terça-feira, março 31, 2009
segunda-feira, março 30, 2009
Febre aftosa
Não é muito sensato vir para o blogue partilhar com o auditório que se está doente. Até porque ainda agora acabei de aspirar a casa (eu e a minha mulher temos profundas divergências quanto à aspiração doméstica) e sinto-me menos inclinado a auto-complacências (visão calvinista do trabalho, claro).
Enquanto aspirava ouvia os Aquaparque ("É Isso Aí") e pensava que é natural que muitos encontrem nesta banda um antídoto para o ataque, com o beneplácito da imprensa, da FlorCaveira. Ora eu aqui confesso que sou a favor dos Aquaparque. Mais importante que gostar de alguma coisa é ser a favor dela, parece-me (ainda não sei se gosto dos Aquaparque mas certamente sou a favor deles). Os Aquaparque têm um bom nome, têm bons títulos de canções, têm um bom projecto musical (mérito terrivelmente pagão). São uma banda boa-onda, coisa rara de acontecer em Portugal. Claro que, como não são protestantes, enfermam da óbvia timidez católica da nossa cultura (a capa é constrangedora no seu fraco decalque da estética do dia em Brooklyn - aceitem isto com benevolência de mim que usei o lettering dos Kiss no último disco; as colagens sonoras carecem de maior fruição groovica; as letras são acompanhamentos sonoros sem uma mensagem que saia). Há pouco risco. Por isso os Aquaparque tenderão a ser apreciados por gente que não quer ser descomposta no seu voto, na sua orientação sexual (os Aquaparque são claramente queer-friendly ao passo que a FlorCaveira não e por isso é que apenas homossexuais corajosos gostam da FlorCaveira - viram aquela coisa na Sic ontem à noite? Homossexuais católicos abraçados por jornalistas da Sic enquanto dão aulas na Faculdade, homossexuais católicos abraçados por jornalistas da Sic enquanto entram à socapa na missa, homossexuais católicos abraçados por jornalistas da Sic enquanto confessam às suas ex-mulheres que no fundo eles não as amam assim tanto. Não me posso queixar muito que a Sic também já me abraçou acho que por ser quase pastor e quase músico e quase pai de muitos ao mesmo tempo - conselho de amigo: os abraços da Sic são moralmente perigosos), no seu critério de lazer.
Isto é uma coisa viral, disse a médica que chamámos a casa através daquele serviço domiciliário (quem a visse a chegar no elevador do prédio com aquela mini-saia, aquelas botas em bico, aquele cabelo à Tina Turner em modo rewind, recebida à porta por mim de pijama e pela minha mulher, julgaria que temos uma noção ímpar do amor matrimonial), apanhou-o porque anda com as defesas em baixo (e quase nos preocupamos connosco próprios), apanha-lhe a boca toda e a garganta. Nunca comi com tanta dificuldade, nunca a minha boca foi tão somente uma chaga e nunca vi tão má televisão.
Tenham-me nas vossas orações.
Não é muito sensato vir para o blogue partilhar com o auditório que se está doente. Até porque ainda agora acabei de aspirar a casa (eu e a minha mulher temos profundas divergências quanto à aspiração doméstica) e sinto-me menos inclinado a auto-complacências (visão calvinista do trabalho, claro).
