu toda esta questão, em Marcos 3:1-6. Ninguém começou a conspirar contra Jesus porque ele condenava em nós o que reconhecemos como mal. A conspiração para matar Jesus nasce do facto de ele condenar em nós o que reconhecemos como bem. E é aqui que a minha paciência tende a diminuir e a fazer-me querer tratar todas as pessoas que não entenderam isto como se fossem atrasados mentais (como se eu mesmo não fosse um deles, passando décadas da vida surdo à lição que agora quero gritar aos outros... enfim...). Das pessoas que não são de esquerda espera-se uma maior consciência do perigo das boas intenções, consciência essa materializada na hesitação em encontrar caminho a partir de uma identidade ideológica. Os de esquerda é que devem ser os crentes nas boas ideias, nos ideais; os outros devem, neste sentido, ser apenas os desconfiados. Logo, não faz sentido que um desconfiado das boas ideias e dos ideais se sinta confortável em dizer-se de direita porque nessa hora ele já passou a acreditar num ideal alternativo, completamente à medida do anterior que condenou.
Os cristãos acreditam que o bem que têm para fazer, fazem-no independentemente da bondade que têm. Os cristãos fazem o bem apesar da sua bondade, porque até a bondade que têm está corrompida pela existência do mal em nós. Voltando a Lutero, o pecado não é o que fazemos, o pecado é o que somos. Claro que o evangelho nos chama a fazer o bem, e quem não o fizer, peca (como explica o Apóstolo Tiago). Mas o bem que fazemos nunca pode ser o que somos, porque o bem que fazemos é o que Jesus é em nós, matando o nosso velho eu para uma nova criatura em que já não vivemos nós, mas Cristo (como Paulo explica em Romanos e Gálatas). Logo, um cristão não pode essencialmente ser de esquerda ou essencialmente ser de direita porque ser de esquerda ou ser de direita é fundamentar a nossa identidade no bem de um posicionamento ideológico. As pessoas que encontram bem num posicionamento ideológico são as que estão prontas para atacar qualquer pessoa que possa colocar em causa essa mesma qualidade do nosso posicionamento. O que é que elas geralmente fazem com pessoas assim, que colocam em causa o bem da nossa ideologia? O que fizeram com Jesus as pessoas que confiavam na bondade do seu posicionamento ideológico, seja ele de esquerda ou de direita: matar.
Um dos melhores efeitos do meu vídeo e do meu texto foi demonstrar a agressividade de cristãos que se dizem de direita, apelidando de "bobagem" o que tinha escrito e dito, e, numa escala mais pequena, a ausência de consequência intelectual dos cristãos que se dizem de esquerda. Dependendo da lado da tentação para onde caímos, os resultados são diferentes mas o sentido de ofensa pessoal é o mesmo. Cristãos de esquerda e direita sentiram-se ofendidos porque o que leram e viram arrancava uma parte importante daquilo que tomam como a sua identidade. O que vos quero dizer é que essa é precisamente a atitude que ajudou os fariseus e herodianos a serem tão competentes em conseguirem espetar Jesus numa cruz. Com dizia John Stott, "antes de olharmos para a cruz como algo feito por nós, temos de olhar para a cruz como algo que nós próprios fizemos".
Permitam-se um à parte, num texto que já segue insuportavelmente longo, para malhar especialmente nos palermas dos meus irmãos evangélicos que supostamente fazem parte da minha equipa teológica, a equipa calvinista. Que haja cristãos que se dizem calvinistas (vêem como não tenho problemas com rótulos? - amo o rótulo calvinista!) e que vêm para o meu mural chorar como criancinhas porque alguém lhes disse que a direita faz parte da equipa que odeia Jesus, é só uma prova que eles são tão calvinistas como eu sou esquimó. Um calvinista tem de ser um especialista em auto-suspeita, em saber mesmo que o pior pecador à face da terra é ele próprio e não os outros. Um calvinista não defende causas além de Cristo porque um calvinista sabe que somos fábricas de ídolos, como já dizia o bom João. Está a nascer uma raça de calvinistas no Brasil que é tão espiritualmente estúpida que o Diabo nem precisa de se dar ao trabalho de os tentar.
E permitam-me um novo à parte, num texto que já segue insuportavelmente logo, para apontar outro dedo ao Brasil. Em Portugal também detestamos quando um não-português fala sobre os defeitos portugueses. Portanto, sejam pacientes comigo. E aproveito ainda para dizer que o que vou afirmar agora, expando mais num livro que sairá, se Deus quiser, ainda este ano, chamado "Arame Farpado no Paraíso - o Brasil visto de fora e um pastor visto por dentro". O Brasil actualmente é o espírito da conspiração para matar Jesus feito país: as pessoas entregam-se ao ódio por não tolerarem que a bondade que julgam ter seja posta em causa. A comunicação entre brasileiros, no palco das questões políticas, é a triste defesa da razão de cada um sobre a falta de razão do outro. E, tragicamente, tantos cristãos evangélicos embarcam nessa cantiga odiosa. Reparem que não estou a dizer que, por exemplo, se fosse brasileiro não votaria Bolsonaro (graças a Deus, não tenho de me preocupar com isso). A questão não é essa. A questão não é tanto o mal das coisas em si, mas como as coisas estão a ampliar o mal em nós (Jesus explica isto em Marcos 7). E isto, em grande parte, aplica-se também aos Estados Unidos. E, mais, aplica-se, no fundo, a toda a comunicação feita na internet, sem o rosto sagrado do outro diante de mim e que facilita que o meu dedo prima o gatilho (logo, aplica-se também aos portugueses e a todas as pessoas no mundo).
Este texto tortuoso não deve ser usado para defender a neutralidade política ou o não-envolvimento cívico do cristão, mas deve ser usado para desistirmos de defendermos a qualidade do nosso melhor, esteja esse melhor na política ou noutro lado qualquer. Que haja uma reacção tão territorial de defesa de uma ideologia só significa que o nosso coração, amando o que nos parece bom na nossa identificação política, está pronto para se portar mal com qualquer pessoa que coloque isto em causa. É por isso que, ao terceiro capítulo do evangelho de Marcos, Jesus já está a ser tramado, e que tramados ficaremos pela aparente justiça própria que nos seduz em qualquer partido político.

