sexta-feira, dezembro 30, 2005
Boletim infantil
O DVD das músicas da Carochinha, o início da perversão estética da minha criancinha de 19 meses, tem uma versão portuguesa polémica do "Do Re Mi" da Música no Coração. Tradutor, traidor. Temo bem que grande parte da minha função pedagógica enquanto pai se resuma a minorar os efeitos daqui consequentes.
O DVD das músicas da Carochinha, o início da perversão estética da minha criancinha de 19 meses, tem uma versão portuguesa polémica do "Do Re Mi" da Música no Coração. Tradutor, traidor. Temo bem que grande parte da minha função pedagógica enquanto pai se resuma a minorar os efeitos daqui consequentes.
quinta-feira, dezembro 29, 2005
Nota sobre o combate político
A Voz do Deserto é o meu quarto blogue preferido. Anda para aí uma gente a fazer topes 10 sem me incluir. Não reclamo o pódio. Reclamo apenas razoabilidade.
Sei que no terceiro ano de actividade as pontas soltas são muitas. A receita do costume. Religião e panque-roque: as pessoas começam a fartar-se de sacristãos que se excitam em karaokes. É um argumento válido.
Mas. A nossa blogosfera não é nenhum Klondike. Um top 10 sem a Voz do Deserto não é gosto nem distracção. É um combate político. Paz na terra aos homens, recordemo-nos. Ainda há tempo para umas salvíficas erratas classificativas.
A Voz do Deserto é o meu quarto blogue preferido. Anda para aí uma gente a fazer topes 10 sem me incluir. Não reclamo o pódio. Reclamo apenas razoabilidade.
Sei que no terceiro ano de actividade as pontas soltas são muitas. A receita do costume. Religião e panque-roque: as pessoas começam a fartar-se de sacristãos que se excitam em karaokes. É um argumento válido.
Mas. A nossa blogosfera não é nenhum Klondike. Um top 10 sem a Voz do Deserto não é gosto nem distracção. É um combate político. Paz na terra aos homens, recordemo-nos. Ainda há tempo para umas salvíficas erratas classificativas.
quarta-feira, dezembro 28, 2005
Coisas que se deixa de fazer
Para assistir a uma reunião de condóminos que dura mais de 3 horas:
- ler Dickens
- acompanhar os progressos da filha de 19 meses
- ouvir o último álbum do Ryan Adams.
Escolheu-se o segundo orçamento apresentado para impermeabilizar o terraço e por unanimidade da assembleia proceder-se-á à ordem de despejo da vizinha do rés-do chão direito.
Para assistir a uma reunião de condóminos que dura mais de 3 horas:
- ler Dickens
- acompanhar os progressos da filha de 19 meses
- ouvir o último álbum do Ryan Adams.
Escolheu-se o segundo orçamento apresentado para impermeabilizar o terraço e por unanimidade da assembleia proceder-se-á à ordem de despejo da vizinha do rés-do chão direito.
terça-feira, dezembro 27, 2005
A maior história de sempre
O estômago budista rebenta de frutos secos? A criancinha muçulmana tem overdose de brinquedos? A poupança do judeu sofre um rombo no final de ano?
O nascimento de Cristo arrasa os seus seguidores e a concorrência. Falai pelas montanhas.
O estômago budista rebenta de frutos secos? A criancinha muçulmana tem overdose de brinquedos? A poupança do judeu sofre um rombo no final de ano?
O nascimento de Cristo arrasa os seus seguidores e a concorrência. Falai pelas montanhas.
segunda-feira, dezembro 26, 2005
Hoje sonhei
Que a Christiane Torloni tinha um livro sobre blogues e eu procurava exaustivamente nas suas páginas uma referência a este humilde ecrã. Verdade, verdadinha.
Que a Christiane Torloni tinha um livro sobre blogues e eu procurava exaustivamente nas suas páginas uma referência a este humilde ecrã. Verdade, verdadinha.
sexta-feira, dezembro 23, 2005
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Da estação
Não me aborrece o Natal consumista. Aborrece-me o Natal de Herodes. E sobre festas estamos conversados.
