sexta-feira, junho 23, 2006
Masterplan
Vai sair um disco do Johnny Cash na primeira semana de Julho (American V - A Hundred Highways). Na primeira canção, "Help Me", diz-se:
Release these chains of darkness
Let me see, Lord, let me see
just where i fit in to your masterplan
Um jogo. Somos peões, há regras, existem adversários. O tramado é descobrir a missão que nos compete.
Vai sair um disco do Johnny Cash na primeira semana de Julho (American V - A Hundred Highways). Na primeira canção, "Help Me", diz-se:
Release these chains of darkness
Let me see, Lord, let me see
just where i fit in to your masterplan
Um jogo. Somos peões, há regras, existem adversários. O tramado é descobrir a missão que nos compete.
quinta-feira, junho 22, 2006
Perspectivas de carreira
"But as frightening as terrorism is, it's the weapon of losers. When someone detonates a suicide bomb, that person does not have career prospects. And no matter how horrific the terrorist attack, it's conducted by losers. Winners don't need to hijack airplanes. Winners have an air force".
P.J. O'Rourke, in "Peace Kills".
"But as frightening as terrorism is, it's the weapon of losers. When someone detonates a suicide bomb, that person does not have career prospects. And no matter how horrific the terrorist attack, it's conducted by losers. Winners don't need to hijack airplanes. Winners have an air force".
P.J. O'Rourke, in "Peace Kills".
quarta-feira, junho 21, 2006
terça-feira, junho 20, 2006
Duas abordagens possíveis para o reaccionário fazer piadinha dos progressistas
A abordagem leve:
Era uma sociedade tão progressiva que as pessoas não chegavam a ter tempo de acreditar naquilo que defendiam (quando lá chegavam já a sociedade tinha progredido para algo mais progressivo).
A abordagem valorativa:
Era uma sociedade tão progressiva que quase acreditava naquilo que defendia.
A abordagem leve:
Era uma sociedade tão progressiva que as pessoas não chegavam a ter tempo de acreditar naquilo que defendiam (quando lá chegavam já a sociedade tinha progredido para algo mais progressivo).
A abordagem valorativa:
Era uma sociedade tão progressiva que quase acreditava naquilo que defendia.
segunda-feira, junho 19, 2006
sexta-feira, junho 16, 2006
Do aconselhável decoro
Haja saudades de quando tínhamos uma relação mais pacata com a nossa bandeira. Não nos metíamos com ela e ela não se metia connosco.
Haja saudades de quando tínhamos uma relação mais pacata com a nossa bandeira. Não nos metíamos com ela e ela não se metia connosco.
quarta-feira, junho 14, 2006
Do azedume
Simplificando. Há duas fases do azedume. A primeira, contra a maioria. Por só ver cinema americano, por passar muito tempo em Centros Comerciais, por não ter discos do Tom Waits em casa. Nela está grande parte da Esquerda e o avô da Heidi (que ainda não consegui descobrir se, consequentemente, é de Esquerda). Na segunda fase o azedume é contra a minoria que critica a maioria. A vantagem de quem aqui está é que vê cinema americano sem ressaltos éticos, passeia-se de cabeça erguida nos corredores centrais do Colombo e só ouve discos de Tom Waits se estiver para aí virado. Eu estou claramente nesta segunda fase do azedume. Eu e parte considerável da nova Direita e até alguma Esquerda. No entanto apetece-me virar a página no capítulo do azedume. Quando é o azedume a condicionar a ideologia aborrecemo-nos todos demasiado em sem grande necessidade.
Simplificando. Há duas fases do azedume. A primeira, contra a maioria. Por só ver cinema americano, por passar muito tempo em Centros Comerciais, por não ter discos do Tom Waits em casa. Nela está grande parte da Esquerda e o avô da Heidi (que ainda não consegui descobrir se, consequentemente, é de Esquerda). Na segunda fase o azedume é contra a minoria que critica a maioria. A vantagem de quem aqui está é que vê cinema americano sem ressaltos éticos, passeia-se de cabeça erguida nos corredores centrais do Colombo e só ouve discos de Tom Waits se estiver para aí virado. Eu estou claramente nesta segunda fase do azedume. Eu e parte considerável da nova Direita e até alguma Esquerda. No entanto apetece-me virar a página no capítulo do azedume. Quando é o azedume a condicionar a ideologia aborrecemo-nos todos demasiado em sem grande necessidade.
terça-feira, junho 13, 2006
Tracinho vocalista
O vocalista-baixista é geralmente uma personagem patega. Safa-se o Lemmy dos Motörhead, o Gene Simmons dos Kiss e pouco mais. Teclistas-vocalistas que contrabalancem o indigesto efeito Elton John são escassos. Dá-nos esperança uma nova geração de bateristas-vocalistas, havendo exemplos estilosos nos Death From Above 1979 e nos Lightning Bolt. Já guitarristas-vocalistas e vocalistas-vocalistas sempre os teremos connosco.
