sexta-feira, outubro 31, 2008

Tremei, papistas
Hoje é dia da Reforma.
Hoje
O b fachada lança o seu primeiro disco pela FlorCaveira. O b é o primeiro pagão da editora. Anda numa fase Prince (gravar, gravar, gravar), verte Cervantes para as suas canções e toca viola braguesa que é um mimo para os nossos ouvidos. Este disco tem sete canções inéditas gravadas na Bélgica, entre um harmónio e um dicionário de neerlandês. O primeiro álbum deverá chegar no primeiro semestre de 2009 (hoje há artigo sobre ele no Y do Público).



O Samuel Úria já é vosso conhecido. Não preciso de vos falar dos dons que lhe foram dados. Neste disco que lança hoje reúne 5 canções dispersas que nos abrem o apetite para o segundo álbum que deverá chegar em Fevereiro do próximo ano.

Vão estar hoje no Lusitano Clube, junto à Sé de Lisboa. 21 horas, 5 euros de entrada com direito aos dois discos.

quinta-feira, outubro 30, 2008

Na Ilha de Patmos a alguém lhe foi dado ver
Viver a pensar na morte. Mas não uma morte qualquer. Uma morte com pompa e circunstância. O único evento de real traço universal.


Pormenor de um desenho do José Feitor que ilustrará um disco da FlorCaveira.

quarta-feira, outubro 29, 2008

Dar
Já nem me lembrava que os blogues podiam ser assim: a Carla Quevedo junta-se à conversa. Dêem-me algum tempo para pensar. Amanhã é quinta... acho que dá.

terça-feira, outubro 28, 2008

Entretanto
O grande Maradona comenta os meus humores da semana passada.
Do sermão de Domingo passado, com a ajuda de Karl Barth
Na carta aos Romanos o Apóstolo Paulo explica que a fé é dos fortes e dos fracos. Daqueles que percebem melhor e dos outros. E os fracos aqui são aqueles mais picuinhas que eventualmente atribuirão importância a coisas que não são importantes. Se a igreja recebe prostitutas e cobradores de impostos fechar-se-ia a estes fariseus? Uma igreja de farisaísmo anti-farisaico é também uma tragédia.

segunda-feira, outubro 27, 2008

Atenção
Eu não disse que os Radiohead eram maus. Disse que eram chatos. Há que saber distinguir. Amo, à vontade, uma mão cheia de pessoas chatas. Só me faz bem. Embora com isto não queira dizer que amo os Radiohead.

sexta-feira, outubro 24, 2008

Do Coração
Conheci o João Coração num almoço numa cantina de freiras. Era Julho e ele começara a gravar caseiramente umas canções. Essas canções eram uma descoberta recente: nunca antes de 2007 havia experimentado semelhante ofício. Ao aperceber-se que na FlorCaveira gostávamos de gravar dentro de casas bonitas em sítios bonitos congeminou logo uma estratégia que achei apetecível e impraticável. Quando dei por mim estava a gastar uma semana de Outubro em Sesimbra, angustiado por deixar em Oeiras a minha mulher a tratar das nossas duas crianças e grávida da terceira no penúltimo mês. A música do Coração parece meiga mas impõe-se.
Não sei se o pouco que dormimos, o mal que comemos (o Coração é vegetariano) e o mar que não experimentámos serão perceptíveis ao ouvinte. Sei que esta voz delicada me arrancou à força o décimo quinto disco da FlorCaveira. Que Deus lhe guarde os falsetes.

Hoje o João Coração toca no Maxime. Às 23h.

quinta-feira, outubro 23, 2008

Agenda
Hoje toco em Torres Vedras na Livrododia às 18h. Levo comparsas e a coisa não terá electricidade.



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Hoje ainda e um pouco mais tarde, às 21.30h, estarei na Casa Fernando Pessoa a falar sobre o número 2 da Criatura, a Revista.



