sexta-feira, setembro 29, 2006
quinta-feira, setembro 28, 2006
Hoje
Revista Atlântico nas bancas.
"No último século o Jesus que vende melhor é o humano, sereno e conciliador. Que mais facilmente seria produto da audição de uma palestra de Júlio Machado Vaz que da leitura da Palavra de Deus."
Na Página 69.
Revista Atlântico nas bancas.
"No último século o Jesus que vende melhor é o humano, sereno e conciliador. Que mais facilmente seria produto da audição de uma palestra de Júlio Machado Vaz que da leitura da Palavra de Deus."
Na Página 69.
quarta-feira, setembro 27, 2006
Amanhã
É lançado um livro que tem o meu nome na capa (o meu e mais 22, em rigor). Chama-se "Frases para Ter na Carteira". Agradeçamos à Sara Pais e ao Nuno Costa Santos por esta obra ímpar que vai mudar o curso da literatura portuguesa.
É lançado um livro que tem o meu nome na capa (o meu e mais 22, em rigor). Chama-se "Frases para Ter na Carteira". Agradeçamos à Sara Pais e ao Nuno Costa Santos por esta obra ímpar que vai mudar o curso da literatura portuguesa.
terça-feira, setembro 26, 2006
Doce
Os leitores sabem que sou todo Lutero. E quando a coisa se me sobe à cabeça não vejo mais nada à frente. De tal modo que vou tentar convencer a Revista Atlântico a publicar uma breve recensão sobre o último Lutero que li - "Do Cativeiro Babilónico da Igreja" (quem diria que um dia Deus me daria a graça de sugerir "breves recensões"?).
Cheguei mesmo a desenhar um Martinho Lutero no meu caderninho sob o ternurento título "Lutero também era um homem doce".
Check it.
Os leitores sabem que sou todo Lutero. E quando a coisa se me sobe à cabeça não vejo mais nada à frente. De tal modo que vou tentar convencer a Revista Atlântico a publicar uma breve recensão sobre o último Lutero que li - "Do Cativeiro Babilónico da Igreja" (quem diria que um dia Deus me daria a graça de sugerir "breves recensões"?).
Cheguei mesmo a desenhar um Martinho Lutero no meu caderninho sob o ternurento título "Lutero também era um homem doce".
Check it.
segunda-feira, setembro 25, 2006
Evangelical is beautiful
E para serem pessoas mais felizes e esclarecidas, no que ao conhecimento profundo das questões religiosas diz respeito, leiam este texto.
Digam que vão da minha parte.
"Religion has always been a major force in U.S. politics, but the recent surge in the number and the power of evangelicals is recasting the country's political scene -- with dramatic implications for foreign policy. This should not be cause for panic: evangelicals are passionately devoted to justice and improving the world, and eager to reach out across sectarian lines."
A vocês o texto sai à borla. A mim custou-me treze euros na Bulhosa do Oeiras Parque. A Bulhosa do Oeiras Parque não é má. Mas nunca hei-de ser freguês de me sentar em livrarias. Quanto mais pedir cafezinhos. E o saco diz: "Books and Living". How uncool is that?
E para serem pessoas mais felizes e esclarecidas, no que ao conhecimento profundo das questões religiosas diz respeito, leiam este texto.
Digam que vão da minha parte.
"Religion has always been a major force in U.S. politics, but the recent surge in the number and the power of evangelicals is recasting the country's political scene -- with dramatic implications for foreign policy. This should not be cause for panic: evangelicals are passionately devoted to justice and improving the world, and eager to reach out across sectarian lines."
A vocês o texto sai à borla. A mim custou-me treze euros na Bulhosa do Oeiras Parque. A Bulhosa do Oeiras Parque não é má. Mas nunca hei-de ser freguês de me sentar em livrarias. Quanto mais pedir cafezinhos. E o saco diz: "Books and Living". How uncool is that?
O choque de civilizações
"One of the myriad fundamental questions historians are wrestling with, for instance, is the rather obvious but terrifically complex one of how societies in northern Europe absorbed a religion whose outlook had been shaped in the Middle East and the Mediterranean."
Benjamin Schwarz na Atlantic de Setembro.