Não me aborrece o Natal consumista. Aborrece-me o Natal de Herodes. E sobre festas estamos conversados.
Premissa
Até um perscrutador da discografia do Chico Buarque pode perder as estribeiras. A partir desta premissa o mundo não deixará de nos surpreender. Mas sem a mesma veemência.
Até um perscrutador da discografia do Chico Buarque pode perder as estribeiras. A partir desta premissa o mundo não deixará de nos surpreender. Mas sem a mesma veemência.
quarta-feira, dezembro 21, 2005
terça-feira, dezembro 20, 2005
Nota bendita
A superioridade do cristianismo está em ser uma religião que primeiro oferece as condolências. Só depois as boas notícias. Feliz Natal.
A superioridade do cristianismo está em ser uma religião que primeiro oferece as condolências. Só depois as boas notícias. Feliz Natal.
segunda-feira, dezembro 19, 2005
Nota satânica
Entre os crentes há mãos cheias de pessoas para fazer o trabalho de Deus. Para uma ajudinha ao Diabo nem um.
Entre os crentes há mãos cheias de pessoas para fazer o trabalho de Deus. Para uma ajudinha ao Diabo nem um.
sexta-feira, dezembro 16, 2005
A primeira vez
Que tive contacto com o termo regeneração foi no livro do Lucky Luke "A Regeneração dos Dalton". Hoje em dia convivo com a palavra sobretudo no contexto religioso.
Era mais fácil com os 4 bandidos.
Que tive contacto com o termo regeneração foi no livro do Lucky Luke "A Regeneração dos Dalton". Hoje em dia convivo com a palavra sobretudo no contexto religioso.
Era mais fácil com os 4 bandidos.
quinta-feira, dezembro 15, 2005
O problema das fronteiras ou um poste sobre o amor
No último Domingo casou-se lá na igreja uma romena com um português. Ela pertence à comunidade e ele não. A estrangeira era da casa. O da casa era o estrangeiro. A fé é um agente de problematização das fronteiras.
No último Domingo casou-se lá na igreja uma romena com um português. Ela pertence à comunidade e ele não. A estrangeira era da casa. O da casa era o estrangeiro. A fé é um agente de problematização das fronteiras.
quarta-feira, dezembro 14, 2005
terça-feira, dezembro 13, 2005
segunda-feira, dezembro 12, 2005
Evangélicos, once again
Pois, pois, eu também comprei a Vanity Fair de Novembro. Aquela que malha nos evangélicos. O autor do artigo está assustado com as crenças apocalípticas da minha família religiosa. Compreensível. Acontece que as crenças apocalípticas da minha família religiosa não fazem mal a ninguém senão à própria. Somos máquinas a converter: arrancamos os pobres de espírito do paganismo e ensinamos-lhes o que é o Evangelho. Mas tudo com doçura. No guns involved.
Fanáticos? Os fanáticos são gente bruta. O nosso estilo é persuasão. O fanático não muda. Nós defendemos a mudança (das religiões falsas para a verdadeira). O fanático é aquele que se conhece bem e sabe razoavelmente um pouco sobre tudo. O fanático serve a sua própria visão da verdade. O cristão evangélico não. O cristão evangélico manda a sua visão da verdade às malvas para depender exclusivamente daquilo que a Bíblia lhe ensina. O cristão evangélico é o verdadeiro intelectual: ele não consome o livro, ele depende do livro. Um dia o cristão evangélico não come carne por ter sido sacrificada aos ídolos. No outro já come porque nada é mau em si mesmo. O cristão evangélico é um troca-tintas abençoado.