sexta-feira, março 22, 2019

Videozinho de Sexta-Feira

Tenho a certeza de que não sou de esquerda há quase vinte anos. A ensaboadela ideológica que levei na Faculdade contribuiu para concluir que as minhas convicções progressistas tinham de ficar na adolescência mesmo. Como é previsível na imaturidade, passei de um extremo para o outro. Sobretudo na alvorada dos blogues, aí por volta de 2002, achei-me a sair do armário ideológico e pensei que o oxigénio mais limpo que tinha para respirar era ser de direita.

Preocupa-me hoje, em tempos de bipolaridades políticas, que tantos cristãos se afirmem de direita. Se, de facto, estou absolutamente convicto de que a esquerda e a fé em Cristo não combinam, isso não significa que o lar do seguidor de Jesus é a direita. Céus. É abrir a Bíblia e ver que Jesus era odiado por todo o tipo de pessoas, da esquerda à direita (se tivermos a flexibilidade de usar estes termos historicamente posteriores a circunstâncias anteriores). Uma coisa é os cristãos que acreditam na verdade de as Escrituras serem mesmo a revelação de Deus serem apelidados por muitos como "conservadores", "fundamentalistas", "reaccionários", ou outra palavra qualquer - esse é um problema de quem nos apelida, não nosso. Mas não é pelo facto de nos atirarem palavras que vamos encontrar casa nelas.

Não sou de esquerda nem de direita porque essas são palavras que não exprimem a fé que tenho em Jesus. Cristo perdoou o homem de esquerda que dentro de mim odeia a moral, e Cristo perdoou o homem de direita que dentro de mim idolatra a moral. Já me dei mal a tentar ser bom em qualquer dos lados. Sou cristão e pronto.

terça-feira, março 19, 2019

Ouvir

O segredo, segundo Jesus, para não andarmos ansiosos é desistirmos da beleza que encantou os nossos olhos de tomarmos o mundo como um palco da nossa qualidade. Se a vida depender do cuidado que temos, que grandes trevas serão! Vamos viver ansiosos e esmagados pela omnipotência que desejamos e não temos. O que Jesus diz é o oposto: a vida serve para reconhecermos que quem cuida é Deus. Se Deus cuida das coisas pequenas, quanto mais de nós, homens de pequena fé.