"One of the myriad fundamental questions historians are wrestling with, for instance, is the rather obvious but terrifically complex one of how societies in northern Europe absorbed a religion whose outlook had been shaped in the Middle East and the Mediterranean."
Benjamin Schwarz na Atlantic de Setembro.
sexta-feira, setembro 22, 2006
A competição e a urgência
Segundo o relato de Lucas, o que levou Jesus a ensinar a oração dominical (não de Domingo mas do latim Senhor, também conhecida pelo Pai Nosso) foi a vontade de um discípulo seu não ficar atrás dos discípulos de João Baptista. João Baptista havia ensinado os seus a orar, coisa que Jesus até à altura não tinha feito.
A competição e a urgência, as duas muito bem baralhadinhas nas mãos do Messias.
Segundo o relato de Lucas, o que levou Jesus a ensinar a oração dominical (não de Domingo mas do latim Senhor, também conhecida pelo Pai Nosso) foi a vontade de um discípulo seu não ficar atrás dos discípulos de João Baptista. João Baptista havia ensinado os seus a orar, coisa que Jesus até à altura não tinha feito.
A competição e a urgência, as duas muito bem baralhadinhas nas mãos do Messias.
quinta-feira, setembro 21, 2006
O preto do momento
De caminho na estrada para todas as virtudes as pessoas deviam ouvir o "Talking Book", o "Innervisons" e o "Songs In The Key Of Life" do Stevie Wonder com regularidade.
O homem é som (caracterização semelhante à que Paulo Portas usou para descrever Sofia Coppola na revista Tabu* do Sol). Neste momento creio que é o preto preferido da minha grafonola.
* O nome Tabu é pavoroso. Consola-nos o regresso da Carla a uma página própria. Suck it, Expresso.
De caminho na estrada para todas as virtudes as pessoas deviam ouvir o "Talking Book", o "Innervisons" e o "Songs In The Key Of Life" do Stevie Wonder com regularidade.
O homem é som (caracterização semelhante à que Paulo Portas usou para descrever Sofia Coppola na revista Tabu* do Sol). Neste momento creio que é o preto preferido da minha grafonola.
* O nome Tabu é pavoroso. Consola-nos o regresso da Carla a uma página própria. Suck it, Expresso.
quarta-feira, setembro 20, 2006
Cama-de-casal
Os meus vizinhos do 4º andar têm uma criança com cerca de um ano e meio. Nas últimas semanas tem sucedido que com alguma frequência acordo por volta das três, quatro da manhã com o choro agudo do pequeno. Creio que o seu quarto é precisamente debaixo do meu e por isso o estrépito ouve-se com assinalável nitidez.
O fenómeno é de tal modo violento que chego a temer que o problema do pobre bebé não seja uma mera cólica ou o aparecimento dos dentes. Aqueles gritos parecem-me movidos a combustível sobrenatural. Não fosse a minha forte convicção que o Diabo não possui criancinhas desprovidas do uso do livre-arbítrio e juraria que era um petiz endemoninhado que me rosna por debaixo da cama-de-casal.
Sei que os leitores acharão capricho religioso para efeitos de dinâmica literária. Sei até que parte razoável dos leitores, não acreditando na existência do homem e na existência da mulher, de modo algum concederá existência ao Diabo. E aqui reside o perigo deste engano: queremos expulsar a humanidade dos nossos dias para que à noite ninguém reclame a alma dos inocentes.
Os meus vizinhos do 4º andar têm uma criança com cerca de um ano e meio. Nas últimas semanas tem sucedido que com alguma frequência acordo por volta das três, quatro da manhã com o choro agudo do pequeno. Creio que o seu quarto é precisamente debaixo do meu e por isso o estrépito ouve-se com assinalável nitidez.
O fenómeno é de tal modo violento que chego a temer que o problema do pobre bebé não seja uma mera cólica ou o aparecimento dos dentes. Aqueles gritos parecem-me movidos a combustível sobrenatural. Não fosse a minha forte convicção que o Diabo não possui criancinhas desprovidas do uso do livre-arbítrio e juraria que era um petiz endemoninhado que me rosna por debaixo da cama-de-casal.