Enquanto aspirava ouvia os Aquaparque ("É Isso Aí") e pensava que é natural que muitos encontrem nesta banda um antídoto para o ataque, com o beneplácito da imprensa, da FlorCaveira. Ora eu aqui confesso que sou a favor dos Aquaparque. Mais importante que gostar de alguma coisa é ser a favor dela, parece-me (ainda não sei se gosto dos Aquaparque mas certamente sou a favor deles). Os Aquaparque têm um bom nome, têm bons títulos de canções, têm um bom projecto musical (mérito terrivelmente pagão). São uma banda boa-onda, coisa rara de acontecer em Portugal. Claro que, como não são protestantes, enfermam da óbvia timidez católica da nossa cultura (a capa é constrangedora no seu fraco decalque da estética do dia em Brooklyn - aceitem isto com benevolência de mim que usei o lettering dos Kiss no último disco; as colagens sonoras carecem de maior fruição groovica; as letras são acompanhamentos sonoros sem uma mensagem que saia). Há pouco risco. Por isso os Aquaparque tenderão a ser apreciados por gente que não quer ser descomposta no seu voto, na sua orientação sexual (os Aquaparque são claramente queer-friendly ao passo que a FlorCaveira não e por isso é que apenas homossexuais corajosos gostam da FlorCaveira - viram aquela coisa na Sic ontem à noite? Homossexuais católicos abraçados por jornalistas da Sic enquanto dão aulas na Faculdade, homossexuais católicos abraçados por jornalistas da Sic enquanto entram à socapa na missa, homossexuais católicos abraçados por jornalistas da Sic enquanto confessam às suas ex-mulheres que no fundo eles não as amam assim tanto. Não me posso queixar muito que a Sic também já me abraçou acho que por ser quase pastor e quase músico e quase pai de muitos ao mesmo tempo - conselho de amigo: os abraços da Sic são moralmente perigosos), no seu critério de lazer.
Isto é uma coisa viral, disse a médica que chamámos a casa através daquele serviço domiciliário (quem a visse a chegar no elevador do prédio com aquela mini-saia, aquelas botas em bico, aquele cabelo à Tina Turner em modo rewind, recebida à porta por mim de pijama e pela minha mulher, julgaria que temos uma noção ímpar do amor matrimonial), apanhou-o porque anda com as defesas em baixo (e quase nos preocupamos connosco próprios), apanha-lhe a boca toda e a garganta. Nunca comi com tanta dificuldade, nunca a minha boca foi tão somente uma chaga e nunca vi tão má televisão.
Tenham-me nas vossas orações.
sábado, março 28, 2009
Mau presságio o de actualizar o blogue a um sábado
Apenas para avisar que não vou poder estar no concerto que anunciei ontem. O Samuel Úria tornará a tarde ainda menos falível. Mas estou medicado, obrigado.
Apenas para avisar que não vou poder estar no concerto que anunciei ontem. O Samuel Úria tornará a tarde ainda menos falível. Mas estou medicado, obrigado.
sexta-feira, março 27, 2009
Benefit
(Se me puser bom da garganta, das aftas e da ameaça de febre) amanhã estarei na Igreja Baptista da Graça (Rua Capitão Humberto de Ataíde) às 18h30 a entremear cantigas com o Samuel Úria. É, como se dizia antigamente no Hardcore, um benefit show - não nos dão nada e tudo o que se fizer vai para as obras que a Igreja está a fazer.
Somos todos bons rapazes.
(Se me puser bom da garganta, das aftas e da ameaça de febre) amanhã estarei na Igreja Baptista da Graça (Rua Capitão Humberto de Ataíde) às 18h30 a entremear cantigas com o Samuel Úria. É, como se dizia antigamente no Hardcore, um benefit show - não nos dão nada e tudo o que se fizer vai para as obras que a Igreja está a fazer.
Somos todos bons rapazes.
quinta-feira, março 26, 2009
quarta-feira, março 25, 2009
Ainda sobre a respeitabilidade
Céus. O eminentíssimo Carlos Fiolhais descobriu vida para além do Jónatas Machado (o facto de não saber que eu existo é todo um programa). No fim suspira: "Isto é o pós-modernismo no seu melhor. Ou no seu pior". Quem me absolverá deste pecado?
Para os cientificamente incautos Carlos Fiolhais integra o De Rerum Natura, blogue mantido pelo pelotão de fuzilamento descrito numa coluna da direita: Carlos Fiolhais (físico), Desidério Murcho (filósofo), Helena Damião (pedagoga), Jorge Buescu (matemático), Palmira F. Silva (química), Paulo Gama Mota (biólogo), Sofia Araújo (bióloga).