O vocalista-baixista é geralmente uma personagem patega. Safa-se o Lemmy dos Motörhead, o Gene Simmons dos Kiss e pouco mais. Teclistas-vocalistas que contrabalancem o indigesto efeito Elton John são escassos. Dá-nos esperança uma nova geração de bateristas-vocalistas, havendo exemplos estilosos nos Death From Above 1979 e nos Lightning Bolt. Já guitarristas-vocalistas e vocalistas-vocalistas sempre os teremos connosco.
segunda-feira, junho 12, 2006
Nome de exílio interior
Quando Daniel esteve no exílio babilónio passou a ser chamado de Belteshazar. Todos nós deveríamos descobrir o nosso nome de exílio. Lá no fundinho da alma.
Quando Daniel esteve no exílio babilónio passou a ser chamado de Belteshazar. Todos nós deveríamos descobrir o nosso nome de exílio. Lá no fundinho da alma.
sexta-feira, junho 09, 2006
Escrever sobre crianças
"When one writes a novel about grown people, he knows exactly where to stop - that is, with a marriage; but when he writes of juveniles, he must stop where he best can". Mark Twain no "The Adventures of Tom Sawyer".
"When one writes a novel about grown people, he knows exactly where to stop - that is, with a marriage; but when he writes of juveniles, he must stop where he best can". Mark Twain no "The Adventures of Tom Sawyer".
quinta-feira, junho 08, 2006
A minha solução para o racismo
Não fosse a educação religiosa recebida dos meus pais e os bons livros que leio e hoje tinha-me tornado skinhead. Mário Machado tem a star quality que costuma ser suficiente para convencer miúdos dos subúrbios como eu. Basta compará-lo com o grilo falante despenteado do SOS Racismo.
A reportagem da RTP era má. Tem o efeito daquele filme ridículo chamado "American History X": a pessoa abandona o ecrã com vontade de tatuar uma suástica no peito. Desde quando é que semear estranheza chega para repudiar ideias ineptas? Ao trabalho, calões. Quer queiramos quer não, o nosso Edward Norton dos Olivais não comete nenhum crime ao dizer que defenderia o seu quintal contra o ataque dos bárbaros. Prendê-lo é estratégia grosseira. A extrema-direita ganhou mais uns quantos recrutas.
Enquanto o racismo for combatido com a preguiça de quem não reconhece que um campo de futebol tem duas balizas haverá sempre espaço no coração do adolescente da Linha de Sintra para admirar secretamente a cruz gamada no peito do jagunço da Juve Leo. E todos conhecemos os perigos dos amores recalcados.
A minha solução: um cafezinho com Mário Machado. Facilita-se enfiando uma bucha no diálogo. "Quanto tempo de ginásio por semana?", "Mötorhead ou Sex Pistols?" e por aí fora. Conceda-se que os comboios estão entregues à bicharada. Que a Polícia precisa de bater com mais força. Mas depois aproveita-se e explica-se que a Alemanha não vai a lado nenhum (já nem teólogos de jeito tem). Que qualquer coisa que mete socialismo no nome é isco de oportunistas. Que mesmo que 97% dos portugueses tivesse o orgão viril na terceira dezena de centímetros isso não dava para termos orgulho na nação. Que a superioridade europeia tem filosoficamente menos pernas para andar que o Cherbakov. Que não vale a pena invejar os judeus porque Deus os escolheu (e com Deus não se discute). E no final o golpe de misericórdia: "Mário, tens de te converter ao cristianismo".
A estratégia é esta. Ou Jesus ou sieg heil.
Não fosse a educação religiosa recebida dos meus pais e os bons livros que leio e hoje tinha-me tornado skinhead. Mário Machado tem a star quality que costuma ser suficiente para convencer miúdos dos subúrbios como eu. Basta compará-lo com o grilo falante despenteado do SOS Racismo.
A reportagem da RTP era má. Tem o efeito daquele filme ridículo chamado "American History X": a pessoa abandona o ecrã com vontade de tatuar uma suástica no peito. Desde quando é que semear estranheza chega para repudiar ideias ineptas? Ao trabalho, calões. Quer queiramos quer não, o nosso Edward Norton dos Olivais não comete nenhum crime ao dizer que defenderia o seu quintal contra o ataque dos bárbaros. Prendê-lo é estratégia grosseira. A extrema-direita ganhou mais uns quantos recrutas.
Enquanto o racismo for combatido com a preguiça de quem não reconhece que um campo de futebol tem duas balizas haverá sempre espaço no coração do adolescente da Linha de Sintra para admirar secretamente a cruz gamada no peito do jagunço da Juve Leo. E todos conhecemos os perigos dos amores recalcados.
