Nevermind Benfica-Porto
Este ano cabe-me a tarefa de abrir uma Igreja Baptista em S. Domingos de Benfica (no sítio onde já existiu uma e que entretanto fechou). Agrada-me encafuar naquele pequeno salão todas as pessoas que admiro, à boleia de uma palestra ou de um concerto. A primeira palestra, falando sobre a Providência juntamente com o Secretário-Geral da Sociedade Bíblica, Timóteo Cavaco (um primo, confesso), foi com o Pedro Mexia. Um grande orgulho de noite, devo assegurar-vos. Era a primeira actividade oficial. Talvez por receio com os imponderáveis de uma estreia, não publicitei aqui.
Amanhã terei o Silas Oliveira (um tio, confesso) falando sobre João Ferreira de Almeida, o primeiro tradutor da Bíblia para o Português, juntamente com o Padre Tolentino Mendonça. Todos são bem-vindos.

Auréolas capilares
Alexandre, ficas uma categoria de barba.

Um subsídio para a compreensão da mente de um evangélico ou outro qualquer pertencente a uma minoria através das palavras de C.S Lewis em "No Reino de Glome"
"É algo estranho, mas ao mesmo tempo apaziguante, olhar à nossa volta para a terra, para a relva e para o céu e dizer a uma só voz: «agora são todos meus inimigos»".

Comprem o livro acabado de editar pela Cavalo de Ferro.

O aftermath do bom selvagem
Quantos de nós não teremos de confessar o sentimento pouco cristão de prazer pelo escândalo dos franceses ao verem uma biblioteca queimada pelos marginais suburbanos?

Sílvia Rizzo a fazer publicidade ao Natal do Intermarché
Canta numa oitava tão baixa que faz dela a mais inesperada herdeira de Louis Armstrong.

Oferta
À boleia do sucesso crescente dos Pontos Negros (a banda que gravei há 2 anos e que aqui dei conta em 16 de Setembro de 2005) a FlorCaveira é mencionada no Diário de Notícias de sexta passada. Num artigo escrito com os pés, é dedicada uma nota à editora.

Eu, "o profissional da religião" (termo que costumo usar com amigos e que na imprensa ganha outro impacto) sou também o Tiago Guillul, o homem por trás deste "movimento de rock cristão".
Para não ficarem a saber as coisas pelo DN deixo hoje aqui o meu segundo disco para download. Cliquem aqui e que os Céus vos perdoem.

Este disco foi gravado quase na totalidade num 4 pistas tinha eu regressado da lua-de-mel. A minha mulher voltara ao emprego e a mim sobrava-me um par de semanas de férias.

No leitor de mp3
- Nick Cave com Abattoir Blues (como é que este disco me tinha passado despercebido?)
- Kala de M.I.A. (o kuduro do Bangladesh é o novo chic decandente ocidental)
- The Black and White Album dos Hives (continuam a banda mais divertida do pedaço e atenção que o termo divertido raramente casa com o roque)
- algum gospel (Michael W. Smith e Brooklyn Tabernacle Choir - nunca andei em tão vincado praise mode)
- e o último do Springsteen (muito, muito bom mesmo sendo um disco de um americano a fazer pedagogia para americanos, coisa menos suportável que um americano a fazer pedagogia para o resto do mundo).

22 de Novembro
Fui ao Hospital ter o 3º filho e voltei. Numa família de 4 netas o meu pai encontrou neste rapaz a luz para os seus dias vindouros (está pronto a despejar as 4 meninas no caixote do lixo mais próximo).
Receio, todavia, que o Hospital Cuf Descobertas esteja a conhecer alguma decadência. Nem tanto pelo acampamento cigano montado à entrada (os meus pontos de encontro com a etnia são feitos de barbas e uma considerável incontinência genealógica mas não só). Para além de médicas e enfermeiras discutirem abertamente nos corredores questões éticas prementes como "devo juntar os bebés do 2º piso aos infectados do 4º?"(uma frase que não empolga um pai em vésperas de entrar no bloco de partos), custa-me pagar 10 euros de parque de estacionamento quando já alimento os salários do estabelecimento com os nascimentos, infecções urinárias e bronquiolites dos meus pequenos (os estéreis que paguem o parquímetro, apetece dizer).
Por outro lado, a minha mulher aborreceu-se com os mais de 40 minutos que esperou pela epidural. E pela ênfase que colocava nas palavras enquanto se dobrava em espasmos sobre o seu ventre inchado, parecia estar a falar muito a sério.