Peito aberto às balas. Executioner's style. Olha aí o artiguinho da Time Out na íntegra.
VELANDO GALILEU
Uma das virtudes de afirmar o criacionismo no Ocidente é a luxúria de abandonar a sociedade restante ao aborrecimento da respeitabilidade. E lembramos umas das mais cristãs cenas da filmografia de João César Monteiro em que, ao ser despedido da gelataria onde confeccionava a melhor nata de sorvetes da capital através de ínvios processos erótico-frigoríficos, rosna: “não são vocês que me expulsam, sou eu que vos condeno a ficar!” (“A Comédia de Deus”). Nunca mais Lisboa se refrescaria na Avenida de Roma do mesmo modo.
Em ano de entronização de Charles Darwin (antigamente os Reis consagravam países a Nossa Senhora, hoje os cientistas sacrificam continentes a biólogos) os escassos criacionistas do país tornam-se delícias de periódicos. Old Father Darwin took me everywhere: Visão, Diário de Notícias, Revista Ler. Siga a Time Out. Vou mais protegido: parto da leitura de “Evolução a Duas Vozes” da Bertrand, volume que entrega uma centena de páginas às certezas laboratoriais de Teresa Avelar e uma centena de páginas às platitudes clericais de Carreira das Neves.
A capa é bonita (os desenhos de bichos e flores estão completamente in) e o facto de o texto de Avelar estar graficamente no avesso do de Carreira das Neves (e vice-versa) confere justiça poética à edição. O karma harmoniza onde os pés de um estão para as mãos de outro. E metaforiza-se na perfeição uma das mais centrais questões da evolução: por onde começamos? Neste caso, e como os criacionistas são dados a tradições, iniciei a leitura por Teresa Avelar. Senhoras primeiro.
Assim como não existem biólogas na Bíblia não existe Deus no coração de Teresa Avelar. No seu olhar analítico os grandes males do mundo podem ser imputados à religião cristã: do anti-semitismo às limpezas étnicas, do obscurantismo à intolerância. Vai valendo à humanidade o aparecimento (ou a evolução) de homens como Darwin, prestimosos na denúncia do Deus bíblico enquanto “ditador vingativo”. Chegamos ao cerne da questão nas seguintes linhas: “Quando por Deus se entende a divindade das religiões monoteístas – um ser que responde a rezas, faz milagres e está curiosamente preocupado com os nossos hábitos sexuais – então ser ateu pode ser uma posição científica”. De uma penada arrumam-se os últimos dois séculos de filosofia – se os existencialistas partiam da nudez humana perante o Criador os cientistas contemporâneos não suportam a ideia de Ele nos espreitar em roupa interior. Haja pudor, ecoa uma voz no laboratório.
Conhecemos a bonomia dos padres conciliadores. Carreira das Neves é um representante fiel da (evolução da) espécie. Com aquela condescendência enfatuada dos clérigos com estudos o sacerdote adverte de início do perigo da “falsa abordagem dos religiosos criacionistas” e logo esclarece que “toda a confusão advém de saber ou não saber ler/interpretar a literatura bíblica”, modelo que providencialmente nos oferece traduzindo Adão, Eva e o nascimento virginal de Jesus enquanto “grandes metáforas”. A precisão hermenêutica de Carreira das Neves é igualmente científica: todo o sobrenatural é enxotado da Bíblia. O resultado é prático. Génesis e Darwin, Deus e o Diabo. No fundo todos podem ser amigos (calculamos que o grande objectivo da contribuição do católico para este volume era chegar a Teresa Avelar e exclamar: “venha daí esse abraço!”). Reconhecemos que nesse sentido a coragem da bióloga é superior: a religião “não é compatível com os processos evolutivos”.
Entre a defesa religiosa de Darwin por parte da lente e a armisticiação mediterrânica do sacerdote venha o fantasma de Galileu e escolha. Eu recolho-me ao literalismo bíblico. Do Génesis ao Apocalipse há muito mais onde me divertir.