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E no próximo sábado em S. Domingos o Samuel Úria vai cantar. Também sem electricidade mas cheio do Espírito.

quarta-feira, outubro 22, 2008

Do sermão de Domingo passado
A contemporaneidade tem separado o coração da boca. O Apóstolo Paulo diz: "Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo". Recordamos o tipo de cuidado que os povos não-ocidentais ainda observam em relação ao que se diz. As palavras são importantes.
Creio que o sentido de humor não tem de morrer e a capacidade de brincar com as palavras também não mas outras coisas contam mais. De que adianta ter piada se o que dizemos tem o poder de entristecer os outros?
E a seguir o Apóstolo Paulo ainda acrescenta que "não há distinção entre judeu e grego". Isto é para todos, para além das especificidades geo-comunicacionais. There goes o relativismo cultural.
Não é magia vocabular. É entender que podemos, devemos dizer e vibrar com as coisas em que acreditamos. Pregar sobre a graça de Deus hoje é assumir que a graçola é sobre-estimada.

terça-feira, outubro 21, 2008

Límpida relação
Quis a Providência que lesse a "História do Futuro" do Padre António Vieira nestes dias. Quis a Providência que o Padre António Vieira citasse abundatemente os profetas Samuel (que ando a ler nestes dias também) e Daniel (que acabei de ler há menos de um mês). Quis a Providência que o Padre António Vieira fosse acometido de uma vaga febre de visão apocalíptica sobre o Fim Cósmico e um Império. Quis a Providência que os Protestantes fossem pouco dados a Impérios ( somos mais de narrativas pessoais). E pronto, assim ficamos mais descansados. A literatura é sempre mais segura quando permite um espelho que não exagere em limpidez.
"Portugal, nem espero o teu agradecimento nem temo a tua ingratidão. Porque, se não me contas com Daniel entre os vivos, eu me conto com Samuel entre os mortos."

segunda-feira, outubro 20, 2008

Cabeças
Como é que uma música tão fresca como a "Radiohead" dos Talking Heads pôde inspirar o nome de uma banda tão chata?

sexta-feira, outubro 17, 2008

No dia do meu 31º aniversário
É reconfortante ler as palavras de António de Abreu Freire que situa "entre os 45 e 53 anos" a "euforia da maturidade" do Padre António Vieira.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Comprovar
Chesterton dizia sobre o pecado original que era "a única parte da Teologia Cristã que realmente poderia ser provada".

quarta-feira, outubro 15, 2008

Dia Nacional da Blogosfera
Faz hoje 6 anos que o João Pereira Coutinho, o Pedro Lomba e o Pedro Mexia criaram a Coluna Infame.

terça-feira, outubro 14, 2008

Outubro é o mês de Lutero
Eu não quero entrar na Catedral. Quero ficar à porta. Ser do contra em 95 teses. Noventa e seis, se preciso for. Li a Carta aos Romanos e estou-me nas tintas para o Mundo. Venha o Apocalipse que já tenho papel e um prego.

segunda-feira, outubro 13, 2008

Ando a exagerar
Nesta cena da música mas mais insuportável vaidade seria isto acontecer e eu não ecoar nada aqui. "Meninos de igreja a fazer rock? Melhor ainda: meninos de igreja a fazer do melhor rock que tem aparecido por cá?"

sexta-feira, outubro 10, 2008

Então, e viram?
Soube que anunciaram o meu nome e depois aparece o Devendra Banhart armado em monhé.
Acho que foi a primeira vez que a MTV pronunciou Kierkegaard.

