Sobre as concepções morais da sexualidade
Escreve o
Pedro na passada terça-feira: "
caiu um dos grandes mitos dos «anos sessenta»: o da intrínseca bondade de todas as manifestações da sexualidade humana". Vale a pena ler o
artigo.
Ora, as minhas concepções morais sobre a sexualidade são diversas. Serão inenarráveis para alguns mas são as minhas.
Ontem a minha amiga
Filipa notava que ao falar no tema do aborto tinha sido
muita bruto. Provavelmente.
Tomemos o meu exemplo. Carreguei a cruz de conservar-me fisicamente virgem até ao casamento. Ora, é verdade que poucas brincadeiras existem mais engraçadas do que zombar com um rapazinho casto (faço-o constantemente com os meus amigos ainda da outra margem do rio).
Atentemos ainda ao facto de conhecer muito bem uma pessoa que foi abusada sexualmente em criança.
Concluo. A sociedade que defendo não é a que ampute a possibilidade de que alguém condene eticamente a interrupção voluntária da gravidez, escarneça de votos de castidade ou faça anedotas sobre a pedofilia. Sinto, contudo, que os arautos dos descomplexados novos costumes possuem ainda um resquício da
velha moralidade. O medo de um orgão que também é sexual. A língua.