Cabanas de Tavira mais offline 2
Pela primeira vez encontrámos Cabanas de Tavira nublada. Mas a compensação foi o mar naquela temperatura verdadeiramente algarvia que traz consigo os ares do norte de África. A pessoa entrava no mar e deixava-se ficar. Nada de algas, marés vivas ou levante. Água cristalina e quente.
De um modo geral este foi o ano em que Cabanas de Tavira mostrou que o seu encanto não se esgota todo em intensidade. Houve até uma manhã em que estivemos na praia cada vez com mais nuvens e vento até que, vejam bem, regressámos a casa e assistimos à petulância da chuva a tomar conta do cenário. Foi o mais próximo que estive de passar um dia de Inverno nas nossas ansiadas férias de Verão. Fez com que a tarde fosse passada dentro de casa comigo a fazer aquilo que em determinados anos foi um hábito mas que posteriormente abandonei: ver um filme. Deu-nos o pretexto perfeito para não termos de ir à tarde com os miúdos à piscina. Este ano entrei ainda menos na piscina porque os miúdos orientam-se cada vez melhor dentro dela sem precisar da minha assistência. A excepção vai para o Caleb que tem uma característica única de fazer das suas limitações uma declaração de vitória (onde é que eu já vi isto?).
O Caleb fazia do seu receio inicial em estar na piscina com água acima dos joelhos uma opção supostamente voluntária por uma modalidade de aproveitar o tanque nos seus encantos rasos. Andava de um lado para o outro com a água a pouco passar-lhe dos tornozelos em jeito triunfal como se fosse o capataz do lava-pés. Com o passar da semana, e ajudado pela companhia dos pais, acabou por se entregar às delícias da piscina profunda, desde que devidamente sustentado pela bóia. Quando chegávamos ao fim do dia, no culto doméstico, agradecia sempre a Deus pelo tempo que tinha passado na piscina e na praia onde, segundo o seu relatório, tinha mergulhado de cabeça (na praia o Caleb considerava saltar em cima de uma onda que lhe dava pelos joelhos inclinando a cabeça para a frente como um mergulho de cabeça). Quem precisa de coragem quando se tem convicção?
De resto, a disciplina aquática manteve-se em mar de manhã e piscina à tarde. Já não me aventurei em regressos à praia da parte da tarde porque duas semanas permitem menos sofreguidão do que apenas uma. É verdade que ao mesmo tempo lamento não ter pegado este ano na bicicleta e ter-me aventurado nos circuitos pelas terras nas imediações de Cabanas de Tavira. Optei por ler mais e pedalar zero. Perderam as minhas pernas mas ganhou o Henry James com o "The Portrait Of A Lady" (que livro!).
Pela primeira vez encontrámos Cabanas de Tavira nublada. Mas a compensação foi o mar naquela temperatura verdadeiramente algarvia que traz consigo os ares do norte de África. A pessoa entrava no mar e deixava-se ficar. Nada de algas, marés vivas ou levante. Água cristalina e quente.
De um modo geral este foi o ano em que Cabanas de Tavira mostrou que o seu encanto não se esgota todo em intensidade. Houve até uma manhã em que estivemos na praia cada vez com mais nuvens e vento até que, vejam bem, regressámos a casa e assistimos à petulância da chuva a tomar conta do cenário. Foi o mais próximo que estive de passar um dia de Inverno nas nossas ansiadas férias de Verão. Fez com que a tarde fosse passada dentro de casa comigo a fazer aquilo que em determinados anos foi um hábito mas que posteriormente abandonei: ver um filme. Deu-nos o pretexto perfeito para não termos de ir à tarde com os miúdos à piscina. Este ano entrei ainda menos na piscina porque os miúdos orientam-se cada vez melhor dentro dela sem precisar da minha assistência. A excepção vai para o Caleb que tem uma característica única de fazer das suas limitações uma declaração de vitória (onde é que eu já vi isto?).
O Caleb fazia do seu receio inicial em estar na piscina com água acima dos joelhos uma opção supostamente voluntária por uma modalidade de aproveitar o tanque nos seus encantos rasos. Andava de um lado para o outro com a água a pouco passar-lhe dos tornozelos em jeito triunfal como se fosse o capataz do lava-pés. Com o passar da semana, e ajudado pela companhia dos pais, acabou por se entregar às delícias da piscina profunda, desde que devidamente sustentado pela bóia. Quando chegávamos ao fim do dia, no culto doméstico, agradecia sempre a Deus pelo tempo que tinha passado na piscina e na praia onde, segundo o seu relatório, tinha mergulhado de cabeça (na praia o Caleb considerava saltar em cima de uma onda que lhe dava pelos joelhos inclinando a cabeça para a frente como um mergulho de cabeça). Quem precisa de coragem quando se tem convicção?
De resto, a disciplina aquática manteve-se em mar de manhã e piscina à tarde. Já não me aventurei em regressos à praia da parte da tarde porque duas semanas permitem menos sofreguidão do que apenas uma. É verdade que ao mesmo tempo lamento não ter pegado este ano na bicicleta e ter-me aventurado nos circuitos pelas terras nas imediações de Cabanas de Tavira. Optei por ler mais e pedalar zero. Perderam as minhas pernas mas ganhou o Henry James com o "The Portrait Of A Lady" (que livro!).