quinta-feira, outubro 09, 2008

Um dia musicalmente histórico
Chamemos-lhe uma lança em África. Poupemos humildades porque com o roque-enrole não dá. Hoje o meu videoclip do "Beijas como uma Freira" (que já aqui deixei) passa na Émetivi. Vou repetir. Aquele videoclip que vocês viram vai passar na MTV. É verdade que vai ser só duas vezes, confortavelmente contextualizado num programa de novidades, mas é o teledisco que se gravou na linha do comboiozinho da Costa da Caparica, nos destroços do Baptista Russo (uma vergonha política, o que vos digo!), clandestinamente nos Jardins do Marquês em Oeiras (onde espalhámos bananas pelo Poseidon e pelo Camões) e das Colónias e pelos restantes espaços verdejantes de Belém comigo armado em Variações de segunda categoria. Eu não estou a salvar coisa nenhuma mas deixem-me dizer o que a música portuguesa precisa: óculos de sol e um bocadinho de ilegalidade (só um bocadinho).
Houve uma primeira versão da coisa que passava mais de metade do tempo de tronco nu mas acobardei-me. Antevi chegar algum visitante à Igreja em S. Domingos e confessar jocosamente: "Ah, eu já o conhecia daquele videoclip onde ginga em cima de uns carris na praia!". Aliás, isso até me faz pensar que mais dia menos dia vou ter de deixar o roque. A estes miúdos novos e assim.
Para pena minha à hora que passa o programa, 21.30h, estou na Reunião de Estudo Bíblico e Oração em Moscavide. Alguém que grave para o DVD a coisa inteira e depois apite
O vosso,
Tiago Guillul.
O ceptro e os burros
Os judeus, influenciados pelo estilo dos pagãos, desejaram também ter um Rei. Deus não gostou da ideia mas tolerou. Paralelamente a isto extraviaram-se umas jumentas de Quis. O seu filho, Saúl, quando saiu para as procurar não imaginava que voltaria a casa de mãos a abanar (as jumentas regressaram por si próprias) mas Rei.
É triste quando perdemos amor-próprio deslumbrados pelo estilo dos outros. Mas nos intervalos da decadência colectiva há sempre gente a lucrar da imaginativa generosidade divina.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Já está nas bancas
A Revista Ler onde escrevo sobre "A Vida Eterna", o último Savater:

"Sobre os incrédulos pesa o fardo de fazer as perguntas certas. Um negócio exigente. Savater sugere “um indivíduo concreto dos dias de hoje (…) pode aspirar a algum tipo de crença razoável?” Mas a questão, eventualmente mais ousada, que deveria ser feita é: alguma crença razoável pode aspirar a um indivíduo concreto dos dias de hoje?"

terça-feira, outubro 07, 2008

Uma mensagem específica
Jesus confirma o ditado no Evangelho de João. Diz que "um é o semeador e outro o ceifeiro". E na Carta aos Coríntios o Apóstolo Paulo explica: "Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento vem de Deus".
Isto em jeito de homenagem aos meus amigos e velhos companheiros de luta musical. O Miguel, o Ricardo, o Carlos e o Tiago. Foram anos passados no buraco para que hoje outros gozem da luz do Sol. Alegremo-nos que o Senhor tem sido bom!

segunda-feira, outubro 06, 2008

O Magnífico Material Inútil

Chega hoje às lojas. Este disco dos Pontos Negros é lançado pela Universal e por isso está em todo o lado. Que ninguém se iluda por ser editado por uma multinacional: é de roque-enrole que continuamos a falar.
Deus deu-me a bênção de poder produzir este revigorante disco azul.

sexta-feira, outubro 03, 2008


Na Time Out desta semana (o quanto me lamento por ter perdido a festa de aniversário... o primeiro evento cultural-chic para o qual fui convidado) escrevi sobre "Um Punhado de Pó" do Evelyn Waugh.

"Só quem já teve obras em casa pode testemunhar do potencial destrutivo para os seres humanos que ao fenómeno são expostos. De algum modo este “Um Punhado de Pó” familiariza-se com a sujidade de uma reforma doméstica. Tony Last preocupa-se com a manutenção do gótico vitoriano da sua propriedade de campo enquanto a sua esposa, Brenda, molenga por pequenos-almoços ao meio-dia. Waugh, exímio na medição das distâncias inter-matrimoniais, sugere a geometria perfeita de um desaire ao convocar John Beaver, trintão sustentado pela mãe. Dir-se-ia um triângulo equilátero, aquele do marido distraído, da esposa aborrecida e do solteirão de poucos escrúpulos."

Um livro perfeito. Um livro perfeito.

quinta-feira, outubro 02, 2008

Agenda epidérmica
Na segunda-feira o disco dos Pontos Negros chega às lojas. Um trabalho discográfico a adquirir. Entretanto, ponham na agenda o sábado da próxima semana.

quarta-feira, outubro 01, 2008

Actos
Naturalmente que os leitores têm razão para se queixar: chegámos ao Outono e eu sem uma única palavrinha sobre as tendências da estação. Como uma falha não se apaga com um pedido de desculpas mas com actos aqui fica a imagem do bom Patrick Petitjean já preparado para a Primavera/Verão de 2009 (na última GQ Style).
Mais de resto não se espantem com um regresso das calças à boca de sino (administrar com prudência), com a despedida da era masculina escanzelada (o bem que me acentava...) e com o advento dos chumaços (i kid you not).