sexta-feira, dezembro 30, 2011

O Abc de 2011

A. Angry Birds. A tradição puritana não se dá bem com jogos e a minha info-exclusão leve da infância permitiu que, tirando o lugar de espectador perante o brilhantismo gráfico do Monkey Island no Amiga dos meus colegas do nono ano, fosse vício que nunca me tocasse. Excepção ao Prince of Persia. À semelhança do gordo do sexto nível do Prince of Persia, o Angry Birds também me trama no 21º quadro mas já o consegui passar duas vezes. Existe alguma coisa mais eficaz e entusiasmante que atirar objectos contra edificações e contemplar a derrocada? Iconoclastia pop, that’s right.

B. Baptismo da Filomena. O Baptismo da Filomena fica na história de SDB como o primeiro e na minha pela mesma razão. Tenho o melhor emprego do Mundo que se paga em moeda de Eternidade. O privilégio de assistir, contemplar e acompanhar o novo nascimento de uma pessoa é indizível. Imaginem o entusiasmo da Igreja por planear voltar à água por mais duas pessoas que desejam o mesmo. Agá, dois, ó! Agá, dois, ó!

C. Casamento. Como explicar que algumas das melhores ideias de sempre são simultaneamente as mais antigas? O casamento é uma maquete da Eternidade. A menos que Deus tenha expressamente chamado para o celibato o meu conselho a todas as pessoas legalmente solteiras é: casem-se. Vai ser decepcionante e terrível, assustador e chato, rotineiro e desinteressante. E no meio disso tudo, a melhor coisa da vida. Como explicar que a pessoa que mais me impacienta é também a que mais amo? E, perdoem-me a falta de pudor, não me custa nada dormir com ela.

D. Decepções. Houve umas quantas. Mas, se sem modéstia forçada, colocarmos a questão em perspectiva, devemos perguntar: qual a pessoa que melhor conheço e mais sei que ficou aquém das expectativas? A resposta, no meu caso, é óbvia. Eu próprio.

E. Espectáculos. Creio que nunca dei tão poucos concertos como em 2011. Dois. Todavia guardo a melhor memória deles. Os Lacraus com o Velhos num Musicbox repleto de Julho em combustão de invasão de palco e o Rapaz do Sul do Céu nas Dispersões Coloidais clarificando que havendo regresso a discos a solo tem de ser via nu-metal.

F. Família. Como demonstra o retrato aí em cima, tenho uma família que é uma categoria. O talento da fotografia da Vera Marmelo comprova-o.

G. Gratidão. Cada vez agradeço mais mas ainda agradeço de menos. Viver grato não é baixar os critérios mas elevá-los ao ponto de vivermos com mãos mais abertas que fechadas. A caminhada ainda é grande.

H. Heróis. Pessoas sem heróis são pessoas de pouca humildade. Os nossos Heróis servem-nos de inspiração e devolvem-nos a justa proporção das coisas. Tenho uns quantos. O John Piper e o Tim Keller são pregadores vivos gigantescos. Voltei ao C.S. Lewis aprofundei o Spurgeon e comecei a conhecer melhor Puritanos como o Edwards e Whitefield. O mundo é um lugar mais agradável por Deus também ser visível no heroísmo possível de uns quantos.

I. Igreja. Como dizer de uma maneira simpática que viver sem Igreja é uma coisa tristíssima?

J. Justiça. Quando lemos no início do Verão o livo de Miquéias no Velho Testamento animava-nos a perspectiva de estudar sobre a justiça de Deus. Uma lição preciosa foi compreender que a paz é um resultado dessa mesma justiça e não o oposto. A justiça tem muito pouco ou nada de passividade.

K. O kapa é uma letra com muito pouco uso para um português rezingão como eu.

L. Lamiré. O Lamiré é um restaurante muito simpático que abriu ao lado da Igreja. Tem um menu económico mas servido com requinte e o ambiente é óptimo. Segundo lugar de trabalho quase.