Reinhold Niebuhr em tradução livre
"Os nossos idealistas estão divididos entre os que renunciariam às responsabilidades do poder para poderem preservar a pureza das nossas almas e os que estão dispostos a ignorar toda a ambiguidade das nossas acções para insistir freneticamente que qualquer medida tomada por uma boa causa tem de ser inequivocamente virtuosa".
Isto escreveu o maior teólogo americano do século passado (mencionado pelo Maradona há duas semanas, inspiração de um excelente artigo na Atlantic da qual se retira este excerto, e brandido por qualquer americano que queira defender publicamente uma tese para o seu país). Por que é que na Europa os teólogos deixaram de ser pessoas respeitáveis e importantes?
Esqueçam. Estas perguntas retóricas já começam a irritar, de qualquer modo.

A loura e os judeus
Graças ao Alexandre Soares Silva soube de umas afirmações que Ann Coulter fez sobre a necessidade dos judeus se aperfeiçoarem convertendo-se ao cristianismo. A mim, que gosto tanto da Ann Coulter e de judeus, tinha-me escapado a polémica. Para além da sensatez do texto indicado pelo Lord ASS, deixem-me só explicar uma coisa.
Nós, evangélicos, que somos justamente alcunhados de idiotas úteis dos judeus por os defendermos incondicionalmente, temos essa característica suplementar: saber que estamos melhor que eles, alvos da nossa caridade geo-cristã. Defender os judeus é um imperativo para qualquer cristão que se preze (ok, vamos deixar os católicos fora da equação) porque tão somente eles são o povo que Deus escolheu. Iríamos nós colocar defeito às preferências divinas? Audácia.
Tudo o que a Ann Coulter disse deveria ser óbvio para uma mente honesta que se dê ao que nos nossos dias parece um luxo que é crer no que se acredita.
Resumindo: Velho Testamento - OK. Novo Testamento - Super OK.
Por alguma coisa Jesus derramou sangue.

Gostar de homens XVIII

Josh Brolin. Mantendo a chama acesa desde os Goonies.

Olhar para o relógio II
E depois há uma altura em que o sacerdote acaba por pegar em armas. O que é uma coisa que não está tão distante assim da história da Igreja.

Olhar para o relógio
No "Village of the Damned" de John Carpenter há uma cena em que num funeral o pregador ordena que a congregação ore e Kirstie Alley, a cientista, aproveita para olhar para o relógio.

Da pregação deste Domingo
Segundo o Apóstolo Paulo (na carta aos Filipenses, 3º capítulo, versos 18 e 19) os inimigos da cruz têm no estômago o seu deus.

Contrição
Ouvi o "Kill'Em All" dos Metallica na íntegra pela primeira vez aos 30 anos. Aos trinta.

Falta
Falta mais Carla Gugino a American Gangster.

"Sião é nossa santa e gloriosa morada" diz um hino baptista
Traduzindo pobremente um excerto de uma recensão na First Things, deixo-vos:

"Se o sionismo é uma tentativa de casar poder com moralidade - unir religião e liberalismo, tradição e modernidade, patriotismo e princípio - então a América tem muito em comum com Israel. De facto, todas as pessoas que no mundo desejam confrontar simultaneamente o Islamismo mórbido fanático e o pós-modernismo europeu sem-alma - que são elas se não sionistas?".

