sábado, maio 30, 2020

Amanhã
















No sermão se amanhã, chamado “Quando a Igreja tem ideais opostas do que Deus quer”, planeio afirmar que o cristianismo não se faz de consensos constantes. O cristianismo também é o que vivemos quando não conseguimos concordar com outros cristãos. Em Actos 21, Paulo acreditava que o Espírito Santo o guiava para Jerusalém, quando outros acreditavam precisamente no oposto. No entanto, a atitude de Paulo, logo de seguida quando se dirige a Jerusalém, inspira-nos a uma atitude importante para quando cristãos não têm esta tal concórdia: manter-se sensível. Sermos sensíveis aos outros faz parte da solução para quando os cristãos não concordam.
Ouvir

O sermão de Domingo passado, chamado "Quando ir à Igreja mata", pode ser ouvido aqui.

sexta-feira, maio 29, 2020

Casar em 2020?!



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Uma das melhores coisas da minha vida é casar pessoas. Reduzido ao dia da cerimónia, o casamento é o mais próximo que as pessoas chegam de serem estrelas. Todas as atenções estão nos noivos e tudo é planeado para que eles estejam no seu melhor. Tendo em conta a indústria de casamentos, até o Zé da Esquina fica impressionante no dia em que diz sim. No Brasil, que nestas matérias vai à frente de Portugal, há noivas que vão tão abonecadas quando casam que fico com pena dos maridos no dia seguinte. Com todas as sofisticações visuais que adquiriu, talvez o casamento tenha ficado mais à rasca na imaginação popular. É preciso deshollywoodizá-lo, parece-me.

Uma das melhores coisas da minha vida é casar pessoas porque o filme em causa vai além de Hollywood. Um pastor que acompanhe um casal pisa com ele muito mais do que passadeiras vermelhas. Neste momento, a Igreja onde trabalho tem dois pares de noivos que tentam atravessar as impiedosas ondas da quarentena e finalmente aportar no matrimónio. Não está fácil. O C. e a J. ficaram subitamente sem o local para a cerimónia ao som de uma pergunta sinistramente reveladora: “casar em 2020?!”

Duvido que haja muita gente a querer ser conhecida por viver de acordo com as circunstâncias, mudando imediatamente ao sabor do que é mais fácil ou seguro. Mas, fatalmente, é isso que está numa pergunta assim, que associa o casamento a uma espécie de capricho. E, ironicamente, regressamos ao simplismo de termos o casamento como brincar ao cinema americano. Parece que ficámos todos tão amarrados a ecrãs que deixámos de conceber que seja possível existir além do que eles nos permitem.

Também por causa destas ruminações, apeteceu-me há umas semanas regravar uma canção dos Lacraus, “Filhos da Ressurreição”. Apesar de vir de uma época em que ainda tentava florear demais o que tinha para dizer, saiu-me básica. Como dá para ver, é uma canção para a Rute. É verdade que a pessoa pode acabar de ouvi-la e sacar a conclusão precipitada de que os Cavacos são uma bela família. Calma: o importante é que acreditamos, pelo menos, em ser uma família.

Quando a Bíblia nos diz que há tempo para tudo debaixo do sol, isso não quer dizer que o tempo certo é o tempo fácil. Nesse sentido mais restrito, nunca há tempo certo para coisa nenhuma porque as melhores tendem a brilhar a partir do contraste com as piores. Não vamos cair no sonsice de nos julgarmos grandes campeões só porque estamos casados. Mas, ao mesmo tempo, uma das melhores coisas da minha vida é casar pessoas e ter a certeza de que a fé, a esperança e o amor são os três frutos da estação para os filhos da ressurreição - it is never about playing it safe. Vida primeiro e morte depois, certo. E se também funcionar com morte primeiro e vida depois?

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One of the best things in my life is celebrating weddings. If you reduce marriage to the wedding day, it becomes the closer simple people will get to be stars. All eyes are on bride and bridegroom and everything is planned so that they can be at their best. When we consider the marvels of the wedding industry, even John Doe looks impressive when he says yes. In Brazil, always ahead of Portugal in this kind of business, brides carry so much make-up that I pity the husbands in the morning after. Maybe marriage suffers more today from all the visual sophistication it reached. I think we have do de-Hollywoodize it.

One of the best things in my life is to celebrate weddings because the movie goes beyond Hollywood. When a couple has a pastor side by side they step together much more than red carpets. Right now, our church has some fiancées trying to navigate through the harsh winds of the quarantine, so that they can reach the matrimony port. It’s not easy. C. and J. suddenly lost their wedding place and they had to hear this revealing question: “marrying in 2020?!”

Probably no one wants to come out as living just under the circumstances, changing according to what looks easy and safe. But that’s what’s inside a question like “marrying in 2020?!”, that links marriage to a whim. And, ironically, we get back to the early simplification of mistaking marriage to pretending you’re living inside a movie. Maybe we spend so many time around screens that existence gets defined by them.