M. Manel. O Manel tem sido aquilo que qualquer igreja sonha: almas conquistadas. Um jovem inteligente e sensível a caminhar atrás de Cristo diante dos nossos olhos. A sua reacção aos sermões, as questões colocadas, a sua oração em congregação recordam que o Espírito sopra onde quer e isso é que refresca verdadeiramente a nossa vida. Uma bênção sem igual.

N. Novos membros em SDB. 2011 foi um ano muito importante para a comunidade em SDB. Recebemos a companhia da Filomena, do João, da Eunice, da Rita, da Débora, do Tiago e do Joel. Somos um grupo pequeno a receber dons enormes.

O. Ordenados. Vivemos 2011 com ordenados mais baixos. E sobrevivemos. Não faltou comida nem cuidados de saúde às crianças. Andámos mais preocupados mas sabemos que dependemos da Graça de Deus. E essa é uma remuneração que não conhece atraso.

P. Praia da Vitória, Avenida. Entre Março e Julho passei muito tempo na Avenida Praia da Vitória com o Armando Teixeira a produzir o disco dos Lacraus. O disco saiu óptimo e o Armando amigo. We did it, Homem-Balla, we did it!

Q. Quasimodo. Se comecei a corrigir lentamente a minha má postura em muito se deve ao quase ano e meio de exercício regular. Eu nunca gostei de correr mas agora dou por mim com remorsos de cada vez que não posso correr (só não corro de manhã quando estou adoentado ou um compromisso extraordinário me impede). Tenho usado a corrida para ritmar as primeiras orações do dia. O exercício físico e o espiritual não têm de se dar mal.

R. Rockabilly. 2011 foi um ano Rockabilly. Os Rockabillies fazem do anacronismo uma virtude: a questão não é saber progredir mas escolher em que época parar.

S. Sola Scipta. Decorar as Escrituras é, para minha vergonha, um hábito recente. Mas crescente. Sentimos o cérebro a dilatar (ainda temos espaço para memorizar mais) e sentimos o coração a dilatar (ainda temos espaço para sentir mais).

T. Tumblr. O Tumblr não matou o blog antes pelo contrário.

U. U S of A. Um dos meus companheiros vai emigrar para os Estados Unidos. Anda estou a processar emocionalmente o facto do país que mais admiro se tornar um ladrão provisório de pessoas que amo.

V. Vera Cruz. Esteve quase quase a concretizar-se a minha primeira visita ao Brasil neste Abril passado mas a Providência não o quis. Quem sabe 2012. Quem sabe 2013. Quem sabe nunca. Mas que gostava muito, gostava.

W. Wallpaper-Cinema. Chamaram em pânico saloio cinema de wallpaper ao último Malick e ao último Von Trier. Como se de repente o deslumbramento visual fosse um crime fascista que um ecrã não pode manifestar. Aceitem isto de um filho da iconoclastia teológica and keep repeating after me: it’s just a movie. It’s just a movie.

X. X-Rated Videoclips. Estive envolvido num videoclip violento. Reconheço que julgava que ia ser fogo em gasolina mas não bateu. Os músicos portugueses fazem poucos e maus telediscos e provavelmente o País ainda não está preparado para estrelas a comportarem-se como buracos negros.

Y. O ípsilon é uma letra com muito pouco uso para um português rezingão como eu.

Z. Zuckerberg. Passados dois anos o Facebook continua a ser uma escola platónica e um Teatro dos Horrores. Creio que sobreviver à rede social implica habitá-la ao mesmo tempo que a evitamos. Sinto-me muito insatisfeito ainda em relação à mestria desta arte. Continuo a pensar que se de outro planeta nos observarem o Facebook aparentará uma nota de suicídio à escala global. Mas também é verdade que o Facebook permite a aproximação de pessoas, a partilha de ideias e, volta e meia, o contágio de boas atitudes. Vamos deixar a criança crescer mais bocadinho porque de maus augúrios estão os ecrãs da vida real cheios.

quinta-feira, dezembro 29, 2011

Filmes de 2011
Cada vez me sinto menos à vontade na lista de filmes mas siga:

