sexta-feira, janeiro 28, 2022

Nova canção dos Lacraus


Em 2019 escrevi esta canção para a Ana Rute. A versão original era diferente, mais punk. Mas atrás dela estava este som de fé, de confiança no Verão que virá para dar vida a mortos (que era como me sentia na altura). Os Lacraus colocaram-na no nível certo. Espero que gostem.

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O sermão de Domingo passado, chamado "Cristo e a guerra dos sexos", pode ser ouvido aqui (ou no Spotify).

quarta-feira, janeiro 26, 2022

O mal resolvido confessa-se

Até começar a escrever regularmente no Observador desconhecia a regra que os colunistas mais sensatos têm de, obviamente, não lerem as caixas de comentários. Agora percebo. Ler a caixa de comentários é para articulistas inseguros e que buscam o consolo infantil da unanimidade. Admito que caí na esparrela nos dois primeiros textos, voltei a ela quando a publicação do “Como Maltratar Brasileiros” arrebitou impropérios e, por causa de um problema técnico que impediu os comentários nos dois últimos Domingos, li uns quantos da semana passada. Fui recordado que, com honrosas excepções, as caixas de comentários são um contributo incrível para continuarmos a acreditar que o Inferno não somente existe, como é o destino espiritual estatisticamente mais provável da humanidade.

Mais do que uma pessoa na caixa de comentários me chamava “mal resolvido”. Tomo “mal resolvido” como das frases mais razoáveis que podem ser ditas acerca de mim. E sou levado a estranhar que seja usada como acusação. Que tipo de qualidade existe e me escapa em a pessoa ser bem resolvida? Será que ser bem resolvido significa ter-se a si mesmo como o assunto essencialmente tratado? Quem é que vive bem com a ideia de ser um assunto solucionado, céus?! O que faz a pessoa bem resolvida, por Toutatis?! Passa para a próxima, como se o mundo fosse uma linha de montagem de resoluções sucessivas? Em que universo vivem as pessoas bem resolvidas e como é que ainda não me tornei numa delas?

Curiosamente, li que era mal resolvido depois do texto que escrevi contra a fornicação. Pela lógica do argumento, fico com a ideia de que a fornicar nos vamos resolvendo, um conceito igualmente surpreendente. Imagino então uma convicção de que a cópula livre providenciará o tipo de discernimento que conquista nas pessoas graus concretos de auto-segurança. Isso explicaria muita coisa, de facto. Tenho de conceber a possibilidade de grande parte das minhas angústias nascer da ausência de fornicação que tive nestes 44 anos. Fosse eu um fornicador e, não só me resolveria, como, presumo, estaria numa posição de melhor resolver também o mundo à minha volta. Extraordinárias, as potencialidades de um leito sem limites!

Creio que ser bem resolvido possa ser hoje uma espécie de substituição não-religiosa da antiga absolvição. Como já não haverá pecados para serem perdoados, pelo facto de a fornicação, por exemplo, ter passado de impiedade a iluminação, a pessoa bem resolvida é a pessoa a quem o mal já não faz estragos. O cidadão bem resolvido está, fundamentalmente, livre. Livre para ser. Livre de transgressões e tribulações. O futuro é uma estrada larga e recta em que o bem resolvido não hesita e nem sequer precisa de abrandar nas velhas estações de serviço da culpa. Ser bem resolvido será um tipo de tanque permanentemente cheio com direito a via verde, parece-me. Saiam da frente que vai passar um bem resolvido!

Se bem resolvido significa ser determinado, sólido, por outro lado, na palavra resolução também existe a ideia de algo que se dissolve. Nessa medida, a resolução é absorvida por alguma coisa maior, onde foi colocada. Belíssimo paradoxo este de firmeza e fragmentação. E um dilema aparece para qualquer pessoa que queira ser realmente resolvida—como distinguimos o momento de resistirmos, na forma que temos, e o de nos deixarmos derreter numa verdade superior? Julgo que os meus acusadores não estavam propriamente na segunda modalidade, ponderando estar em causa algo maior do que a certeza da sua experiência. Acalenta-me a esperança de que os mal resolvidos permaneçam, pelo menos, abertos à fecundidade que possa haver além da fornicação.

terça-feira, janeiro 25, 2022

Homens e mulheres são igualmente maus

terça-feira, janeiro 18, 2022

Na IPP TV


A TV da Igreja Presbiteriana de Pinheiros voltou a ter a generosidade de me convidar para conversar (a partir dos 27 minutos). O assunto era recomeçar.

sábado, janeiro 15, 2022

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O sermão de Domingo passado, chamado "Confusão cura-se com confissão", pode ser ouvido aqui (ou no Spotify).

sexta-feira, janeiro 14, 2022

Desta vez não vou dar desculpas

terça-feira, janeiro 11, 2022

Quando a mulher passa de prémio a problema

quarta-feira, janeiro 05, 2022

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O sermão de Domingo passado, chamado "Um ano deslumbrante", pode ser ouvido aqui (ou no Spotify).

terça-feira, janeiro 04, 2022

Ter uma vida deslumbrante todos os dias