Céus. O eminentíssimo Carlos Fiolhais descobriu vida para além do Jónatas Machado (o facto de não saber que eu existo é todo um programa). No fim suspira: "Isto é o pós-modernismo no seu melhor. Ou no seu pior". Quem me absolverá deste pecado?
Para os cientificamente incautos Carlos Fiolhais integra o De Rerum Natura, blogue mantido pelo pelotão de fuzilamento descrito numa coluna da direita: Carlos Fiolhais (físico), Desidério Murcho (filósofo), Helena Damião (pedagoga), Jorge Buescu (matemático), Palmira F. Silva (química), Paulo Gama Mota (biólogo), Sofia Araújo (bióloga).
Peito aberto às balas. Executioner's style. Olha aí o artiguinho da Time Out na íntegra.
VELANDO GALILEU
Uma das virtudes de afirmar o criacionismo no Ocidente é a luxúria de abandonar a sociedade restante ao aborrecimento da respeitabilidade. E lembramos umas das mais cristãs cenas da filmografia de João César Monteiro em que, ao ser despedido da gelataria onde confeccionava a melhor nata de sorvetes da capital através de ínvios processos erótico-frigoríficos, rosna: “não são vocês que me expulsam, sou eu que vos condeno a ficar!” (“A Comédia de Deus”). Nunca mais Lisboa se refrescaria na Avenida de Roma do mesmo modo.
Em ano de entronização de Charles Darwin (antigamente os Reis consagravam países a Nossa Senhora, hoje os cientistas sacrificam continentes a biólogos) os escassos criacionistas do país tornam-se delícias de periódicos. Old Father Darwin took me everywhere: Visão, Diário de Notícias, Revista Ler. Siga a Time Out. Vou mais protegido: parto da leitura de “Evolução a Duas Vozes” da Bertrand, volume que entrega uma centena de páginas às certezas laboratoriais de Teresa Avelar e uma centena de páginas às platitudes clericais de Carreira das Neves.
A capa é bonita (os desenhos de bichos e flores estão completamente in) e o facto de o texto de Avelar estar graficamente no avesso do de Carreira das Neves (e vice-versa) confere justiça poética à edição. O karma harmoniza onde os pés de um estão para as mãos de outro. E metaforiza-se na perfeição uma das mais centrais questões da evolução: por onde começamos? Neste caso, e como os criacionistas são dados a tradições, iniciei a leitura por Teresa Avelar. Senhoras primeiro.
Assim como não existem biólogas na Bíblia não existe Deus no coração de Teresa Avelar. No seu olhar analítico os grandes males do mundo podem ser imputados à religião cristã: do anti-semitismo às limpezas étnicas, do obscurantismo à intolerância. Vai valendo à humanidade o aparecimento (ou a evolução) de homens como Darwin, prestimosos na denúncia do Deus bíblico enquanto “ditador vingativo”. Chegamos ao cerne da questão nas seguintes linhas: “Quando por Deus se entende a divindade das religiões monoteístas – um ser que responde a rezas, faz milagres e está curiosamente preocupado com os nossos hábitos sexuais – então ser ateu pode ser uma posição científica”. De uma penada arrumam-se os últimos dois séculos de filosofia – se os existencialistas partiam da nudez humana perante o Criador os cientistas contemporâneos não suportam a ideia de Ele nos espreitar em roupa interior. Haja pudor, ecoa uma voz no laboratório.