A minha solução: um cafezinho com Mário Machado. Facilita-se enfiando uma bucha no diálogo. "Quanto tempo de ginásio por semana?", "Mötorhead ou Sex Pistols?" e por aí fora. Conceda-se que os comboios estão entregues à bicharada. Que a Polícia precisa de bater com mais força. Mas depois aproveita-se e explica-se que a Alemanha não vai a lado nenhum (já nem teólogos de jeito tem). Que qualquer coisa que mete socialismo no nome é isco de oportunistas. Que mesmo que 97% dos portugueses tivesse o orgão viril na terceira dezena de centímetros isso não dava para termos orgulho na nação. Que a superioridade europeia tem filosoficamente menos pernas para andar que o Cherbakov. Que não vale a pena invejar os judeus porque Deus os escolheu (e com Deus não se discute). E no final o golpe de misericórdia: "Mário, tens de te converter ao cristianismo".
A estratégia é esta. Ou Jesus ou sieg heil.
quarta-feira, junho 07, 2006
O blogue da minha prima Ana
Tenho uma prima que desenha que é um primor. Ela tem um blogue onde encontrei, entre outras, esta ilustração fantástica. Fez-me lembrar os meus tempos de Faculdade, também carregando Heidegger às costas.
Tenho uma prima que desenha que é um primor. Ela tem um blogue onde encontrei, entre outras, esta ilustração fantástica. Fez-me lembrar os meus tempos de Faculdade, também carregando Heidegger às costas.
terça-feira, junho 06, 2006
O Natal do mafarrico
Parece que hoje, por ser dia seis do seis do dois mil e seis, há uma série de cristãos e pagãos preocupados com a hipótese da data pertencer ao Diabo. É útil o esclarecimento teológico. Não há exclusivos espirituais sobre o calendário. Todos os dias são do Senhor e do Demónio - o grande exemplo universal de convivência. Aprendamos esta valiosa lição.
Parece que hoje, por ser dia seis do seis do dois mil e seis, há uma série de cristãos e pagãos preocupados com a hipótese da data pertencer ao Diabo. É útil o esclarecimento teológico. Não há exclusivos espirituais sobre o calendário. Todos os dias são do Senhor e do Demónio - o grande exemplo universal de convivência. Aprendamos esta valiosa lição.
segunda-feira, junho 05, 2006
sexta-feira, junho 02, 2006
Os palermas da Destak
Publicaram há dois dias esta notícia. Ilustrando-a com uma fotografia em que apareço eu e o meu amigo Paulo com os nossos filhos queridos. Os palermas da Destak retiraram-na de um blogue antigo da minha mulher sem passar cavaco a ninguém. Compreendo que sirva para os efeitos jornalísticos. Mas isto ainda não é a América Latina. O privado é o privado.
Os palermas da Destak ao menos poderiam reconhecer que a camisa que visto é feia. Respeitar o meu direito ao bom-nome. Era Domingo e eu não posso ir à igreja de t-shirt. A legenda, não obstante, oferece uma verdade importante: eu e o meu amigo Paulo temos cada vez mais interesses femininos. E, esperamos, atraímos mulheres.
Publicaram há dois dias esta notícia. Ilustrando-a com uma fotografia em que apareço eu e o meu amigo Paulo com os nossos filhos queridos. Os palermas da Destak retiraram-na de um blogue antigo da minha mulher sem passar cavaco a ninguém. Compreendo que sirva para os efeitos jornalísticos. Mas isto ainda não é a América Latina. O privado é o privado.
Os palermas da Destak ao menos poderiam reconhecer que a camisa que visto é feia. Respeitar o meu direito ao bom-nome. Era Domingo e eu não posso ir à igreja de t-shirt. A legenda, não obstante, oferece uma verdade importante: eu e o meu amigo Paulo temos cada vez mais interesses femininos. E, esperamos, atraímos mulheres.
quinta-feira, junho 01, 2006
Satisfações
"A minha experiência pessoal com filósofos é que eles repararam em mim e, um pouco forçados, respeitaram-me na medida em que eu pude dar-lhes uma demonstração prática de que, como teólogo, não me sinto na obrigação de dar satifações a nenhum deles".
Karl Barth, numa carta a H. Kraemer de 29 de Setembro de 1952. Lido na introdução de "Fé em busca de compreensão", edição Novo Século.
"A minha experiência pessoal com filósofos é que eles repararam em mim e, um pouco forçados, respeitaram-me na medida em que eu pude dar-lhes uma demonstração prática de que, como teólogo, não me sinto na obrigação de dar satifações a nenhum deles".
Karl Barth, numa carta a H. Kraemer de 29 de Setembro de 1952. Lido na introdução de "Fé em busca de compreensão", edição Novo Século.