- Tree Of Life, Terrence Malick.
- True Grit, Ethel e Joel Coen.
- Senna, Asif Kapadia
- The King's Speech, Tom Hooper
- Troll Hunter, André Øvredal
- 127 Hours, Danny Boyle
- The Dead, Howard J. Ford, Jonathan Ford
- Wake Wood, David Keating
- Retreat, Carl Tibbetts
- Melancholia, Lars Von Trier.

quarta-feira, dezembro 28, 2011

Ouvir
Talvez a razão que torna o Natal uma celebração também polémica é o prolongamento daquele aviso de há dois mil anos: nasceu alguém que deve ser louvado. O sermão de Domingo aqui.
Livros que marcaram 2011
Os primeiros cinco são edições deste ano.

- "King's Cross" do Tim Keller. O Evangelho de Marcos em forma de estrada aberta.
- "Jesus de Nazaré" do Joseph Ratzinger. Como o pavor de Carreira das Neves confirma, este é provavelmente o Papa menos longe da Bíblia.
- "Alçapão" do João Leal. C.S. Lewis on steroids.
- "Just Kids" da Patti Smith. Um relato inspirado de um encontro entre dois nomes importantes da cultura popular norte-americana recente.
- "Steve Jobs" de Walter Isaacson. Uma pessoa tem de conhecer os ídolos da sua época.

- "The Reason For God" do Tim Keller. Por favor, leiam este livro. Por favor, leiam este livro.
- "O Cânone Ocidental" do Harold Bloom. Um manual que torna mais erudita a nossa falta de erudição.
- "The Innocent's Abroad" do Mark Twain. Obra-prima.
- "Da Democracia na América" do Tocqueville. Demora mas tem de ser.
- "Pregação & Pregadores" do Martyn Lloyd-Jones. Esteve anos na prateleira à espera para então brilhar em todo o esplendor.
- "Personas Sexuais" e "Vampes e Vadias" da Camille Paglia. Ser devassa é uma escolha e merece dedicação intelectual. Paglia é uma adversária admirável. Uma lésbica que não é para maricas.
- "Entre os Gigantes de Deus" do J.I. Packer. Obrigatório. Puritano até morrer.

terça-feira, dezembro 27, 2011

Canções do Ano
1. "Countdown" da Beyonce. Muito, muito jogo.
2. "Controlo e Contrição" ou "À Minha Alma", dos Velhos. É óbvio que muito do desamor semi-generalizado aos Velhos resulta da música deles ter Evangelho.
3. "Coisa Branca" ou "Portobello" do Filipe da Graça. Isto é pop independente da pop independente.
- "Missing My Nemesis", da Banda Sonora do Phineas e do Ferb. Isto é uma balada. Aprendam.
- "Barulho", Alex D'Alva Teixeira. Os Da Waesel que descansem em paz.
- "Written On The Foreahead", da PJ Harvey. É assim que se suplanta o conceito de samplagem. Loopa-se em baixa fidelidade e canta-se por cima. Hip-hop.
- "Filipa, NY/T-Shirt", do Jorge Cruz. A música portuguesa a gostar dela própria.
- "Walking Far From Home", de Iron & Wine. Poder escrever Lord sem soar piroso é um dos privilégios dos Países Protestantes.
- "Hearts Of Love" dos Crocodiles. O hype o Verão nas proporções certas.
- "Montana", dos Youth Lagoon. Fazer alguma coisa de jeito com os destroços do chillwave e manter em canção a iluminação pretensiosa do Panda Bear.
- "Caminhando com a Morte", Tudo É Vaidade. Dar continuação ao "Império" do Sami.
- "Satellite" dos The Kills. Esperava que o disco dos Kills se colasse todo mas seguramente esta colou-se.
- "The Other Shoe", dos F***** Up. Hardcore goes Arcade Fire and it feels good.
- "High Gold" dos Liturgy. Black Metal em trip branca.
- "Do My Own Thing", da Dominique Young Unique. É pena que as sucessoras da Missy lhe copiem tanto a ordinarice mas há aqui algum rasgo.
- "New Brigade", dos Iceage. Quem não percebe os encantos do hardcore via Morrissey, paciência.
- "Up All Night", dos Blink 182. Os Blink são hoje os Coldplay gone right.
- "Try To Sleep", dos Low. Dormir é do rock.
- "Descruzada" dos PAUS. Os PAUS são mais que apenas uma versão hipster dos olharapos da Expo 98 e também conseguem fazer canções.
- "Wring It Out", dos Rival Schools. O pós-hardcore sempre foi uma seca mas volta e meia há umas excepções.
- "Vamos a jogo", João Só. Os Blur deixaram uma herança ao João.
- "Zanny, o pequeno herbívoro", do Bruno Morgado. 2012 vai rebentar.