Conhecemos a bonomia dos padres conciliadores. Carreira das Neves é um representante fiel da (evolução da) espécie. Com aquela condescendência enfatuada dos clérigos com estudos o sacerdote adverte de início do perigo da “falsa abordagem dos religiosos criacionistas” e logo esclarece que “toda a confusão advém de saber ou não saber ler/interpretar a literatura bíblica”, modelo que providencialmente nos oferece traduzindo Adão, Eva e o nascimento virginal de Jesus enquanto “grandes metáforas”. A precisão hermenêutica de Carreira das Neves é igualmente científica: todo o sobrenatural é enxotado da Bíblia. O resultado é prático. Génesis e Darwin, Deus e o Diabo. No fundo todos podem ser amigos (calculamos que o grande objectivo da contribuição do católico para este volume era chegar a Teresa Avelar e exclamar: “venha daí esse abraço!”). Reconhecemos que nesse sentido a coragem da bióloga é superior: a religião “não é compatível com os processos evolutivos”.
Entre a defesa religiosa de Darwin por parte da lente e a armisticiação mediterrânica do sacerdote venha o fantasma de Galileu e escolha. Eu recolho-me ao literalismo bíblico. Do Génesis ao Apocalipse há muito mais onde me divertir.
terça-feira, março 24, 2009
segunda-feira, março 23, 2009
Afinidade
Sobre a presença contínua da pornografia nos crimes de Fritzl, Theo Obson escreve na Spectator: "it is awkward for us to admit that something that we have allowed into our cultural mainstream has such a strong potential affinity with evil".
Sobre a presença contínua da pornografia nos crimes de Fritzl, Theo Obson escreve na Spectator: "it is awkward for us to admit that something that we have allowed into our cultural mainstream has such a strong potential affinity with evil".
sexta-feira, março 20, 2009
quinta-feira, março 19, 2009
Avenida de Roma
A Time Out desta semana traz:
"Uma das virtudes de afirmar o criacionismo no Ocidente é a luxúria de abandonar a sociedade restante ao aborrecimento da respeitabilidade. E lembramos umas das mais cristãs cenas da filmografia de João César Monteiro em que, ao ser despedido da gelataria onde confeccionava a melhor nata de sorvetes da capital através de ínvios processos erótico-frigoríficos, rosna: “não são vocês que me expulsam, sou eu que vos condeno a ficar!” (“A Comédia de Deus”). Nunca mais Lisboa se refrescaria na Avenida de Roma do mesmo modo".
Claro que com isto não quero dizer que o criacionismo (estou cansado do tema, acreditem) não tem sustentabilidade. Quero apenas inferir que quem vai por aí está a ser arrogante na mesma proporção da sua ignorância, sendo que, por isso, acaba privado dos melhores dias de sol da Avenida de Roma. Feelin' me?
A Time Out desta semana traz:
"Uma das virtudes de afirmar o criacionismo no Ocidente é a luxúria de abandonar a sociedade restante ao aborrecimento da respeitabilidade. E lembramos umas das mais cristãs cenas da filmografia de João César Monteiro em que, ao ser despedido da gelataria onde confeccionava a melhor nata de sorvetes da capital através de ínvios processos erótico-frigoríficos, rosna: “não são vocês que me expulsam, sou eu que vos condeno a ficar!” (“A Comédia de Deus”). Nunca mais Lisboa se refrescaria na Avenida de Roma do mesmo modo".
Claro que com isto não quero dizer que o criacionismo (estou cansado do tema, acreditem) não tem sustentabilidade. Quero apenas inferir que quem vai por aí está a ser arrogante na mesma proporção da sua ignorância, sendo que, por isso, acaba privado dos melhores dias de sol da Avenida de Roma. Feelin' me?
quarta-feira, março 18, 2009
Touro
Gosto mais de Million Dollar Baby que de Gran Torino. Dito isto quero apenas acrescentar que está tudo em Eastwood limitar-se a rosnar (sobretudo na primeira metade do filme). O grunhido como escultura perfeita da densidade existencial.
Gosto mais de Million Dollar Baby que de Gran Torino. Dito isto quero apenas acrescentar que está tudo em Eastwood limitar-se a rosnar (sobretudo na primeira metade do filme). O grunhido como escultura perfeita da densidade existencial.
terça-feira, março 17, 2009
A questão interessante
"The interesting question is not why America is so religious but why Europe is so secular", escrevia na First Things de Fevereiro o saudoso Richard John Neuhaus.