Sei que os leitores acharão capricho religioso para efeitos de dinâmica literária. Sei até que parte razoável dos leitores, não acreditando na existência do homem e na existência da mulher, de modo algum concederá existência ao Diabo. E aqui reside o perigo deste engano: queremos expulsar a humanidade dos nossos dias para que à noite ninguém reclame a alma dos inocentes.
terça-feira, setembro 19, 2006
Palavras que a filha sabe dizer
- Adidas
- Nike
- Bob Dylan
- Johnny Cash
E pelo que reparei hoje de manhã houve uns saloios quaisquer que lhe ensinaram "benfica" e "sporting".
- Adidas
- Nike
- Bob Dylan
- Johnny Cash
E pelo que reparei hoje de manhã houve uns saloios quaisquer que lhe ensinaram "benfica" e "sporting".
segunda-feira, setembro 18, 2006
Msg
I love you, maradona. I could never feel escaldado por causa destas macacadas.
I love you, maradona. I could never feel escaldado por causa destas macacadas.
Esqueletos finais
Para encerrar a desgradável questão da semana passada coloquei no blogue Comedor de Gafanhotos (sítio onde costumava pôr os textos que escrevia para um jornal gratuito chamado Nova Terra) o texto "Darwin e os esqueletos da Humanidade", publicado na Revista Atlântico de Agosto.
Leiam, não me macem esta cabeça pietista que Deus me deu e arrependam-se das vossas sendas tortuosas.
Para encerrar a desgradável questão da semana passada coloquei no blogue Comedor de Gafanhotos (sítio onde costumava pôr os textos que escrevia para um jornal gratuito chamado Nova Terra) o texto "Darwin e os esqueletos da Humanidade", publicado na Revista Atlântico de Agosto.
Leiam, não me macem esta cabeça pietista que Deus me deu e arrependam-se das vossas sendas tortuosas.
sexta-feira, setembro 15, 2006
Tenho um macaquinho de pernas para o ar, vol.777
Já que grande parte dos desabafos dos científicos se tem feito ao som de alegorias, deixo a minha final. Nesta imagem revelo, como que envolta em inefáveis mantos de nevoeiro cósmico, a cabeça de uma criancinha que manipula pequenos bonecos de plástico para seu prazer pessoal. Ou seja, a minha visão sobre o Universo.
Como seria de prever, aproveito para revelar mais um vislumbre da minha vida íntima (é para isto que ando nos blogues) através da exposição, ainda que desfocada, da minha filhinha com um brinquedo rafeiro mas eficaz comprado no Lidl pela minha mulher. De certeza que custou menos de 5 euros.
Já que grande parte dos desabafos dos científicos se tem feito ao som de alegorias, deixo a minha final. Nesta imagem revelo, como que envolta em inefáveis mantos de nevoeiro cósmico, a cabeça de uma criancinha que manipula pequenos bonecos de plástico para seu prazer pessoal. Ou seja, a minha visão sobre o Universo.
Como seria de prever, aproveito para revelar mais um vislumbre da minha vida íntima (é para isto que ando nos blogues) através da exposição, ainda que desfocada, da minha filhinha com um brinquedo rafeiro mas eficaz comprado no Lidl pela minha mulher. De certeza que custou menos de 5 euros.
Tenho um macaquinho de pernas para o ar, Vol.53
Et tu, maradona?
Et tu, maradona?
quinta-feira, setembro 14, 2006
Tenho cinco reis, tenho um alguidar, tenho um macaquinho de pernas para o ar
Medonho. Falo do Intelligent Design e tenho um batalhão de Testemunhas de Oxalá à porta para ajustar contas com as minhas imprecisões científicas. Os Vaticanos também se abatem mas as Inquisições persistem.
Eu, que entre os meus sou semi-herético pelo meu criacionismo estetizante, gramo agora o ultraje de todos os que concluíram a Biologia do antigo nono ano. Apenas um conselho: leiam mais, não se percam com os ferrinhos dos grupos folclóricos e orem ao Deus Desconhecido por sabedoria (com Salomão o truque resultou).