Thinking about all of this, I made a new recording of an old song from my band, Lacraus. That song is called “Sons of the Resurrection”. Although it comes from a season when I wrote unnecessarily flowery lyrics, this one came out simple and direct. It is a song for Rute. It’s true you can hear it and jump the conclusion that the Cavacos are a beautiful family. Keep calm: we just believe in being a family. That’s it.

When the Bible tells us that there is a time for every purpose under heaven, that does not mean that a right time is an easy one. Strictly speaking, there is no such thing as a right time because the right stuff always happens coming from a contrast with the wrong stuff. Let’s not pretend we’re champions just because we’re married. But, at the same time, one of the best things in my life is to celebrate weddings because I’m sure faith, hope and love are fruits of the season for the sons of the resurrection - it is never about playing it safe. Life first and, then, death; alright. But what about death first and, then, life?

sábado, maio 23, 2020

Amanhã

O sermão de amanhã chama-se “Quando Ir À Igreja Mata” e, com o texto bíblico aberto em Actos 20, planeio lembrar o episódio em que um sermão de Paulo contribuiu para um jovem cair do segundo andar e morrer. Falamos sobre assuntos de vida e de morte vindos do facto que fazer parte da Igreja, a comunidade de Jesus, é o prémio dos prémios. Isto significa que vamos juntar as duas coisas, ficando com a Igreja como uma causa pela qual vale a pena dar a vida.


sexta-feira, maio 22, 2020

O que agora se desenterrou

“Nada nos tinha preparado para isto”, escreveu a Time Out sobre este disco. Depois de um álbum lo-fi que abanou o país, o IV, a contagem sobe o algarismo e o artista encontra um ambiente musical menos familiar, nos estúdios da Valentim. O som está mais tratado do que nos álbuns anteriores, mas mantém o punk da FlorCaveira. Ganhou convidados com nomes conhecidos na praça, como o Joaquim Albergaria, o Rui Reininho, o João Só e o Héber dos HMB (na altura, pouco conhecido), ganhou refrões que ainda passam na rádio hoje e por um triz que não foi hino de apoio da selecção portuguesa no Mundial 2010 - talvez tenha sido o ingrediente que faltou para que a taça ficasse nas terras portuguesas e não nas terras vizinhas.

Um álbum incontornável, na história da FlorCaveira e da música portuguesa, que faz este ano 10 anos e que agora reeditamos nas plataformas digitais para rodar sem qualquer receio de subir muito o volume. Aqui: https://open.spotify.com/album/7GRnZacE6MZfbeFnLmyt8N?si=seDP3C8QTemMu7Y5fd8CPw


domingo, maio 17, 2020

Ouvir (e ver!)

O sermão (e todo o serviço de culto!) de Domingo passado pergunta “Travas nas Trevas?” e pode ser ouvido (e visto!) aqui.

sábado, maio 16, 2020

O sermão de amanhã

Pergunta “Travas nas Trevas?” A ideia é, com a Bíblia aberta em Actos 19, ver um contraste crescente entre o poder de Cristo e o poder do mal. Talvez estejamos hoje pouco preparados para reconhecer as trevas - parece-nos conversa de gente supersticiosa. Mas esse pouco à vontade com a existência do maligno é um dos truques perfeitos para ficarmos debaixo da sua influência. A solução, claro está, é mesmo Cristo.




















A pintura é de Eustache Le Sueur.

quarta-feira, maio 13, 2020

sexta-feira, maio 08, 2020

Os Ninivitas nasceram de uma frustração

Em 2003 eram tão poucas as pessoas que o Tiago Guillul e o Samuel Úria conseguiam arrastar para os seus concertos a solo que urdiram uma estratégia colectiva. Como já usavam os mesmos músicos, resumiram ao mesmo grupo as duas carreiras ignoradas - assim nasceram os Ninivitas. Apesar de manterem o espírito punk, os Ninivitas soavam filarmónicos, certamente à custa da presença surpreendente do oboé do Silas Ferreira, mas também por procurarem um folclore português skazado.  Há quem chame à “Sessão de Água de Madeiros dos Ninivitas” uma tentativa muito atrasada de aportuguesar o “Big Pink” dos The Band, naquele estilo estouvado de maquete feita em casa de madeira de Woodstock. Talvez. Há hinos a uma maior taxa de fertilidade, pronúncias dylanescas e persistência de harmonias vocais. É o disco rural de uma banda feita maioritariamente de putos dos subúrbios. Quinze anos depois, esta é o tesouro agora desenterrado pela FlorCaveira (nas plataformas digitais: https://open.spotify.com/album/2xNYttcJnyMUefdxPV3fiI?si=7MpHU7Z3RlqU0C9-b_llHg).




terça-feira, maio 05, 2020

Ouvir (e ver!)

O sermão (e todo o serviço de culto!) de Domingo passado, chamado “Alta Taxa de Altares”, pode ser ouvido (e visto!) aqui.