"The interesting question is not why America is so religious but why Europe is so secular", escrevia na First Things de Fevereiro o saudoso Richard John Neuhaus.
sábado, março 14, 2009
Súbita agenda
Olhem aqui a maravilha que se arranjou para Segunda-Feira.
Quem quiser pode juntar-se à coisa às 15h na Praça de Espanha.
Olhem aqui a maravilha que se arranjou para Segunda-Feira.
Quem quiser pode juntar-se à coisa às 15h na Praça de Espanha.
sexta-feira, março 13, 2009
Bad news to our Prime-Minister
O Calvinismo é a terceira das dez ideias que actualmente mudam o mundo, diz a Time.
Este ano comemoram-se os 500 anos do nascimento de Calvino. Assoem o nariz a Charles Darwin.
O Calvinismo é a terceira das dez ideias que actualmente mudam o mundo, diz a Time.
Este ano comemoram-se os 500 anos do nascimento de Calvino. Assoem o nariz a Charles Darwin.
quinta-feira, março 12, 2009
O Presidente Jimmy Carter
Vira-se para o Presidente Park Chung Hee, da Coreia do Sul, e diz-lhe "gostava que conhecesse Cristo". Esta é a separação entre Estado e Igreja na qual acredito.
Aqui lemos acerca disso e sobre uma possível proselitização de Reagan sobre Gorbachev.
Vira-se para o Presidente Park Chung Hee, da Coreia do Sul, e diz-lhe "gostava que conhecesse Cristo". Esta é a separação entre Estado e Igreja na qual acredito.
Aqui lemos acerca disso e sobre uma possível proselitização de Reagan sobre Gorbachev.
quarta-feira, março 11, 2009
Uma história curta sobre a ignorância do pecado
Fornicava com demónios. Desconhecia que era pecado fornicar e que era pecado fornicar com demónios.
Aqui podem ouvir uma entrevista que dei à Rádio Universitária do Minho sobre música e essas carnalidades (Stryper, D.R.I., Talking Heads, Lightning Bolt, Beatles, etc.). A partir da segunda hora.
Fornicava com demónios. Desconhecia que era pecado fornicar e que era pecado fornicar com demónios.
Aqui podem ouvir uma entrevista que dei à Rádio Universitária do Minho sobre música e essas carnalidades (Stryper, D.R.I., Talking Heads, Lightning Bolt, Beatles, etc.). A partir da segunda hora.
terça-feira, março 10, 2009
A letra G no português cantado
Um refrigério musical que começa por G e acaba em al Costa.
O disco "Índia" então (cuja imagem se inapropria neste blogue religioso), uma bússola em tradição e arrojo. Mil novecentos e setenta e três.
Aproveito para informar que voltei ao vinil. O digital é maricas e o matrimónio é um privilégio único do analógico.
Um refrigério musical que começa por G e acaba em al Costa.
O disco "Índia" então (cuja imagem se inapropria neste blogue religioso), uma bússola em tradição e arrojo. Mil novecentos e setenta e três.
Aproveito para informar que voltei ao vinil. O digital é maricas e o matrimónio é um privilégio único do analógico.
segunda-feira, março 09, 2009
Do sermão de ontem
No Evangelho de Marcos quando Jesus pergunta aos discípulos o que dizem as pessoas dele só Pedro é capaz de concluir que o Mestre é o Filho de Deus. Ao que Jesus responde com um chiu. Ninguém o deverá saber.
Logo a seguir passa a explicar a necessidade de sofrer, morrer e ressuscitar três dias depois. Pedro, chamando o Mestre à parte, repreende-o por semelhante deriva pessimista. A reacção de Jesus é severa: "afasta-te de mim, Satanás!". O apóstolo em pouco tempo passa de iluminado pelo Espírito a pacifista blasfemo. E Jesus prossegue, agora para uma multidão maior. Ai, não querem a cruz? Mais da cruz levarão então.