O que o criacionista Tiago Cavaco quer não é a aniquilação dos darwinistas. Tão somente o direito à dissidência, ao relativismo e a um Moscavide sem os tipos da Emel a chatear. O choque de mundividências é a nova luta de classes. No meu Cosmos manda Deus (vejam lá se isto é possível). Lamento se vos parte as lombadas do Carl Sagan ou vos interrompe o fluxo carpideiro após verem "Uma Verdade Inconveniente" na sessão das dez da noite do Nimas (onde é que isto vai parar com o Nimas a passar o Al Gore? O Nimas dos "Lisboetas" durante três meses? Sim. O Nimas do "Leopardo" do Burt Lancaster durante vinte semanas? Sim. Agora xuxem o Al Gore - que por acaso até é da minha religião e tudo, seus ignorantes. Sim, é Baptista, baptizado por imersão em idade adulta e essas coisas todas. Até os perigosos evangélicos do Dr. Soares podem acender os rastilhos do niilismo-dos-tubos-de-ensaio).
Suavizemos os Jerónimos da nossa erudição. Ando nisto desde pequenino e não me tenho dado assim tão mal.
Medonho. Falo do Intelligent Design e tenho um batalhão de Testemunhas de Oxalá à porta para ajustar contas com as minhas imprecisões científicas. Os Vaticanos também se abatem mas as Inquisições persistem.
Eu, que entre os meus sou semi-herético pelo meu criacionismo estetizante, gramo agora o ultraje de todos os que concluíram a Biologia do antigo nono ano. Apenas um conselho: leiam mais, não se percam com os ferrinhos dos grupos folclóricos e orem ao Deus Desconhecido por sabedoria (com Salomão o truque resultou).
O que o criacionista Tiago Cavaco quer não é a aniquilação dos darwinistas. Tão somente o direito à dissidência, ao relativismo e a um Moscavide sem os tipos da Emel a chatear. O choque de mundividências é a nova luta de classes. No meu Cosmos manda Deus (vejam lá se isto é possível). Lamento se vos parte as lombadas do Carl Sagan ou vos interrompe o fluxo carpideiro após verem "Uma Verdade Inconveniente" na sessão das dez da noite do Nimas (onde é que isto vai parar com o Nimas a passar o Al Gore? O Nimas dos "Lisboetas" durante três meses? Sim. O Nimas do "Leopardo" do Burt Lancaster durante vinte semanas? Sim. Agora xuxem o Al Gore - que por acaso até é da minha religião e tudo, seus ignorantes. Sim, é Baptista, baptizado por imersão em idade adulta e essas coisas todas. Até os perigosos evangélicos do Dr. Soares podem acender os rastilhos do niilismo-dos-tubos-de-ensaio).
Suavizemos os Jerónimos da nossa erudição. Ando nisto desde pequenino e não me tenho dado assim tão mal.
quarta-feira, setembro 13, 2006
Apenas
Duas notas acerca do post de ontem, do leitor Rogério Matias:
- O Intelligent design é uma teoria científica que surge fundada em si mesmo e não contra o darwinismo. Nesse sentido é tanto uma desculpa esfarrapada contra o Darwin como o darwinismo uma desculpa esfarrapada contra o Intelligent design.
- O intelligent design não tem nada que ver com a religião. Foi formulado por cientistas e são depois os religiosos criacionistas que se aproveitam da teoria, nunca o inverso. Seria um enorme erro considerar que a física era toda uma teoria da conspiração só porque os judeus decidem calcular através dela a velocidade da pedra que saiu da funda de David para matar Golias.
Duas notas acerca do post de ontem, do leitor Rogério Matias:
- O Intelligent design é uma teoria científica que surge fundada em si mesmo e não contra o darwinismo. Nesse sentido é tanto uma desculpa esfarrapada contra o Darwin como o darwinismo uma desculpa esfarrapada contra o Intelligent design.
- O intelligent design não tem nada que ver com a religião. Foi formulado por cientistas e são depois os religiosos criacionistas que se aproveitam da teoria, nunca o inverso. Seria um enorme erro considerar que a física era toda uma teoria da conspiração só porque os judeus decidem calcular através dela a velocidade da pedra que saiu da funda de David para matar Golias.
terça-feira, setembro 12, 2006
Alguma razão
Os homens de ciência que aqui vêm que me perdoem a fraqueza. Mas o surgimento em solo europeu da luta entre criacionismo e evolucionismo, tema que já tratei com a falta de rigor apropriada na Revista Atlântico do passado mês de Agosto, é uma ocasião bestial para nos redimirmos dos nossos maus caminhos. E com isto passo a partilhar uma impressão pessoal tão pouco fundamentada quanto necessária.
