Beekeeper

Mais do que antipatizar com a Beekeeper por razões estéticas, antipatizava por razões pessoais: as bandas da editora chamavam a atenção e eu não. Talvez por isso tenha feito uma excepção na firme convicção de que cantar em inglês era saloio quando resolvi criar uma banda que tentava competir no mesmo campeonato. Chamava-se The C.S. Lewis Attic e também deram concerto no Ritz e imitaram o indie-rock deprimente de adolescentes brancos de esquerda. Felizmente foi mal sucedida.
Passados estes anos vejo este pequeno documentário e sinto-me solidário. Estavam a fazer a cena deles. Por exemplo a rapariga que aqui aparece, a Suspiria Franklin, que vi em palco com as Baton Rouge, merecia ser mais reconhecida. Baza saldar a História num dueto rock?

Uma janela de oportunidade
A moda tornou-se geométrica: penteados com ângulos, bigodes atravessados, óculos redondíssimos, roupas em tangentes, intersecções históricas. O pessoal anda algures entre uma aula de Matemática no cabeleireiro e o roubo de vestuário via máquina do tempo. Uma das grandes vantagens é que nunca houve melhor momento para ter estilo ficando mal. Ninguém sai favorecido com lentes à Século XIX ou com degraus na trunfa e no entanto feels right. Pode ser uma vontade de superar as linhas clássicas da harmonia visual, mais uma trip retro, uma variação da irrequieta obsessão pela novidade, entre outras possibilidades. A verdade é que tem sido divertido inventar com a tesoura e reciclar tecido. Para os que não têm bolsa para os rigores da alta costura há aqui, como se costuma dizer agora, uma janela de oportunidade.

Hoje falo a um grupo de jovens sobre vida espiritual
São algumas as ocasiões que os evangelhos contam do hábito de Jesus de deixar tudo para se isolar em oração. A parte mais infantil do meu cérebro sempre perguntou: se Jesus é Deus por que razão precisava de abandonar os homens para falar… consigo próprio? Claro que a parte mais infantil do meu cérebro, para além de estar pouco aplicada em compreender a relação íntima entre Deus Pai, Filho e Espírito Santo, reduzia a vida espiritual a uma coisa que se faz mais por necessidade que prazer.

Assunção de Maria
O Protestante é sempre by the book. O Católico quando não sabe, inventa.

Casa da Tia Lena e do Tio Joel

Cinco lições de uma semana de praia em Carcavelos
1. A praia mais popular de Portugal é uma boa praia. A água não é quente nem totalmente límpida mas calma e sem a poluição de anos anteriores. A praia enche e por isso existe uma coisa chamada manhã que facilita o escape aos fenómenos de claustrofobia em areia.
2. As praias pequenas encostadas à Torre são mais práticas para crianças porque o tempo de as perdermos de vista aumenta um pouco dos dois segundos no areal principal. Por outro lado a muralha em conjunto com as rochas proporcionam duas paredes que ajudam os pais a circunscrever o horizonte de fuga dos seus pequenos.
3. Lamento mas tenho de reconhecer: tatuagens são a coisa mais xunga do momento. Em Carcavelos todos os sonhos de glamour pintado de Miami se desvanecem.
4. Já não há tachos de arroz em Carcavelos. Todos são agora civilizados e empenhados em ingerir líquidos e evitar sinais de sedentarismo.
5. Felizmente o topless começa a dar sinais de abrandamento e a população siliconizada, talvez por vazamento de matéria obtida em preços de ocasião, mostra novos hábitos de pudor.

London's Burning
Há refrões dos Clash que nunca deviam materializar-se.

The Printed Blog
The Printed Blog é uma revista nova que já está à venda e conta com um texto meu chamado: Fui rico em 2002 e era uma seca. “Não tenho saudades da descontração económica dos primeiros tempos do meu casamento. Quando ouço a frase “éramos ricos e não sabíamos” encontro nela a sensatez suficiente para confirmar que não temos de nos reduzir ao muito que ganhamos. As pessoas que me inspiram não são as que dependem do que têm mas as que têm em função do que dependem.”