"Se alguém julga que me quer seguir, tome a sua cruz todos os dias. Quem quiser ganhar a sua vida, perdê-la-á".
E encontramos, entre outras coisas, o estranho pudor divino de guardar as boas notícias a uma audiência seleccionadíssima e fazer questão de passar as más a todos. A celestial gestão de expectativas é assim: não julgues que queres que daqui não levas nada.
Só Jesus pode ser o Deus verdadeiro.
No Evangelho de Marcos quando Jesus pergunta aos discípulos o que dizem as pessoas dele só Pedro é capaz de concluir que o Mestre é o Filho de Deus. Ao que Jesus responde com um chiu. Ninguém o deverá saber.
Logo a seguir passa a explicar a necessidade de sofrer, morrer e ressuscitar três dias depois. Pedro, chamando o Mestre à parte, repreende-o por semelhante deriva pessimista. A reacção de Jesus é severa: "afasta-te de mim, Satanás!". O apóstolo em pouco tempo passa de iluminado pelo Espírito a pacifista blasfemo. E Jesus prossegue, agora para uma multidão maior. Ai, não querem a cruz? Mais da cruz levarão então.
"Se alguém julga que me quer seguir, tome a sua cruz todos os dias. Quem quiser ganhar a sua vida, perdê-la-á".
E encontramos, entre outras coisas, o estranho pudor divino de guardar as boas notícias a uma audiência seleccionadíssima e fazer questão de passar as más a todos. A celestial gestão de expectativas é assim: não julgues que queres que daqui não levas nada.
Só Jesus pode ser o Deus verdadeiro.
quinta-feira, março 05, 2009
Depois de amanhã na agenda
A Igreja Baptista de S. Domingos de Benfica vai receber o Filipe Costa Almeida e o Tiago Oliveira (não confundir com o Tiago de Oliveira Cavaco). Cristianismo e pluralismo. How about that?
A Igreja Baptista de S. Domingos de Benfica vai receber o Filipe Costa Almeida e o Tiago Oliveira (não confundir com o Tiago de Oliveira Cavaco). Cristianismo e pluralismo. How about that?
quarta-feira, março 04, 2009
terça-feira, março 03, 2009
segunda-feira, março 02, 2009
Os rumores do roque IV
O Blitz, que no ano passado ignorou a FlorCaveira, foi castigado: teve de ir assistir a um serviço de culto da Igreja Baptista de S. Domingos de Benfica. A sua penitência é pública no último número.
Ainda estou a aprender a moderar-me. Derreto-me com um jornalista simpático (o Rui Miguel Abreu, neste caso) e só não dei o código do Multibanco porque não mo pediu. Agora parece que tenho um casus belli com o Sérgio Godinho, que vou cristianizar o Adolfo Luxúria Canibal à força e, escândalo dos escândalos, que reneguei a minha fé gê-éne-érrica. Todos sabemos que os criadores das legendas fotográficas da imprensa são canídeos a farejar migalhas debaixo da mesa e que a edição é a chula dos contextos. Reininho is King. Reticências? Vou ali gravar um dueto com ele e volto já.
O Blitz, que no ano passado ignorou a FlorCaveira, foi castigado: teve de ir assistir a um serviço de culto da Igreja Baptista de S. Domingos de Benfica. A sua penitência é pública no último número.
Ainda estou a aprender a moderar-me. Derreto-me com um jornalista simpático (o Rui Miguel Abreu, neste caso) e só não dei o código do Multibanco porque não mo pediu. Agora parece que tenho um casus belli com o Sérgio Godinho, que vou cristianizar o Adolfo Luxúria Canibal à força e, escândalo dos escândalos, que reneguei a minha fé gê-éne-érrica. Todos sabemos que os criadores das legendas fotográficas da imprensa são canídeos a farejar migalhas debaixo da mesa e que a edição é a chula dos contextos. Reininho is King. Reticências? Vou ali gravar um dueto com ele e volto já.