Há uma diferença
Entre entristecer o Espírito Santo e entristecer o crítico santo (Efésios 4.30).

Hoje nas bancas
Na Revista Atlântico, que todos os leitores deste blogue vão a correr comprar, podem ler, entre outras coisas mais sensatas, o seguinte:

"A inexorável dinâmica do cristianismo é negar irreversibilidades: nunca outra religião fez tanto por ex-prostitutas. Argumentam as almas tolerantes não ser bonito defender a superioridade da nossa religião. Não é sexy. Contudo, o deficit mais escandaloso não é o de sexys na igreja mas o de igreja nos sexys."

Duas notinhas.
- Satanás sabotou este número colocando sobre o estimado Bruno Alves a autoria do meu texto (algo de muito errado deves ter feito para assim seres castigado, Bruno).
- O Alexandre Soares Silva inaugura a sua coluna na revista.

A economia da chamada ao sacerdócio
Quando eu ouvi a versão dos Nirvana da "Molly's Lips" soube que havia um futuro à minha frente. Com dois acordes.

Diversos
- Ando numa de roque ruidoso japonês (Boris, Boredoms, Guitarwolf).
- A Atlantic de Janeiro/Fevereiro trazia um artigo bestial de Caitlin Flanagan sobre os adolescentes americanos e o sexo oral. Dá para ver um bocadinho aqui.
- No fim-de-semana vi o "Freaks" do Tod Browning. Gostei muito.

Margem sul
Os Ninivitas vão tocar amanhã na Sociedade Filarmónica Agrícola Lavradiense. O repertório será o menos evangélico possível.

Uma ocorrência
Qualquer religião decente faz os seus compromissos para incorporar uma dose mínima e inofensiva de paganismo (parece o discurso de Golda Meir no "Munique"). Ainda bem. No final do último culto da Igreja Baptista de Moscavide cada criança levou um pacote de amêndoas. Antes o Coelho da Páscoa que Fátima. O problema é que um pai castrador como eu (todos os meus amigos e familiares são pais compreensivos) não admite que a filha ingira porcarias antes dos 12 anos (a idade judaica da compreensão do bem e do mal). Tive de colocar um letreiro nas costas da criatura a pedir que não a alimentassem.

Prioridades
Volta e meia ouço alguma pessoa dizer que anda tão atarefada que já não tem tempo para ler blogues. Há por aqui algo de valorativo, não há?
Como os que se convertem mas têm frio para se baptizar (os nossos baptismos são de corpo inteiro - good old imersão bíblica). Das duas vezes que tive a filha internada não deixei de actualizar isto. Ou há seriedade ou não vale a pena brincar.
Férias. Provavelmente o único bom motivo para largar os blogues.

Cito
"Reduzir a verdade a um scrabble das mitologias pode continuar a parecer um entretenimento sofisticado para o oleamento dos neurónios mas nunca passará duma diversão para subversores metafísicos de bancada", do António do Desfazedor de Rebanhos, no post "Pascoela, olaré".

Crítica
Se a nossa crítica musical ouve alguém espirrar em palco rapidamente lhe detecta a influência de Tom Waits.

Neves
Se eu tiver de tomar partido (coisa que gosto de fazer) entre João César das Neves e seus detractores, escolho o primeiro. Há muito que me afasta do mencionado: o catolicismo de Trento, o sentido de humor de operário alemão e, pior que tudo, o facto de encaracolar os dedos junto ao rosto à medida que fala. Ainda assim, quase nada.
Quem não suporta João César das Neves não suporta tão somente o facto de a existência lhe suportar os sinais vitais.
João, vai em frente. Eu cubro-te.

Mensagem pascal
Paulo disse que se Cristo não tivesse ressuscitado a fé não servia para nada. Cristo não é dead people. Bons folares.

Audi-adições
O primeiro exemplo de dead people que a minha filha gosta de ouvir é Cândida Branca Flôr com "Cantigas da minha escola".

Animais feios que picam
A minha banda que se chamava Gratos Leprosos emagreceu (de seis passou para três mais um) e mudou de nome. Agora responde por Lacraus. O primeiro era de longe melhor mas prestava-se a equívocos. Tratavam-nos tragicamente por Gatos Leprosos confirmando desconhecer a passagem bíblica que nos inspirou - quando Jesus cura dez leprosos e só um volta para agradecer (Lucas 17:12-19). A pronúncia era também angulosa. Ora Lacraus é o cliché mais miserável do roque-enrole (animais feios que picam) e já foi celebrizado pelo colectivo alemão que agora grava baladas para quarentonas no Convento do Beato. Mas é curto e a fonética bestial.
Vão ao myspace e ouçam as músicas novas. Aproveitem para escutar a versão que fazemos do USA dos GNR. Ouvi dizer que uns quantos pretos amanharam um disco de homenagem ao colectivo nortenho. Isto na músicka nacional anda mauzinho.

Gostar de homens IX

O Luke Perry na "Febre em Beverly Hills" era o James Dean dos pobres. E eu dava-me por satisfeito.

Geoestratégia
Baseado em Actos 10:38 ("Jesus (...) andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo") o Pastor fala sobre o sentido de urgência do Messias. Eis uma estratégia útil para imitar o Filho de Deus: arranje 5 oprimidos do diabo e dedique-se a tratar-lhes da saúde. Ando a rever a minha lista de amigos, familiares e antigos colegas da Faculdade.

Levantam-se as tampas do esgoto
Hoje um rato de audioteca já pode gostar de José Cid e Neil Diamond sem grande remorso. Qualquer dia até poderá ir ao Colombo às claras.

Dos últimos dias
Uma das gatas liquefaz-se em urina pela casa fora. Seis contos num pacote de ração para animais enfermos dos rins. Noé deve ter passado um mau bocado.

Cito
When you're a famous boy
it gets really easy to get girls,
it's all so easy you get a bit spoilt.
But when you try to pull a girl
who is also famous too,
it feels just like when you wasn't famous.

Da cantiga "When You Wasn't Famous", do próximo álbum de Streets. Damn good.

Natureza morta
Hoje deixámos de acreditar em Adão e Eva porque já não sabemos arrancar maçãs das árvores.
No Comedor de Gafanhotos.

Fraqueza saudosista
É fácil rirmos à custa da nostalgia, eu sei. Mas não consigo evitar este doce momento de memória. Há quase três anos atrás a blogosfera era o Pipi, o Pacheco e pouco mais. Nesta entrevista o primeiro respondia a algumas questões sem deixar cair o anonimato. E na lista das preferências incluia o humilde blogue que vos alberga.

Na imagem dá para recordar o velho ecrã de edição do Blogger. Those were the days.