Quem o escreveu foi William Kristol, tratando sobre o livro "Jews And Power" de Ruth Wisse.
E depois ainda há a Miriam Assor que na Atlântico deste mês chama Marcos ao Marco do Big Brother, num deslize de erudição judaica.

Chamas nos pés
É o segundo par de All-Star que me dão. Amigos que se retratam na compra de calçado e que reconhecem em mim a coragem ou a falta de discernimento para levar avante o que o bom-senso nelas interrompeu.
O fatalismo pedestre ainda não me deixou mal.

Meia-hora
Alfred Delp, um padre jesuíta que se opôs a Hitler, antes de ser enforcado virou-se para o capelão da prisão e disse "dentro de meia-hora vou saber mais do que tu".

Laudo
O Maradona num par de dias escreve sobre maricas e refere o maior teólogo americano do século passado. E antecipa-se a mim que queria mandar todos comprar a Atlantic deste mês, carregadinha de coisas boas. Por muito, que não é oportuno agora esclarecer, o Maradona é o único santo que conheço na blogosfera. Sem treta. Só lhe cabe um infortúnio que é o de eu já saber reconhecer-lhe a voz quando fala ao telemóvel na Fnac do Chiado.
Claro que esperei que terminasse a chamada.

Vento
Faço um esforço para não fazer deste sítio um blogue actual mas sejam pacientes comigo hoje.

O projecto capilar da minha cabeça
António Variações meets o Leão da Tribo de Judá.

Da blasfémia contra o Espírito Santo
No contexto de Mateus 12:22-32, pior que chamar boa a uma coisa má é chamar má a uma coisa boa.

Número e santidade
A First Things é a única revista que se vende naquela livraria boa do Colombo, lá em cima, ao lado dos cinemas, onde o João Lopes costuma andar, que tem nas suas páginas publicidade à St. Louis Abbey pedindo pelas orações dos leitores em favor dos seus monges, para que cresçam em número e santidade.
Onde andam em Portugal os católicos que peçam pelas orações dos leitores para que os seus monges cresçam em número e santidade? E que vendam as suas revistas naquela livraria boa do Colombo, lá em cima, ao lado dos cinemas, onde o João Lopes costuma andar?
Damn, I love Colombo. E a boa imprensa religiosa, I guess.

Vocês deviam saber isto
Aquela livraria boa do Colombo, lá em cima, ao lado dos cinemas, onde o João Lopes costuma andar, vende a First Things.

Estado em que se encontra a minha filhinha mais nova TM

Sobre o escândalo do mundo
Não é a música religiosa que precisa de pedir licença para existir.

O amén
O "amén" dito espontaneamente por pessoas na congregação em muitas igrejas protestantes é um património valioso. O dom de concordar audivelmente deveria ser mais exercido. Porque no raro encontro entre os homens está sempre Deus.

A dose diária de Kierkegaard
"Nowadays not even a suicide does away with himself in desperation, but considers this step so long and so sensibly that he is strangled by good sense". In "A Literary Review".

Assassínios de bandidos
Nick, ninguém te quer ouvir a fazer discos instrumentais. As pessoas querem os teus sermões, o São Patrício e pêlos púbicos na mesma quadrinha, o teu esqueleto cinquentão prestes a fragmentar-se em palco.
Honra o bigode, caraças.

Respondendo
Ao Zé Mário acerca da quinta frase da página 161 do livro que tinha mais próximo: "He was perfect". Nem mais.
Saiu de "Billy Graham and the New York Crusade" uma preciosidade de 1957 que surripiei de uma venerável biblioteca de pastores baptistas.
Isto segue para o Miguel do Piano, para o Samuel Úria, para o Nuno Soares, para a Mulheres Estejam Caladas e para a minha mãe.

Efeméride
Fez na quarta-feira passada 490 anos. Noventa e cinco boas razões para recordar aquela manhã em Vitemberga.