Toda a engomada compreensão dos primeiros acontecimentos encontra paralelo nas, agora frescas na memória, teorias da conspiração sobre o 11 de Setembro. Ao ver parte do delirante documentário transmitido na televisão a minha cabeça voou para a ímpia floresta de certezas científicas do darwinismo. Nesse sentido, vejo o desenvolvimento académico do Intelligent Design como fraco de charme: combate o inimigo com as suas andrajosas armas. Factos, factos e mais factos. Who cares?
O melhor desta crosta terrestre não é a abóbada da racionalidade. O pai não aprecia o seu filho por ele ter boas notas, os casamentos não se mantêm por sustentabilidade estética, o benfiquista não abandona o clube por uma década de fracassos. O meu criacionismo não poderia estar-se mais nas tintas para os factos científicos. E nem sequer é preciso chegar a Santo Anselmo para crermos porque é absurdo (ou Tertuliano, se condescendermos em ser historicamente mais precisos). Basta algum tino existencialista para com a nossa condição.
Deixemos os darwinistas entretidos. Se o Criador os colocou cá, alguma razão Ele há-de ter.
Os homens de ciência que aqui vêm que me perdoem a fraqueza. Mas o surgimento em solo europeu da luta entre criacionismo e evolucionismo, tema que já tratei com a falta de rigor apropriada na Revista Atlântico do passado mês de Agosto, é uma ocasião bestial para nos redimirmos dos nossos maus caminhos. E com isto passo a partilhar uma impressão pessoal tão pouco fundamentada quanto necessária.
Toda a engomada compreensão dos primeiros acontecimentos encontra paralelo nas, agora frescas na memória, teorias da conspiração sobre o 11 de Setembro. Ao ver parte do delirante documentário transmitido na televisão a minha cabeça voou para a ímpia floresta de certezas científicas do darwinismo. Nesse sentido, vejo o desenvolvimento académico do Intelligent Design como fraco de charme: combate o inimigo com as suas andrajosas armas. Factos, factos e mais factos. Who cares?
O melhor desta crosta terrestre não é a abóbada da racionalidade. O pai não aprecia o seu filho por ele ter boas notas, os casamentos não se mantêm por sustentabilidade estética, o benfiquista não abandona o clube por uma década de fracassos. O meu criacionismo não poderia estar-se mais nas tintas para os factos científicos. E nem sequer é preciso chegar a Santo Anselmo para crermos porque é absurdo (ou Tertuliano, se condescendermos em ser historicamente mais precisos). Basta algum tino existencialista para com a nossa condição.
Deixemos os darwinistas entretidos. Se o Criador os colocou cá, alguma razão Ele há-de ter.
segunda-feira, setembro 11, 2006
sexta-feira, setembro 08, 2006
quinta-feira, setembro 07, 2006
Do fariseu e do novo blogue
Os Baptistas são cristãos protestantes com origens europeias mas com maior impacto nos Estados Unidos. Entre alguns baptistas americanos famosos contam-se Martin Luther King, Jimmy Carter, Bill Clinton, Billy Graham, Johnny Cash e Mr. T.. Em Portugal não chegam aos 5 mil e provavelmente os poucos que alcançaram algum reconhecimento fora do restrito círculo religioso fui eu e o Bruno Sena Martins (não sei se hoje o Bruno ainda se associará à denominação, mas que passou por lá, passou).
Os Baptistas são uma minoria que deseja salvar uma maioria. Por isso têm muito em comum com o Bloco de Esquerda, com o lobby gay e com outro qualquer grupo de iluminados. As teorias serão diferentes ou mesmo antagónicas mas o sentimento de unção que os distingue das massas é bastante semelhante. Sei que o Daniel Oliveira tem muito a ver comigo (para além do curioso aspecto de também me chamar Daniel Oliveira - Tiago Daniel de Oliveira M. Cavaco). Somos ambos razoavelmente fariseus.
