Nós, os verdadeiros calvinistas, protestamosÉ raro falar sobre o Primeiro-Ministro. Fi-lo, pelo menos, uma vez para chegar até Fernanda Câncio. Acontece que o Primeiro-Ministro no famoso episódio do cigarro alcunhou os seus acusadores de
calvinistas políticos. O voluntarismo é sempre arriscado e os méritos de deixar de fumar (nos quais creio) tornaram-se escassos perante tão flagrante revelação pública de ignorância.
Hipótese: o Primeiro-Ministro refere-se à experiência de Genebra regida pelo severo governo de João Calvino. Impressionado pelo zelo puritano do Reformador o Primeiro-Ministro acusa os seus acusadores de fundamentalismo ético.
É tragicamente mediterrânica esta alupagem biópica (de biopic) no que aos mestres protestantes diz respeito. Nós, os escassíssimos calvinistas do país, comichamo-nos. Sugerimos ao Primeiro-Ministro:
a) uma consulta rápida à
Wikipedia (em inglês técnico)
b) a frequência de uma disciplina de História na Licenciatura de Ciências das Religiões da Universidade Lusófona
c) a substituição do tempo outrora gasto em actividade tabagística pela consulta diária às Institutas.
Suspeitamos que o sonho do Primeiro-Ministro é ser alcunhado de socrático mas não está fácil.