sábado, dezembro 24, 2011

Precisamos de aprender a esperar
Esperar é afirmar que é Deus quem completa. Esperar é confiar. O que está para chegar é importante porque confirma que não somos o que de maior existe. Devolve-nos a real proporção das coisas. Quando aprendemos a esperar a importância desloca-se de nós para o objecto da nossa espera. Os que sabem que Jesus já veio e vai voltar, ao esperarem por Ele, conhecem-No melhor. Aceitam-Lhe o tempo e são ensinados nessa expectativa. Aceitam-Lhe a soberania e são transformados nessa submissão. Aceitam-Lhe o perdão e são salvos nesse amor. Esperamos por Cristo e já estamos atendidos. Ao aguardarmos o Seu regresso temos a cada dia a certeza que já chegou Aquele por quem esperávamos. A nossa alegria não tem fim.

Um Natal Feliz!

quarta-feira, dezembro 21, 2011

Preparando-me para o Concílio II
Um bocadinho de pedagogia pela negativa. Para mostrar coisas boas dos Baptistas a partir de palavras que na maior parte das vezes desencadeiam reacções negativas.

1. Os Baptistas são Radicais. É verdade. Na Inglaterra de 1559 a Igreja Anglicana estabeleceu o Act Of Uniformity. Todos os cristãos que se desviavam da norma eram chamados não-conformistas e vistos como indo longe demais em relação aos princípios da Reforma Protestante. Os Baptistas fazem parte dessa família, tendo sido os primeiros a defenderem formalmente que a Igreja devia estar separada do estado. Por isso fugiram para a Holanda. Há quem olhe para o radicalismo inicial dos Baptistas como semi-anarquismo, idealismo inconsequente ou irresponsabilidade social. Mas, quatrocentos anos depois, ainda cá andamos. O nosso código genético não nos leva a ser radicais pelo simples desejo de ser diferente. Mas porque acreditar em algumas coisas eventualmente merece estrondo.

2. Os Baptistas são Separatistas. É verdade. Os Baptistas por instinto desconfiam de qualquer projecto que em nome da unidade sugira a diluição da identidade. Os ecumenismos tendem a parecer bonitos mas intolerantes com a divergência. Isto não é ser do contra mas a favor. Que as pessoas tenham liberdade para escolher aquilo em que crêem sem terem de prescindir de nada para merecerem um respeito verdadeiro. Um bom Baptista hesita em grandes campanhas como um genuíno kierkegaardiano. Vezes demais a multidão é falsidade. Restituímos o in ao individualismo.

3. Os Baptistas são Fundamentalistas. É verdade. O termo fundamentalista é cunhado no início do século passado para deixar claro aos que se amaciavam em progressismos teológicos que não era para ser abandonada a crença na inspiração da Bíblia, no nascimento virginal de Cristo, na morte expiatória de Cristo, na ressurreição física de Cristo, e nos milagres de Cristo. De lá para cá a palavra ganhou a pior reputação possível. Todos os seres humanos se comportam achando que pelo menos algumas das suas convicções são fundamentais. Isto é fundamentalismo e não morde. Pessoas que se matam a si próprias e a outros em nome da fé não são fundamentalistas, são criminosos.
Solstício
Dia esplendoroso para receber o Inverno. É verdade que às sete e um quarto ainda custou mergulhar no oceano mas o sol rasgou exuberante, a temperatura está amena e a visão do mar recorda-nos a beleza incansável de uma linha recta. O Inverno começa no dia em que os dias começam a crescer e isto só pode ser um incentivo.