Uma injustiça hoje em dia é feita com os fariseus. São para muitos a escumalha da criação. Porque fazem parte dos partidos, porque pertencem ao sistema, porque movem-se nas instituições. Existe uma solidariedade entre fariseus que dificilmente aflora no discurso público. Intimamente sinto admiração por cada delegado ao Congresso do PP: aturam fretes por convicção. Não se deixam seduzir pelos neóns da aura de independente, desalinhado, apartidário. O meu coração, entre multidões de Vascos Pulidos Valentes, escolherá sempre Pacheco Pereira.
Isto tudo para dizer que comecei um blogue onde encarnarei apenas a minha persona farisaica. Aquela que reflecte a tal minoria que quer salvar a maioria. Nesse blogue serei devotamente paroquial, ensimesmado no quintal que é a condição de minoria religiosa (uma vez um católico daqueles que lêem muita poesia e vêem todos os filmes do Nanni Moretti acusou-me de ser um peixe num aquário de água benta, coisa que naturalmente prefiro a ser um católico que lê muita poesia e vê todos os filmes do Nanni Moretti).
Não o visitem os caros leitores não-confessionais. Deixem-no para os fariseus baptistas que, como eu, também precisam de misericórdia divina.
Os Baptistas são cristãos protestantes com origens europeias mas com maior impacto nos Estados Unidos. Entre alguns baptistas americanos famosos contam-se Martin Luther King, Jimmy Carter, Bill Clinton, Billy Graham, Johnny Cash e Mr. T.. Em Portugal não chegam aos 5 mil e provavelmente os poucos que alcançaram algum reconhecimento fora do restrito círculo religioso fui eu e o Bruno Sena Martins (não sei se hoje o Bruno ainda se associará à denominação, mas que passou por lá, passou).
Os Baptistas são uma minoria que deseja salvar uma maioria. Por isso têm muito em comum com o Bloco de Esquerda, com o lobby gay e com outro qualquer grupo de iluminados. As teorias serão diferentes ou mesmo antagónicas mas o sentimento de unção que os distingue das massas é bastante semelhante. Sei que o Daniel Oliveira tem muito a ver comigo (para além do curioso aspecto de também me chamar Daniel Oliveira - Tiago Daniel de Oliveira M. Cavaco). Somos ambos razoavelmente fariseus.
Uma injustiça hoje em dia é feita com os fariseus. São para muitos a escumalha da criação. Porque fazem parte dos partidos, porque pertencem ao sistema, porque movem-se nas instituições. Existe uma solidariedade entre fariseus que dificilmente aflora no discurso público. Intimamente sinto admiração por cada delegado ao Congresso do PP: aturam fretes por convicção. Não se deixam seduzir pelos neóns da aura de independente, desalinhado, apartidário. O meu coração, entre multidões de Vascos Pulidos Valentes, escolherá sempre Pacheco Pereira.
Isto tudo para dizer que comecei um blogue onde encarnarei apenas a minha persona farisaica. Aquela que reflecte a tal minoria que quer salvar a maioria. Nesse blogue serei devotamente paroquial, ensimesmado no quintal que é a condição de minoria religiosa (uma vez um católico daqueles que lêem muita poesia e vêem todos os filmes do Nanni Moretti acusou-me de ser um peixe num aquário de água benta, coisa que naturalmente prefiro a ser um católico que lê muita poesia e vê todos os filmes do Nanni Moretti).
Não o visitem os caros leitores não-confessionais. Deixem-no para os fariseus baptistas que, como eu, também precisam de misericórdia divina.
quarta-feira, setembro 06, 2006
terça-feira, setembro 05, 2006
Camaleões do Karma
Auspicioso o início do ano lectivo com um disco novo do Dylan, o documentário do Scorsese sobre ele a rodar no Canal 2 a semana passada, e o videoclip com a Scarlett Johansson (desconhecemos se a escolha da actriz pelo cantor é fruto da sua sempre surpreendente mundanidade - aquela que o leva a mencionar Alicia Keys na primeira canção do álbum, aquela que o fazia tocar o Karma Chameleon dos Culture Club à guitarra e harmónica antes de ser entrevistado pela Rolling Stone em meados dos anos 80, aquela que o leva a ser ouvinte atento de LL Cool J).