O cristão evangélico nasceu perseguido. Na Inglaterra, na Holanda, na América. O cristão evangélico quer acreditar na Bíblia e que o deixem em paz. Um cristão evangélico vai dizer ao seu vizinho ateu, muçulmano, budista, e scarlettjohansenista que eles estão errados mas não os vai obrigar a nada. Concedo que o cristão evangélico é chato. Mas é chato porque tem razão. Os cristãos evangélicos que vão mais longe do que a conversa não são cristãos evangélicos. São pseudo-cristãos evangélicos. O problema é que a Vanity Fair faz de todos os cristãos evangélicos pseudo-cristãos evangélicos. Por isso o artigo é mau. E só satisfaz fanáticos (que são aqueles que odeiam de morte os cristãos evangélicos).
Os fanáticos não suportam nos outros a crença em algo que lhes pareça demasiado fora do tolerável. Toleram intolerantemente o tolerável apenas. São os fanáticos que sempre perseguiram cristãos evangélicos, testemunhas de Jeová, maricas, judeus, ciganos, IURDs, Manás, o Kurt Cobain na escola e o César das Neves no DN porque não se limitavam ao que era tolerável. Onde gostam mais os tolerantes de tolerar? Gostam de tolerar na cama, tolerar no supermercado e tolerar na biblioteca. Na igreja nem pensar. No sagrado não se tolera, legitimam os tolerantes.
Fazendo parte do produto autêntico (100% evangélico nascido de novo e vibrante com os améns da congregação) estou cá para dar a cara. Interessa-me menos saber quando regressa o Messias para julgar a humanidade. Interessa-me mais destruir as sãs capelas dos beatos tolerantes deste admirável novo século. O apocalipse ainda não chegou mas já me abre o apetite o cheiro a enxofre.
Pois, pois, eu também comprei a Vanity Fair de Novembro. Aquela que malha nos evangélicos. O autor do artigo está assustado com as crenças apocalípticas da minha família religiosa. Compreensível. Acontece que as crenças apocalípticas da minha família religiosa não fazem mal a ninguém senão à própria. Somos máquinas a converter: arrancamos os pobres de espírito do paganismo e ensinamos-lhes o que é o Evangelho. Mas tudo com doçura. No guns involved.
Fanáticos? Os fanáticos são gente bruta. O nosso estilo é persuasão. O fanático não muda. Nós defendemos a mudança (das religiões falsas para a verdadeira). O fanático é aquele que se conhece bem e sabe razoavelmente um pouco sobre tudo. O fanático serve a sua própria visão da verdade. O cristão evangélico não. O cristão evangélico manda a sua visão da verdade às malvas para depender exclusivamente daquilo que a Bíblia lhe ensina. O cristão evangélico é o verdadeiro intelectual: ele não consome o livro, ele depende do livro. Um dia o cristão evangélico não come carne por ter sido sacrificada aos ídolos. No outro já come porque nada é mau em si mesmo. O cristão evangélico é um troca-tintas abençoado.
O cristão evangélico nasceu perseguido. Na Inglaterra, na Holanda, na América. O cristão evangélico quer acreditar na Bíblia e que o deixem em paz. Um cristão evangélico vai dizer ao seu vizinho ateu, muçulmano, budista, e scarlettjohansenista que eles estão errados mas não os vai obrigar a nada. Concedo que o cristão evangélico é chato. Mas é chato porque tem razão. Os cristãos evangélicos que vão mais longe do que a conversa não são cristãos evangélicos. São pseudo-cristãos evangélicos. O problema é que a Vanity Fair faz de todos os cristãos evangélicos pseudo-cristãos evangélicos. Por isso o artigo é mau. E só satisfaz fanáticos (que são aqueles que odeiam de morte os cristãos evangélicos).
Os fanáticos não suportam nos outros a crença em algo que lhes pareça demasiado fora do tolerável. Toleram intolerantemente o tolerável apenas. São os fanáticos que sempre perseguiram cristãos evangélicos, testemunhas de Jeová, maricas, judeus, ciganos, IURDs, Manás, o Kurt Cobain na escola e o César das Neves no DN porque não se limitavam ao que era tolerável. Onde gostam mais os tolerantes de tolerar? Gostam de tolerar na cama, tolerar no supermercado e tolerar na biblioteca. Na igreja nem pensar. No sagrado não se tolera, legitimam os tolerantes.