terça-feira, dezembro 20, 2011

Ouvir
Não é David que constrói uma casa para Deus, é Deus que garante que a Casa de David prevalecerá. Indo directamente ao assunto: não somos nós que nos tornamos pessoas salvas mas é Deus que envia a Salvação em forma de pessoa. Jesus Cristo é o Templo completado, a garantia da presença de Deus nesta Terra. O sermão de Domingo aqui.

segunda-feira, dezembro 19, 2011

Discos do ano
1- "Os Velhos", Os Velhos
2- "Phineas E Ferb - Banda Sonora Original"
3- "Filipe da Graça", Filipe da Graça
4- "Let England Shake", P.J. Harvey
5- "New Brigade", Iceage
- "What Did You Expect From The Vaccines?", The Vaccines
- "David Comes To Life", F***** Up
- "Tudo é Vaidade, Jónatas Pires
- "Belong", The Pains Of Being Pure At Heart
- "Aesthethica", Liturgy
- "The Year of Hibernation", Youth Lagoon
- "4", Beyoncé
- Barra Noventa", Jorge Cruz
- "Bon Iver", Bon Iver
- "Helplessness Blues", Fleet Foxes
- "Cults", Cults
- "Paus", Paus

E depois há os discos que não ouvi e que provavelmente fariam parte da lista como o novo do Fachada e o do C de Croché que ainda não tenho fisicamente. O dos Black Keys também merecia estar aqui. Até os Blink, céus. Os Unknown Mortal Orchestra, os Drums, o Paul Simon, os Low, os REM, os Iron & Wine, os Aquaparque, o Só, os Capitães da Areia, Death Grips... Tirando os primeiros cinco, a ordem é um bocado lúdica. Houve desapontamentos com Neon Indian e Washed Up e o Panda Bear foi fraquinho para o que se esperava. Estas listas são um folclore que não deve ser tomado academicamente. O que interessa nelas é o coração, tenho aprendido com o Nuno Costa Santos.

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Triste













Com a morte de Christopher Hitchens.
Preparando-me para o Concílio
Os baptistas não são baptistas porque querem ser baptistas. Os baptistas são baptistas porque na afirmação histórica das suas convicções simplesmente queriam ser cristãos. Por isso John Smyth, o que guiava a congregação que fugia de Inglaterra para fundar em 1609 na mais tolerante Amesterdão a primeira igreja de nome Baptista, não é um nome venerado por todos os milhões de baptistas que lhe seguiram. A História dos Baptistas é tão cheia de inconsistências no seu início (Smyth a tornar-se menonita no final da vida, Helwys a negar o pecado original, a suspeita do baptismo ser administrado por aspersão, apenas para citar alguns exemplos mais anedóticos) que provoca o melhor tipo de orgulho: a nossa denominação é a que menos acredita em denominações. Se a Bíblia nos convencer, estamos prontos a mudar.
Brasil
O melhor blogger brasileiro está de volta!

Em primeiro lugar, só o orgulho daquilo de que não temos mérito é bonito de ter. Ter orgulho daquilo de que temos mérito me parece um pouco satânico.

quinta-feira, dezembro 15, 2011

Ouvir
Tivesse Herodes seguido o João Baptista homem e não teria de ser perseguido pelo João Baptista fantasma. É escolher entre o Espírito Santo enérgico ou arrastar almas penadas. O sermão de Domingo passado aqui.

terça-feira, dezembro 13, 2011

Para quem não tem Mulher na sua Sic

Drive


















O bom de Drive é a primeira sequência e os créditos. Depois, e muito à custa da banda sonora de Angelo Badalamenti, redunda em teledisco de hora e meia. O exagero das câmaras lentas denuncia a insuficiência da narrativa e mostra que não chega estilo para fazer um filme. O maior trunfo de Drive é dar vontade de (re)ver Collateral de Michael Mann. Aí sim, temos a forma e o conteúdo num bom casamento. Vamos dar tempo aos filhos para melhorarem a imitação dos pais.