Só uma nota agora sobre Scarlett. Desde a cena em Match Point em que a actriz se baixa e por causa da cintura descaída dos jeans sobressai, em ângulo redentor, uma parcela gentil de adiposidade, sei que sobrará nos meus olhos generosidade para todos os momentos da sua cinematografia futura. Não tem nada a ver com gostar ou não de gordas. Creio que adicionar ocasionalmente pedaços de físio-contra-cultura à perene constância do Belo só nos pode ajudar a ser pessoas um pouco melhores.
Auspicioso o início do ano lectivo com um disco novo do Dylan, o documentário do Scorsese sobre ele a rodar no Canal 2 a semana passada, e o videoclip com a Scarlett Johansson (desconhecemos se a escolha da actriz pelo cantor é fruto da sua sempre surpreendente mundanidade - aquela que o leva a mencionar Alicia Keys na primeira canção do álbum, aquela que o fazia tocar o Karma Chameleon dos Culture Club à guitarra e harmónica antes de ser entrevistado pela Rolling Stone em meados dos anos 80, aquela que o leva a ser ouvinte atento de LL Cool J).
Só uma nota agora sobre Scarlett. Desde a cena em Match Point em que a actriz se baixa e por causa da cintura descaída dos jeans sobressai, em ângulo redentor, uma parcela gentil de adiposidade, sei que sobrará nos meus olhos generosidade para todos os momentos da sua cinematografia futura. Não tem nada a ver com gostar ou não de gordas. Creio que adicionar ocasionalmente pedaços de físio-contra-cultura à perene constância do Belo só nos pode ajudar a ser pessoas um pouco melhores.
segunda-feira, setembro 04, 2006
Compacto Férias de Verão 2006
Primeira semana de férias num Acampamento Baptista. Com muitos casais amigos à volta reconheço que o casamento dos outros pode ser tão extraordinário quanto o nosso.
Acusam-me que não perco uma oportunidade de chamar marxista a alguém. Experimento redimir-me afirmando que se uma pessoa acha que o dinheiro é a causa de tudo, essa opinião não uma opinião qualquer. É uma opinião com nome. E o anonimato é o esconderijo dos crentes envergonhados.
Assisto a um jogo de futebol de mulheres. De mulheres que não costumam jogar à bola, entenda-se. Espectáculo grotesco, para regozijo alarve dos homens presentes. Embora a assistência e o acto desportivo sejam praticados de livre e espontânea vontade por cidadãos eleitores e com personalidade jurídica, não consigo reprimir publicamente a minha repulsa. As praticantes dominam menos de 30% dos movimentos que executam. O jogo resume-se a espasmos e ao mais indecoroso domínio do aleatório sobre o esférico (aflora na minha cabeça que uma das questões éticas mais prementes na Humanidade é o árduo equilíbrio entre a liberdade dos outros para a felicidade própria e a possível descalibragem estética desta). Não foi para isto que as sufragistas lutaram.
Passo a semana seguinte numa pousada beirã dirigida por holandeses. Embora os holandeses tenham feito coisas fantásticas (como converter João Ferreira de Almeida, o primeiro tradutor da Bíblia para o Português, ao Calvinismo) a verdade é que me assustam os estrangeiros. Mais que as mulheres e as bilhas de gás. Cumprimento-os timidamente, de olhos no chão. Agradeço-lhes a vigorosa visão agro-turística que nos redime as ruínas nacionais mas desde os alunos de Erasmus da Universidade Nova que sou um provinciano prático.
Na tal semana holando-beirã leio Joana Amaral Dias usando a expressão "capitalismo bruto". Uns dias depois encontro-a no programa da Sic-Mulher em que adolescentes de penteados psicadélicos concordam com católicas divorciadas. Semi-deitada porque o décor oblige, Joana aproveita para revelar bruto um outro qualquer opressor que nos andava a escapar. As meninas continuam delicadas.
Uma semana no Algarve em casa de amigos. Perto de Monte Gordo, que segundo me dizem é, a seguir ao Cacém, a prova que o Homem se afastou de Deus. Em oito dias saio do domicílio três vezes. Uma para levar uma fralda acabada de mudar que se insurgia contra a biodegradabilidade, outra para conhecer a aldeia circundante e uma final para comer um gelado em Vila Real de Santo António. Uma pessoa é do tamanho do seu cativeiro.
