Nas bancas
A Atlântico onde se fala de sonhos e mortos.
Todos já vivemos delírios nocturnos em que nos morre a mãe e ressuscita o avô. O despertar, podendo refrear as flexíveis possibilidades narrativas, quase sempre é um mal menor tendo em conta o apaziguamento emocional que facilita. Esta faculdade que o sono permite poderia sensibilizar muitos para a existência de uma realidade espiritual que não se limita aos rigores cronológicos da biologia. Não era à toa que, sobretudo no Velho Testamento, Deus aproveitava o repouso de alguns para lhes deixar recados. Estar perfeitamente acordado é com frequência o maior obstáculo à compreensão da vontade divina.