Fazendo parte do produto autêntico (100% evangélico nascido de novo e vibrante com os améns da congregação) estou cá para dar a cara. Interessa-me menos saber quando regressa o Messias para julgar a humanidade. Interessa-me mais destruir as sãs capelas dos beatos tolerantes deste admirável novo século. O apocalipse ainda não chegou mas já me abre o apetite o cheiro a enxofre.
sexta-feira, dezembro 09, 2005
Notas escassas que elogiam o último álbum dos Strokes
A coisa esteve mal-parada quando no videoclip vi os meninos sentados naqueles bancos altos. No roque um homem tem de estar de pé. Ao início da primeira cantiga do álbum a semelhança com a bateria do "I Want To Brake Free" dos Queen quebrou a frieza do meu coração. As guitarras estando mais irrequietas permanecem sem overdubs palermas.
A coisa esteve mal-parada quando no videoclip vi os meninos sentados naqueles bancos altos. No roque um homem tem de estar de pé. Ao início da primeira cantiga do álbum a semelhança com a bateria do "I Want To Brake Free" dos Queen quebrou a frieza do meu coração. As guitarras estando mais irrequietas permanecem sem overdubs palermas.
quarta-feira, dezembro 07, 2005
Desporto nacional
Comprar os paperbacks da Penguin na Fnac. Twains, Chestertons, Dostoievskys. Não são dois euros e cinquenta, são quinhentos paus.
Comprar os paperbacks da Penguin na Fnac. Twains, Chestertons, Dostoievskys. Não são dois euros e cinquenta, são quinhentos paus.
Sabem como é
Uma pessoa apanha um bocado livre e grava logo umas cançõezitas. Vão à página dos Gratos Leprosos e confiram (clicando aqui sobre o nome do grupo ou apanhando a boleia dos links na coluna do panque-roque).
Uma pessoa apanha um bocado livre e grava logo umas cançõezitas. Vão à página dos Gratos Leprosos e confiram (clicando aqui sobre o nome do grupo ou apanhando a boleia dos links na coluna do panque-roque).
terça-feira, dezembro 06, 2005
Z.M. Lázaro
O Zé Mário encerrou o Blogue de Esquerda. Mas tem dois novos blogues que provam que a ressurreição anda mais viva na blogosfera que na teologia. Amén, irmãos?
- A Invenção de Morel
- A Aspirina B
- e não esquecer a Letra Minúscula.
O Zé Mário encerrou o Blogue de Esquerda. Mas tem dois novos blogues que provam que a ressurreição anda mais viva na blogosfera que na teologia. Amén, irmãos?
- A Invenção de Morel
- A Aspirina B
- e não esquecer a Letra Minúscula.
segunda-feira, dezembro 05, 2005
Desvio II
No Porto não houve jardins de Serralves para ninguém. Sempre a chuva. Mas deu para a filha se estrear num concerto de panque-roque numa igreja carismática.
No Porto não houve jardins de Serralves para ninguém. Sempre a chuva. Mas deu para a filha se estrear num concerto de panque-roque numa igreja carismática.
Desvio
Chegava do fim-de-semana passado no Porto e para me desviar de um engarrafamento inesperado na 2ª Circular faço o caminho por dentro da cidade. Em frente à Aula Magna recordo que era noite de concerto. "Tocam os dEUS aqui". O meu Pai: "Quem?". Eu: "Os dEUS, uma banda suiça ou belga". O meu pai: "Ah.".
Chegava do fim-de-semana passado no Porto e para me desviar de um engarrafamento inesperado na 2ª Circular faço o caminho por dentro da cidade. Em frente à Aula Magna recordo que era noite de concerto. "Tocam os dEUS aqui". O meu Pai: "Quem?". Eu: "Os dEUS, uma banda suiça ou belga". O meu pai: "Ah.".