Duas semanas finais tomando conta em exclusivo da filha. Cada vez mais desobediente, mal-criada e imprevisível. Humana, portanto. Vai para a escola para aprender. Como nos Mandamentos, em que oito dos dez eram pela negativa (não faças isto ou aquilo), 80% da interacção que estabeleço com a minha criança também prima pela repreensão. Muito pouco lhe permito. Ter aprendido a cantar a música da Floribella foi uma excepção. Até porque reparo, pelas letras das canções e pelas entrevistas que dá, que Floribella é uma humanista de esquerda. Os pobrezinhos, as vítimas da leucemia e o horror ao dinheiro. Mal por mal, e que me perdoe a Maria Filomena Mónica, mas mais valia os Morangos com Açúcar. Ali, pela dissolução dos adolescentes, é notório que "todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus" (Romanos 3:23). Haja objectividade bíblica.
Primeira semana de férias num Acampamento Baptista. Com muitos casais amigos à volta reconheço que o casamento dos outros pode ser tão extraordinário quanto o nosso.
Acusam-me que não perco uma oportunidade de chamar marxista a alguém. Experimento redimir-me afirmando que se uma pessoa acha que o dinheiro é a causa de tudo, essa opinião não uma opinião qualquer. É uma opinião com nome. E o anonimato é o esconderijo dos crentes envergonhados.
Assisto a um jogo de futebol de mulheres. De mulheres que não costumam jogar à bola, entenda-se. Espectáculo grotesco, para regozijo alarve dos homens presentes. Embora a assistência e o acto desportivo sejam praticados de livre e espontânea vontade por cidadãos eleitores e com personalidade jurídica, não consigo reprimir publicamente a minha repulsa. As praticantes dominam menos de 30% dos movimentos que executam. O jogo resume-se a espasmos e ao mais indecoroso domínio do aleatório sobre o esférico (aflora na minha cabeça que uma das questões éticas mais prementes na Humanidade é o árduo equilíbrio entre a liberdade dos outros para a felicidade própria e a possível descalibragem estética desta). Não foi para isto que as sufragistas lutaram.
Passo a semana seguinte numa pousada beirã dirigida por holandeses. Embora os holandeses tenham feito coisas fantásticas (como converter João Ferreira de Almeida, o primeiro tradutor da Bíblia para o Português, ao Calvinismo) a verdade é que me assustam os estrangeiros. Mais que as mulheres e as bilhas de gás. Cumprimento-os timidamente, de olhos no chão. Agradeço-lhes a vigorosa visão agro-turística que nos redime as ruínas nacionais mas desde os alunos de Erasmus da Universidade Nova que sou um provinciano prático.
Na tal semana holando-beirã leio Joana Amaral Dias usando a expressão "capitalismo bruto". Uns dias depois encontro-a no programa da Sic-Mulher em que adolescentes de penteados psicadélicos concordam com católicas divorciadas. Semi-deitada porque o décor oblige, Joana aproveita para revelar bruto um outro qualquer opressor que nos andava a escapar. As meninas continuam delicadas.
Uma semana no Algarve em casa de amigos. Perto de Monte Gordo, que segundo me dizem é, a seguir ao Cacém, a prova que o Homem se afastou de Deus. Em oito dias saio do domicílio três vezes. Uma para levar uma fralda acabada de mudar que se insurgia contra a biodegradabilidade, outra para conhecer a aldeia circundante e uma final para comer um gelado em Vila Real de Santo António. Uma pessoa é do tamanho do seu cativeiro.
Duas semanas finais tomando conta em exclusivo da filha. Cada vez mais desobediente, mal-criada e imprevisível. Humana, portanto. Vai para a escola para aprender. Como nos Mandamentos, em que oito dos dez eram pela negativa (não faças isto ou aquilo), 80% da interacção que estabeleço com a minha criança também prima pela repreensão. Muito pouco lhe permito. Ter aprendido a cantar a música da Floribella foi uma excepção. Até porque reparo, pelas letras das canções e pelas entrevistas que dá, que Floribella é uma humanista de esquerda. Os pobrezinhos, as vítimas da leucemia e o horror ao dinheiro. Mal por mal, e que me perdoe a Maria Filomena Mónica, mas mais valia os Morangos com Açúcar. Ali, pela dissolução dos adolescentes, é notório que "todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus" (Romanos 3:23). Haja objectividade bíblica.