Compacto Férias de Verão 2008- Um corte de cabelo doméstico na véspera de sair. Julga-se que se tem um pente 4 mas é o 1 que deixa já um lenho incontornável no lado direito. Não há alternativa: agora é levar até ao fim. Saio de casa sem armas mas com estilo de fuzileiro americano.
- Ainda no visual. Apetece-me este ano usar óculos de sol (arranjei uns Ray Ban Wayfarer vintage - realmente antigos, da mãe de um amigo meu) por isso experimento as lentes de contacto pela primeira vez. O início é árduo. Uma assistente optométrica na loja vasculha-me a retina sem piedade para pôr e logo a seguir tirar. Saio desanimado da loja. Vou treinando essa tarefa diária contra-natura - espetar dedos nos nossos próprios olhos. Vale a pena porque na rua ando armado em bom. No geral sou fraca figura mas, caramba, dou ares dos Clash em 82.
- Visual still. As tais calças coloridas da Zara. No geral os homens censuram e no geral as mulheres censuram. Os pais ainda não viram e a esposa não comenta. Só eu revigoro de uso para uso. Todo eu sou paleta.
- Aos 30 apercebo-me que, no fundo, não gosto assim tanto de crianças nem de animais. Todos os filhos dos outros me parecem irremediavelmente mais mal-criados que os meus. Abandono as gatas do lar na casa da sogra durante um mês sem sombra de remorsos. O que me faz saltar para uma conclusão essencial: a importância dos Direitos da Criança e dos Direitos dos Animais no Ocidente é proporcional ao desprezo que ambas as espécies aí suscitam. Quanto mais bem tratados (e logo numericamente controlados) melhor. Deixá-los existir sem demasiadas sentimentalidades é a resposta mais cristã.
- Não ando para conversas. Don't get me wrong, adoro conversar (sobretudo enquanto caminho) mas a vulgar troca de opiniões aborrece. E por vezes irrito-me e digo coisas que não queria a pessoas de quem gosto. A maneira mais eficaz de fugir à Verdade (assusta, não assusta, aparecer assim e de letra grande e tudo?) é transformar a vida num gigantesco Fórum da TSF.
- Num período igual ou menor a duas horas adoro a praia.
- Ando de mota. À pendura, com certeza. Entrelaço as mãos no torso do meu amigo Luís e domino as ruas de Viseu. Mas sem ultrapassar os 80 que tenho filhos e gatos para sustentar.
- O meu avô materno teria feito 100 anos anteontem. Deixou um exemplo de fidelidade à Palavra e um nome perfeito para o meu mais novo: Joaquim.