O sermão de Domingo passado, chamado "A ansiedade alimenta-se da auto-suficiência", pode ser ouvido aqui.

sexta-feira, março 15, 2019

Videozinho de Sexta-Feira

No dia em que um evangélico se cala, está pronto para morrer. É certo que nos faz falta aprender a arte do silêncio também (e a mim em particular!). Mas um evangélico é obcecado pela(s) palavra(s) porque a palavra fez-se carne em Jesus e só assim podemos ser salvos.

Um elemento que nos distingue do catolicismo é precisamente este rigor teimoso na ordem das coisas: "a palavra fez-se carne". Uma igreja guiada por homens é da ordem de "a carne fez-se palavra". Isto fica meio filosófico e nem sempre dá para explorar completamente num sermão. Mas se um sermão não servir para falar desta ordem correcta, então de pouco servirá.

Somos raivosamente logocêntricos, como qualquer menino hebreu era ensinado a ser, reverenciando o nome e nunca a imagem. O nome representa o carácter. Este vídeo ilustra isto (para serem mais protestantes, assistam-nos de olhos fechados).

terça-feira, março 12, 2019

No Expresso




















Dá para discutir o que o Henrique Raposo escreveu no Expresso, mas concordo com a tese fundamental de o futuro precisar de uma liberdade radical. Por outro lado, o tique português não é aceitar essa liberdade mas normalizá-la canonizando-a. O mesmo já está feito com o Osiris - já foi oficialmente iconografado. A partir daqui é sempre a descer - com a preciosa salvaguarda de que o seu génio (a sua santidade) se tornou dogma. Nesse sentido, a FlorCaveira falhou, porque se limitou a adicionar estatuetas à capela e não a destruí-la.
Ouvir

O sermão de Domingo passado, chamado "Argumentos Divinos para Ganhar o Coração" e pregado pelo Filipe Sousa, pode ser ouvido aqui.

sexta-feira, março 08, 2019

Videozinho de Sexta-Feira

O segredo para ter uma visão superficial acerca de Jesus é evitar ler a Bíblia. Já estão a ver onde quero chegar: vivemos num mundo de opiniões infundadas sobre Cristo, porque pouco ou nada das Escrituras lê. Até para ter uma opinião, convém saber construí-la decentemente.

Uma das ideias típicas (e tontas) acerca de Jesus, para aqueles que tentam até manter uma perspectiva positiva acerca dele, é imaginá-lo uma doçura de homem, sempre pronto para espalhar positividade a todos à sua volta. Erro. Jesus viveu como um homem a sério, e não como um holograma de porreirismo. Jesus soube o que é sentir fúria por algumas pessoas.

O vídeo de hoje ilustra isto.

quinta-feira, março 07, 2019

Ouvir

O sermão de Domingo passado, chamado "A Batalha da Ansiedade" e pregado pelo Pastor Mark Bustrum, pode ser ouvido aqui.

segunda-feira, março 04, 2019

Multidões


Videozinho de Sexta-Feira

Não é fácil de explicar em Portugal o que significa ser um cristão baptista. Durante algum tempo chamava o Martin Luther King para o assunto porque seria um exemplo de um baptista de que a maioria já tinha ouvido falar. Mas há baptistas de tantas formas e feitios que por vezes fica complicado ir mais fundo na identidade da denominação à qual pertenço (o próprio MLK era um baptista com posições teológicas bem diferentes das minhas).

Ainda assim, creio que se aquilo que nos dá nome não entrar na conversa, provavelmente vamos passar ao lado do essencial. Usando uma descrição teologicamente flexível, diria que um baptista é alguém que está obcecado por baptizar aqueles que querem serem baptizados. De facto, e apesar de todo o amor pelos nossos irmãos pedo-baptistas, esta parte final, do "aqueles que querem ser baptizados", é importante. Isto não significa que o mais importante num baptismo é o querer da pessoa, mas significa, pelo menos, que não encontramos nas Escrituras um baptismo onde o querer da pessoa não seja parte essencial do processo.

Posto isto, o vídeo de hoje ilustra o modo como a Igreja da Lapa rola. Só é preciso duas coisas: fé e água (muita). Ainda que no calor do sermão tenha dito que só era preciso água, tal é minha obsessão por ver pessoas baptizadas.