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Brasil
Os Lacraus no Brasil, em entrevista para o Scream & Yell. Ora aqui está uma coisa que valia a pena passar da escrita para a acção.

domingo, dezembro 11, 2011

Jack
Ao acabar de ler uma biografia sobre C.S. Lewis ("The Boy Who Chronicled Narnia" de Michael White) associo a data da sua partida para a Eternidade à do nascimento do meu Joaquim 44 anos depois: 22 de Novembro. Curiosamente o Joaquim também é tratado em casa por Jack, o nome que o próprio Clive Staples Lewis preferia para si.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

There you have


Uma da manhã hoje.

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Natal
Meus queridos, este ano o Natal chegou mais cedo e a Adelaide de Sousa num gesto de inultrapassável generosidade recebeu-me no seu programa, Entre Nós, na Sic Mulher. Porque os tempos são ainda assim de contenção, o resultado vai para o ar amanhã à uma da manhã (Pedro Mexia, eat your heart out).

quarta-feira, dezembro 07, 2011

Exame
Daqui a um mês, 7 de Janeiro, querendo Deus, será o meu concílio examinador onde alguns Pastores Baptistas apreciarão os meus conhecimentos e posições para me poderem recomendar ao Ministério Pastoral. Assim acontecendo, serei consagrado depois a 22 de Janeiro em Moscavide, ocasião em que simultaneamente a Missão em S. Domingos de Benfica passará a Igreja autónoma. Vou proveitar este mês de preparação para ir partilhando alguma da História e convicções dos Baptistas. A primeira coisa, assim a mais básica possível, para começar: Deus existe. Existe e enviou o Seu Filho e está activamente presente nas pessoas que têm fé através do Espírito Santo. Parece uma promoção, um três em um, e é mesmo. Bem-vindos à Trindade! Este Dezembro promete.
Ouvir
Quando um velho conhecido mostra uma nova personalidade somos nós próprios colocados em causa. Esta também foi uma das razões que fez com que os Nazarenos desprezassem Jesus. O sermão de Domingo aqui.

terça-feira, dezembro 06, 2011

Ainda não sou
Não tenho como ser imparcial: o disco dos Velhos é o melhor que Portugal conheceu em 2011. Esta canção é perfeita e por isso o teledisco, não complicando, faz-lhe justiça.

segunda-feira, dezembro 05, 2011

Melancholia de Lars Von Trier
Não sabemos se na primeira parte do filme nos irrita mais a dependência da narrativa dos caprichos melancólicos da personagem de Kirsten Dunst se a personagem em si. E Dunst não está sozinha. Gainsbourg é quase tão irritante.
Os trunfos, ainda assim, são alguns e estão na segunda parte. Quantos filmes conseguem propôr um cenário apocalíptico sem consumações histéricas? Que o fim do mundo também possa ser uma entrega serena é de facto uma ideia cativante e que Lars Von Trier explora competentemente. Só um cadáver pode ser insensível à força dos planos. Lembrando a "Árvore da Vida" de Malick, apetece conjecturar acerca de uma tendência cinematográfica para uma nova força plástica, um enamoramento rejuvenescido pelo que no ecrã pode arrebatar. Aceitando esta generalização é, todavia, cedo ainda para elaborar sobre ela. A ver vamos.
Depois há também a ironia feliz de serem os fracos (neste caso, as fracas) a sobreviver. Sobreviver aqui é uma força de expressão. Sobreviver um bocadinho mais. Porque no fim tudo acaba.

sexta-feira, dezembro 02, 2011

Já está nas bancas a Revista Ler
Onde escrevi sobre a Caderneta de Cromos.

O mais saboroso na Caderneta de Cromos é que tenhamos a ilusão de visitar o nosso passado quando o que está em causa é a vingança de Markl sobre o seu próprio.